quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PILOTOS: Patrick Carpentier

Patrick Carpentier é um dos meus pilotos favoritos. Apesar dos muitos azares dele na CART/Champ Car, ele foi um piloto bastante notável na categoria e seu talento e seu jeito boa praça de ser, eram muito bem-vindos. Há quem diga que, tirando os Villeneuve, Patrick Carpentier é o piloto mais popular da região de Quebec.

Patrick nasceu no dia 13 de agosto de 1971, em LaSalle, um pequeno distrito na cidade de Montréal.

Sua carreira nos monopostos, começou em 1990, quando Patrick tinha 18 para 19 anos, na Formula Ford 2000 Canada, conseguindo um 13º lugar na classificação geral, entre 26 carros. Um outro piloto ex-CART/Champ Car, também estava naquele campeonato: Jimmy Vasser.

Depois de um ano fora do automobilismo, Patrick foi para a Toyota Atlantic Championship, uma das categorias de base da então IndyCar. Patrick teve um ano de aprendizado, mas impressionou a todos ao vencer a etapa de Vancouver. Mas essa vitória foi o seu ponto alto da temporada. Depois do 11º lugar, em 1992, Patrick teve um ano muito fraco em 1993, com um 27º lugar na classificação geral. Em 1994, uma melhora bem significativa, um 9º lugar na classificação. Ainda naquele ano, Patrick correu em Toronto e Mid-Ohio, na outra categoria de base da IndyCar, a Indy Lights. E conquistou 8 pontos, com 6º em Mid-Ohio, após um abandono em Toronto. Em 1995, Patrick ficou na Atlantic, mas dessa vez, correu por uma das equipes de ponta da categoria, a Lynx. Carpentier conseguiu 4 poles (Miami, Phoenix, Nazareth e Montréal) e venceu 2 corridas (Miami e Nazareth). Infelizmente, sua temporada foi marcada por problemas mecânicos, que destruíram suas chances de brigar pelo título com o eventual campeão Richie Hearn e o vice David Empringham.

Aí veio 1996, o ano de Patrick Carpentier! Ainda na Lynx, Patrick simplesmente dizimou a concorrência vencendo NOVE das 12 corridas daquela temporada da Atlantic. Ainda conseguiu 8 poles e 7 voltas mais rápidas. Esse título foi o primeiro e último do canadense em sua carreira.


O passeio de Carpentier na Atlantic Championship, em 1996


Tamanha dominância foi notada por várias equipes da categoria principal, já conhecida como CART. A mediana Bettenhausen foi uma delas. E ao derrotar vários pilotos em um teste em Sebring, Patrick ficou com a vaga. O ano foi bem interessante para ele, visto que o carro não era tão bom. O que não impediu que Patrick largasse na pole em Nazareth, e terminasse em segundo em Gateway. Mesmo fraturando a clavícula em um acidente de moto, depois da etapa de Road America, e perdendo duas etapas (também não correu em Fontana, por causa de um acidente nos treinos livres), Patrick Carpentier derrotou Gualter Salles e Dario Franchitti na disputa de Novato do Ano, e terminou na 17ª posição, com 27 pontos.

Patrick Carpentier em 1997, competindo pela Bettenhausen


Em 1998, Patrick foi contratado pela Player's Forsythe para ser o companheiro de equipe do também canadense Greg Moore. Seus únicos grandes momentos naquele ano, foram as poles em Nazareth e Milwaukee, pois o resto do ano foi marcado por 10 abandonos em 19 corridas. Alguns deles, como em Vancouver, depois de um acidente besta com Jimmy Vasser, poderiam ter sido evitados. O 19º lugar foi sua pior colocação em classificação geral na CART.


Patrick Carpentier em Laguna Seca, 1998: Um acidente com Scott Pruett e Gil de Ferran encerrou sua corrida.


O acidente de Patrick Carpentier e Jimmy Vasser em Vancouver, 1998.


Apesar do 1998 tenebroso, Patrick ficou na Forsythe em 1999, e melhorou consideravelmente. Apesar de voltar aos hábitos de se machucar durante a temporada (sofreu uma microfratura na vértebra T3 após um acidente com Mauricio Gugelmin em Detroit, e perdeu a corrida de Mid-Ohio), Patrick conseguiu seu segundo pódio na categoria na tumultuada e chuvosa corrida de Vancouver (um segundo lugar) e abandonou 6 das 20 corridas. O 13º na classificação foi seu melhor resultado até então.

Já se sabia que Patrick Carpentier seria o piloto a liderar a Forsythe no ano 2000, com a saída de Greg Moore para a Penske (a ida de Moore a Penske nunca aconteceu, pois ele morreu na última corrida da CART, em 1999, no oval de Fontana). Para o lugar de Moore, veio outro canadense, o novato Alex Tagliani. Apesar do estilo agressivo de pilotagem e do jeito temperamental de Tagliani, Patrick não se sentiu intimidado, e fez um bom ano, apenas 6 abandonos, e completou as outras 11 corridas nos pontos, conseguindo 2 pódios (3º em Milwaukee e 2º em Gateway). Enquanto isso, Tagliani abandonava 11 corridas. Como não poderia deixar de ser, Patrick perdeu três etapas devido a uma fratura no pulso ao cair da escada enquanto carregava peso. Azarado é pouco! Apesar dos azares, Patrick ficou conhecido em 2000 pelo acidente espetacular durante os treinos em Laguna Seca. Patrick perdeu o controle na curva 3, o carro rodou, alçou leve vôo ao acertar uma protuberância localizada na areia, bateu de traseira no muro, subiu, passou por cima do alambrado e caiu de cabeça para baixo no outro lado da pista. Apesar do acidente, que lembrou o esporte salto com vara, Patrick não se feriu. Terminou em 11º, na clasfficação geral.

Equipe médica da CART tira Patrick Carpentier do carro após seu acidente em Laguna Seca, no ano 2000. Nada de grave aconteceu.


O acidente que ele sofreu em Laguna Seca


2001 foi, até então, o melhor ano de Patrick Carpentier. Quatro pódios, apesar dos 7 abandonos, o 10º lugar foi conquistado na classificação geral. Patrick continuou em sua tradição quase anual de se machucar durante a temporada, ao quebrar o pulso esquerdo (o mesmo pulso que ele quebrou no ano 2000) após um acidente com Max Papis, em Long Beach. mas dessa vez, Patrick não perdeu etapas. Mas nada foi tão bom quanto a sua primeira vitória na CART, no perigoso oval de Michigan. Mesmo largando de 21º, Patrick superou todos os outros 24 pilotos, todas as 5 bandeiras amarelas para vencer após 78 corridas. Sim, Alex Tagliani foi fundamental para isso, tendo, inclusive, fechado a porta em Michel Jourdain, Jr., de maneira escandalosa à mais de 300km no meio da reta, mas isso não tira o mérito de Patrick, que passou Dario Franchitti, na última curva, para vencer pela primeira vez. Ele tinha acabado de renovar contrato com a Forsythe, e retribuiu a confiança da equipe com essa vitória.


Finalmente!



As últimas 10 voltas da Michigan 500 de 2001.


Em 2002, a CART começava a se definhar, mas lá estavam Carpentier e a Forsythe, no que foi, ao meu ver, o melhor ano de Patrick Carpentier na CART. Duas vitórias (Cleveland e Mid-Ohio), mais três pódios (Rockingham, Surfers Paradise e Fontana), e sua primeira pole desde 1998 (Mid-Ohio). Terceiro lugar para ele!

Esse é o sorriso de uma pessoa que está de bem com a vida.


Em 2003, a Forsythe queria um trio todo canadense, com a chegada do experiente e avantajado Paul Tracy. Como Tracy já vivia em pé de guerra com Alex Tagliani, Tags saiu e foi para a novata Rocketsports. Com um carro incrível, era esperado que os dois brigassem até por título, e que a briga entre os dois fosse obviamente equilibrada. Mas não foi o caso. Paul Tracy venceu 7 das 19 corridas, e foi o campeão sem sombra de dúvidas. Patrick Carpentier ganhou em Laguna Seca, e só. O quinto lugar pegou muito mal para Patrick.

Tão mal que muitos boatos apontavam que Patrick seria demitido antes de 2004 e perderia a vaga para um pay-driver, provavelmente o abaixo da média Rodolfo Lavín. A Forsythe precisava de um pay-driver, pois tinha perdido o patrocínio da marca de cigarros Player's. No fim das contas, Patrick ficou para 2004, e Lavín pilotou o terceiro carro, pois, afinal, alguém tinha que pagar as contas. No fim das contas, Patrick venceu em Laguna Seca, e terminou o campeonato em 3º, a frente de Paul Tracy (2 vitórias e 4º lugar no campeonato) e Rodolfo Lavín (1 pódio e 14º lugar no campeonato).

Patrick Carpentier em Laguna Seca, 2004: Sua última vitória na CART/Champ Car.


Apesar da melhora em 2004, Patrick aceitou a proposta da Red Bull Cheever Racing, na Indy Racing League, para pilotar o Dallara-Toyota em 2005. Era esperado que Patrick fosse bem, pois 14 das 17 corridas seriam em ovais, afinal, muitos dos seus melhores resultados vieram em ovais. Mas o carro era bem ruinzinho, e dois terceiros lugares em Richmond e Nashville foram seus melhores resultados. O 10º lugar foi o resultado final na classificação. Sua única participação nas 500 milhas de Indianápolis durou 153 voltas, ao se envolver em um acidente.

Em Indianápolis, 2005, pela IRL: Um acidente na volta 153 acabou com a sua corrida.


No início de 2006, Patrick correu pela Team Canada nas últimas 3 etapas da A1GP, a Copa do Mundo do Automobilismo. Seu melhor resultado foi um 5º lugar na segunda bateria em Laguna Seca. Disputou as 24 Horas de Daytona em uma equipe com Christian Fittipaldi e Eddie Cheever, mas a corrida deles durou 669 voltas e o trio não completou. Também correu em uma corrida da CASCAR (que virou NASCAR Canada), no agora extinto oval de Cayuga, terminando em 6º, depois de largar em 21º.

Patrick Carpentier na A1GP, na pista de Laguna Seca.


Em 2007, Carpentier começou o ano na Rolex Grand-Am, competindo na SAMAX, com a venezuelana Milka Duno (que revezava com o escocês Ryan Dalziel) e o inglês Darren Manning. Esse quarteto, que correu junto apenas nas 24 Horas de Daytona, conseguiu um segundo lugar. Patrick deixou a equipe após a etapa de Montréal, faltando 3 corridas para o fim da temporada, porque ele tentaria a sorte na NASCAR.

Um dia depois da corrida da Grand-Am, em Montréal, Patrick correu a etapa da Nationwide Series (atual Xfinity Series) naquele mesmo circuito. Conseguiu a pole (!), e terminou em segundo, atrás apenas de Kevin Harvick. Apareceu em 3 corridas da Nextel Cup (atual Sprint Cup Series), e teve um 22º lugar em Watkins Glen como melhor resultado.

Em 2008, Patrick competiu pela mesma Gillett Evernham Motorsports, pela qual competiu as três corridas da Nextel Cup, em 2007. Seu ano de 2008 na agora Sprint Cup Series foi de altos e baixos, com muitos baixos. Seu único grande momento, foi largar na pole em New Hampshire, e se tornando o primeiro não-americano desde o também canadense Lloyd Shaw, em 1953 (!) a ser pole em uma corrida da categoria principal da NASCAR. Porém, ele teve problemas nos freios e terminou em 32º. Patrick saiu da GEM depois da segunda corrida de Talladega. Ainda naquele ano, Patrick terminou em segundo, em Montréal, pela Nationwide Series. Ainda correu na Craftsman Truck Series (atual Camping World Truck Series), em Bristol, terminando em 35º.

Em 2009-2011, Patrick correu apenas algumas vezes na NASCAR. Em 2011, Patrick voltou aos seus tempos de monopostos, quando foi chamado as pressas para substituir o instável Scott Speed para qualificar o carro da Dragon para as 500 milhas de Indianápolis. Patrick não conseguiu. Foi seu último contato com monopostos.

Patrick anunciou que se aposentaria do automobilismo após a corrida de Montréal da Nationwide Series, em 2011. Ele estava em quarto, até um acidente com o errático Steven Wallace tirá-lo da corrida. Patrick saiu do carro debaixo de muitos aplausos dos torcedores que estavam no autódromo.

Patrick voltou a categoria para correr a corrida de Montréal, em 2012, buscando fundos para caridade. Largando em 13º, Patrick terminou em 29º. Em 2013, Patrick se tornou comentarista da rede de televisão RDS.

Patrick em sua última corrida na NASCAR: Montréal 2012.


Em 2014, Patrick surpreendeu a todos ao anunciar que correria no World RallyCross Championship, em um circuito de rallycross montado nas ruas de Trois-Rivières. Apesar de sua falta de experiência, Patrick foi a final e terminou em 6º. Ele voltou em 2015 para correr em Trois-Rivières, de novo, dessa vez não se classificando para a final e terminando em 14º.

Patrick e seu carro no World RallyCross Championship, em 2014.


Patrick mora em Las Vegas (embora também tenha residência em Montréal), com sua esposa Anick e seus dois filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário