terça-feira, 17 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 1

Olha quem resolveu dar as caras aqui no "Volta de Apresentação"! A Fórmula 3000 Internacional é uma categoria que até hoje é lembrada pelos seus fãs. Lembro de muita pouca coisa da F3000 na época em que existia. Lembro vagamente que a Globo passou ao vivo algumas corridas de 2002. Não sabe o que foi a 3000? Não se lembra? Vamos a uma pequena aula de história:

Até 1984, a Fórmula 2 era o penúltimo degrau para os pilotos na escada do esporte a motor (a F1 era o último degrau, claro). O que antes era uma categoria barata, acabou ficando caro para quem participava. Muitas equipes desistiam de participar. A Honda deu as caras na F2 nos anos 80. Logo, o pacote Ralt-Honda era imbatível. Os grids diminuíam e a categoria ficava mais previsível.

No fim de 1984, a FIA acabou com a Fórmula 2 e criou a Fórmula 3000. O nome era esse porque o motor era o aspirado Cosworth DFV V8 de 3000cv. A categoria principal era a Fórmula 3000 Internacional.

Mesmo com várias polêmicas como brechas no regulamento, a categoria era um sucesso. Você não precisava de muito esforço para pôr uma equipe na 3000. Mesmo quando a categoria passou a ter um pacote padrão, em 1996 (Lola-Judd), nada parecia impedir a F3000. Em 2002, porém, a Arden passou a dominar a categoria. E isso seguiu em 2003 e 2004. Além disso, a categoria estava ficando mais cara (déjà-vu?). No fim de 2004, a GP2 foi criada para substituir a Fórmula 3000.

Enfim, voltemos ao tópico. O ano de 1998 foi o terceiro da 3000 com o pacote chassis-motor padrão (Lola-Judd). A categoria teve 12 corridas disputadas naquele ano. E tivemos mudanças: em 1997, a 3000 correu em Mugello, Jerez e no bizarro circuito de rua de Helsinki. As três pistas foram chutadas da 3000 para 1998. Oschersleben, Imola, Hungaroring, Mônaco e Barcelona foram introduzidas a 3000. Além dessas, a categoria já tinha Silverstone, o circuito de rua de Pau (pronuncia-se "pô"), A1-Ring, Hockenheim, Spa-Francorchamps, Enna-Pergusa (pista favorita de nipo-brasileiros que gostam da cor verde) e Nurburgring.

O que o circuito de rua de Helsinki teria a ver com a Fórmula 3000 para 1998? Isso mesmo, NADA!


Como era uma categoria de acesso, a Fórmula 3000 tinha constante troca de pilotos e equipes iam e vinham.

Uma das maiores notícias sobre a temporada foi o fim da RSM Marko, que em 1997, competiu com Craig Lowndes e Juan Pablo Montoya. Lowndes, que deixou a desejar em 1997, marcando três pontos, deixou a categoria para voltar a V8 Supercars, onde está até hoje. Montoya, vice em 1997, foi para a Super Nova. O companheiro de equipe do colombiano Montoya foi o francês Boris Derichebourg, vindo da Astromega. Eles substituíram o brasileiro Ricardo Zonta, campeão em 1997, que foi para o FIA GT, e o francês Laurent Rédon, que virou piloto de testes da Minardi. Na Astromega, a dupla seria sul-americana: o argentino Gastón Mazzacane, vindo da AutoSport, e o uruguaio Gonzalo Rodríguez, que competiu algumas etapas na pequena Redman & Bright em 1997. Eles substituíram o já mencionado Boris Derichebourg e o francês de ascendência iraniana Soheil Ayari. Este último foi para a equipe Durango, para ser o companheiro de equipe do franco-canadense Bertrand Godin, que estreava na categoria. Eles substituíram o sul-africano Stephen Watson, que virou piloto de testes da Arrows, e o galês Gareth Rees, que foi para a Den Bla Avis.

O colombiano Juan Pablo Montoya era, talvez, o favorito para ser campeão em 1998. Ele foi para a Super Nova, que foi campeã em 1997 com o brasileiro Ricardo Zonta.


Era algo raro uma equipe de Fórmula 3000 ter uma equipe secundária, mas uma delas tinha: A Super Nova. Na época, uma equipe de F3000 podia ter até dois carros. A Super Nova assinou um contrato com a empresa dinamarquesa de classificados Den Bla Avis. A Den Bla Avis exigiu que um terceiro carro fosse inscrito em 1997, com o dinamarquês Jason Watt como piloto. Como já mencionei antes, uma equipe pode ter até dois carros. A Super Nova já tinha Zonta e Rédon, sendo assim, surgiu a equipe Den Bla Avis. Em 1998, Jason Watt ficou na equipe, que também teria Gareth Rees.

A DAMS, equipe tradicional das categorias de base, foi uma das poucas que manteve seus pilotos: o francês Grégoire de Galzain e o inglês Jamie Davies. A Edenbridge foi outra que manteve seu plantel: o brasileiro Max Wilson e o sul-africano Werner Lupberger.

Equipes novas também surgiram. Uma delas era a West Competition, filial da McLaren. Por lá pilotariam dois novatos: o alemão Nick Heidfeld, campeão da Fórmula 3 alemã em 1997, e o francês Nicolas Minassian, vice-campeão da Fórmula 3 britânica em 1997.

Isso não era um carro da McLaren. Era a West Competition, que estreou na Fórmula 3000 em 1998


Além de Max Wilson, a categoria teria mais 3 brasileiros: o mineiro Bruno Junqueira, campeão da Fórmula 3 Sulamericana em 1997, que pilotaria na Draco ao lado do também novato Giovanni Montanari, da Itália, o paulista Marcelo Battistuzzi, campeão da Fórmula Opel em 1997, que pilotaria na Apomatox ao lado do francês Stéphane Sarrazin, vice-campeão da Fórmula 3 francesa em 1997, e André Gaidzinski, talvez o piloto mais obscuro que já ouvi falar, que pilotaria pela Prema Powerteam ao lado do português André Couto, vice-campeão da Fórmula 3 italiana em 1997.

CURIOSIDADE: A Arden fazia seu segundo ano na categoria. Um dos pilotos era o belga Kurt Mollekens. A equipe dele, a KTR, tinha feito uma parceria com a Arden. Sabe quem era o outro piloto da equipe? O fundador dela, Christian Horner! Não que ele tenha tido uma grande carreira, mas a Arden inicialmente surgiu para alavancar a carreira de Horner. Hoje em dia, Horner é chefe de equipe da Red Bull Racing, na Fórmula 1, além de cuidar da equipe Arden, hoje na GP2.

Cinco pilotos que apareceram na lista de pilotos na pré-temporada, não competiram na 3000 em 1998. Quatro deles conseguiram achar um lugar em uma outra equipe:

- Dino Morelli = o norte-irlandês, conhecido pelo tenebroso acidente em 1997 na corrida de Nurburgring, pilotaria pela Salisbury Engineering. Inicialmente ficou sem vaga.

- James Taylor = o inglês também pilotaria pela Salisbury Engineering. Inicialmente ficou sem vaga.

- Cyrille Sauvage = o francês, vindo da Draco, era figurinha carimbada da 3000 naquela época. Ele pilotaria pela GS Team. No fim das contas faltou dinheiro e a equipe ficou só com o italiano Fabrizio Gollin. Sauvage achou vaga na GP Racing.

- Paolo Ruberti = o italiano, novato na 3000, pilotaria pela GP Racing. Achou vaga na Prema Powerteam.

- André Gaidzinski = o brasileiro, estreante na F3000, faria sua primeira temporada em 1998. Não fez. André perdeu a vaga para Paolo Ruberti (que tinha perdido a vaga para Cyrille Sauvage na GP Racing). No fim das contas, Gaidzinski ficou sem vaga.

O post será bem longo. Sendo assim, essa foi a primeira parte

Nenhum comentário:

Postar um comentário