terça-feira, 29 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 11

Etapa 10: Spa-Francorchamps - 29 de agosto


A diferença para o circuito atual está na Bus Stop, que era realmente uma Bus Stop, e não o troço que é hoje



Duas semanas após uma etapa repleta de saídas de pista e muitas disputas, a Fórmula 3000 Internacional saiu da Hungria e foi para a Bélgica, afinal, a décima e antepenúltima etapa da temporada 1998 aconteceria no maravilhoso Circuit de Spa-Francorchamps.

Como já mencionei, faltavam três corridas para o fim da temporada. O líder do campeonato era Nick Heidfeld. Após a vitória em Hungaroring, Heidfeld assumiu a liderança do campeonato (49 pontos). Juan Pablo Montoya, que terminou em terceiro, agora se encontrava atrás na classificação (45 pontos).

Como é de praxe, a categoria recebeu novatos e se despediu de alguns pilotos:

- Kevin McGarrity: A etapa de Hungaroring foi a última do norte irlandês na F3000 em 1998. Kevin voltou a categoria em 1999 e 2000, ambas as vezes pela Nordic Racing, equipe onde competiu nas etapas de A1Ring, Hockenheim e Hungaroring na temporada 1998. Seu melhor resultado foi um 2º lugar em Imola 1999. Se despediu do automobilismo em 2006, aos 33 anos, após competir de vez em quando na Le Mans Series. Para o resto da temporada 1998, McGarrity foi substituído por...

-... Hidetoshi Mitsusada: Vindo da Formula Nippon (atual Super Formula), Hidetoshi fez um bom campeonato em 1997, terminando em 4º lugar na classificação, com 3 terceiros lugares. O japonês de 27 anos faria sua estreia na F3000 Internacional.

Hidetoshi Mitsusada fez sua estreia na Fórmula 3000 Internacional em Spa Francorchamps


- Kurt Mollekens: Após perder a etapa de Hungaroring, Kurt Mollekens estava de volta disposto a conseguir um bom resultado na corrida de seu país.

- David Cook: A etapa de Hungaroring também foi a última para David Cook. O inglês da Redman and Bright, que competiu em A1Ring (abandonou), Hockenheim (não se qualificou para a corrida) e Hungaroring (nem correu devido a problemas mecânicos) se despediu da categoria... E do automobilismo, porque David Cook se aposentou do automobilismo no início de 1999, aos 23 anos. A família dele é ligada ao automobilismo: o pai, Derek, competiu em categorias pequenas. A irmã, Paula, pilotava até um tempo atrás. O filho, Jake, compete nas categorias de base na Inglaterra e é empresariado por Paula.


Treino de classificação

O treino de classificação teve seus momentos: Juan Pablo Montoya rodou sozinho na saída da Rivage, sem bater. Enquanto Gastón Mazzacane e Cyrille Sauvage batiam na Bus Stop em momentos distintos do treino, Oliver Martini foi um pouco mais além: rodou sozinho e ficou do lado errado. Ao tentar voltar para o lado certo da pista, o carro derrapou demais e Martini quase atropelou alguns fiscais, acertando a asa traseira em uma parede e quebrando-a.

Christian Horner não conseguiu se qualificar para uma corrida da temporada 1998 pela segunda vez (a primeira foi em Pau)


Kurt Mollekens estava disposto a conseguir uma boa posição, mas uma quebra de motor impediu que ele marcasse tempo. Com isso, Mollekens, o piloto da casa, não se qualificou para disputar a corrida, já que dos 33 carros que apareceram, 28 largariam. Além dele, Giorgio Vinella, Christian Horner, Fabrizio Gollin e Gastón Mazzacane também foram os azarados da vez.

A pole position foi do colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O segundo foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O terceiro foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O quarto foi Alex Müller, alemão da Oreca. O tcheco Tomaš Enge, da Auto Sport, largou em quinto. O sexto foi o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O sétimo foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O oitavo foi o italiano Thomas Biagi, da Prema. Na nona posição, estava um brasileiro. Junqueira? Wilson? Não e não. Era Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, conseguindo sua melhor posição de largada na Fórmula 3000. O décimo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Max Wilson, brasileiro da Edenbridge, largou em 19º. O outro brasileiro, Bruno Junqueira, da Draco, largou em 22º. Como já mencionei, 28 dos 33 carros disputariam a corrida. O 28º foi justamente o estreante Hidetoshi Mitsusada, japonês da Nordic.


A corrida

Juan Pablo Montoya largou muito bem, mantendo a liderança. Atrás dele, estava Tomaš Enge, que havia disparado feito um foguete de quinto para segundo. Nick Heidfeld largou muito mal, perdendo a segunda posição para Enge antes da La Source, e perdendo mais duas posições (Ayari e Rodríguez) antes da Les Combes. Na segunda volta, Gonzalo Rodríguez tomou a segunda posição de Enge, que defendia a terceira posição contra Soheil Ayari, que, eventualmente, ultrapassou o piloto tcheco.

Na 7ª volta, Stéphane Sarrazin abandonava com o seu carro em frangalhos, sem a asa dianteira e com um pneu furado, provavelmente tendo sofrido um acidente que não foi flagrado pelas câmeras. Não muito tempo depois, Oliver Martini rodava de novo na Bus Stop. Dessa vez sem quase atropelar ninguém, Martini girou no próprio eixo e voltou normalmente a pista, porém, perdeu a 9ª posição para Marcelo Battistuzzi.

Tomaš Enge começava a perder rendimento, tendo, inclusive, sido ultrapassado por Nick Heidfeld, que agora era o 4º, e estava disposto a recuperar terreno após um início fraco de corrida. Eventualmente, Alex Müller também passou Enge, após este último rodar sozinho na Bus Stop.

Enquanto Alex Müller brigava com Nick Heidfeld pela 4ª posição, lá na frente, Juan Pablo Montoya e Gonzalo Rodríguez brigavam pela liderança, com Soheil Ayari um pouco atrás dos dois.

Marcelo Battistuzzi ultrapassou Tomaš Enge, na Les Combes, e lhe tomou a 6ª posição. Seria o primeiro ponto de Marcelo? Enquanto isso, Jason Watt, dinamarquês da Den Bla Avis, que largou de 20º, fazia sua corrida de recuperação, já estando em 8º.

Tomaš Enge impressionou nas primeiras voltas, chegando, inclusive, a aparecer na 2ª posição. Após uma perda de rendimento, Enge bateu na trave e não pontuou.


Na volta seguinte, também na Les Combes, Juan Pablo Montoya deslizava o carro e deixava uma avenida inteira para Gonzalo Rodríguez passar e tomar a liderança. A partir daí, Gonzalo começou a se isolar.

Na 23ª volta, enquanto Oliver Tichy, austríaco da Coloni, passeava pela caixa de brita na Malmedy, Bruno Junqueira parava o carro no que parecia ser a saída da Pouhon. Problemas mecânicos e fim de corrida para o brasileiro.

Lá na frente, Gonzalo Rodríguez foi tranquilo até a linha de chegada, conseguindo sua primeira vitória na Fórmula 3000 Internacional e se tornando o primeiro piloto do Uruguai a vencer uma corrida na categoria. Trinta e cinco segundos atrás, Marcelo Battistuzzi marcava seu primeiro ponto na categoria, terminando em 6º. Entre eles: Montoya, Ayari, Heidfeld e Müller.


Gonzalo Rodríguez foi, definitivamente, O CARA daquela corrida. A vitória, a primeira dele na categoria, foi merecida.


Após 29 voltas

Os 6 primeiros:

1- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - 1:03:10.530
2- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +3.035
3- Soheil Ayari - Durango - França - +4.355
4- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +13.496
5- Alex Müller - Oreca - Alemanha - +21.231
6- Marcelo Battistuzzi - Apomatox - Brasil - +35.897

Marcelo Battistuzzi (ao lado de Alain Prost, dono da equipe Prost, a qual a Apomatox era afiliada) marcou seu primeiro ponto na Fórmula 3000.


Alex Müller foi outro que marcou seus primeiros pontos na categoria


Os outros brasileiros? Max Wilson, da Edenbridge, foi o 13º. Bruno Junqueira, da Draco, como já foi mencionado, abandonou na 23ª volta com um problema na bomba de combustível.


Classificação após 10 corridas:

Faltando duas corridas para o final (Pergusa e Nürburgring), Nick Heidfeld conseguiu se manter na liderança do campeonato, mesmo fazendo uma corrida fraca. Com Heidfeld e Montoya marcando pontos, só os dois poderiam brigar por título, já que Jason Watt, com o 8º lugar em Spa, não poderia mais brigar pelo título. Não que isso fosse óbvio antes, devido a disputa pela liderança entre Montoya e Heidfeld ser de longa data, não deixando espaço para os adversários.

1- Nick Heidfeld 52 pontos
2- Juan Pablo Montoya 51 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Gonzalo Rodríguez 23 pontos
5- Stéphane Sarrazin 19 pontos
6- Soheil Ayari 16 pontos
7- Kurt Mollekens 16 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Nicolas Minassian 5 pontos
12- Boris Derichebourg 5 pontos
13- André Couto 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Alex Müller 2 pontos
19- Cyrille Sauvage 2 pontos
20- Gastón Mazzacane 2 pontos
21- Oliver Martini 1 ponto
22- Marcelo Battistuzzi 1 ponto

domingo, 20 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 10

Antes de começar mais uma parte sobre a Fórmula 3000 Internacional em 1998, queria mencionar uma coisa:

Sim, este blog está sem um post novo faz um bom tempo. A realidade é que estou cheio de problemas. Não que eu tenha que pôr isso como desculpa, todos têm problemas, mas é que durante esse tempo sem post novo, eu estava realmente desnorteado, recebendo notícias que eu torço para que sejam grandes enganos, pois ao invés de uma coisa só acontecer, quase tudo de ruim aconteceu de uma vez só. Se isso vai acontecer de novo... Espero que não, mas se acontecer... Mas não se preocupem, vou tentar evitar ao máximo isso. Sendo assim, peço desculpas.

Fim das explicações, voltemos ao assunto.


Etapa 9: Hungaroring - 15 de agosto de 1998


O circuito de Hungaroring em 1998: a curva 1 era em forma de U (hoje é um hairpin) e a curva 12 tinha uma pequena chicane depois dela (hoje é uma curva de 90 graus, que leva a pequena reta até a curva 13)



Duas semanas depois de uma corrida conturbada e chuvosa em Hockenheim, a Fórmula 3000 foi para a Hungria, para a 9ª etapa da temporada de 1998.

Faltando quatro corridas para o fim da temporada, Nick Heidfeld se aproximava de Juan Pablo Montoya na classificação do campeonato. Com a vitória em Hockenheim, Heidfeld pulou para 39 pontos. Com o 3º lugar, Montoya foi a 41. Com isso, a luta pelo título ficava mais interessante.

Enquanto isso, na 3000, mais mudanças. Uma delas, até surpreendente:

- Rui Águas: o português (nascido em Moçambique, porém), que disputou a corrida de Hockenheim no lugar de Giorgio Vinella, na Coloni, se despediu da categoria após a sua participação na corrida alemã, que não durou muito, pois ele se envolveu em um acidente na 1ª volta. Águas tem competido, desde 2011, nas 24 Horas de Le Mans (exceto 2014), sempre na categoria LMGTE Am. Águas também compete no WEC (desde 2012, exceto 2014), na mesma categoria. Vez ou outra, aparecia no International GT Open.

- Giorgio Vinella: pegou seu lugar de volta na Coloni, após perder a corrida de Hockenheim

- Kurt Mollekens: QUE? Como assim o quarto colocado do campeonato ia perder uma etapa? O que aconteceu? O belga simplesmente não deu as caras no Hungaroring. Não houve uma explicação para o ocorrido.


Treino de classificação

Polêmica! E envolveu quem? Exatamente: Nick Heidfeld e Juan Pablo Montoya! Quando o colombiano da Super Nova já estava nas últimas curvas para completar uma volta que provavelmente o colocaria na pole, lá estava Nick Heidfeld devagar e devagar pelas curvas do sinuoso circuito, atrapalhando Montoya. Será que Heidfeld foi sacana, considerando que os dois brigavam pela liderança do campeonato? Ou será que Heidfeld realmente não o viu? Bom, intencional ou não, Montoya não gostou nem um pouco e foi nos boxes da West Competition falar umas poucas e boas para o jovem alemão.

Montoya e toda sua "felicidade" ao ver Heidfeld depois da polêmica do treino de classificação, provavelmente disposto a cumprimentá-lo com um soco na cara. Não houveram cenas lamentáveis, porém.


Montoya disse que Heidfeld não foi honesto e o acusou de atrapalhá-lo de propósito. Heidfeld, por sua vez, disse que viu uma bandeira amarela e apenas diminuiu a velocidade. O próprio Heidfeld chegou a lembrar o treino de classificação de Mônaco, quando o próprio Montoya atrapalhava as voltas rápidas dos adversários para obter mais espaço e não perder tempo, o que, convenhamos, não é mentira. Dá para dizer que pimenta no radiador dos outros é refresco, mas quando o próprio calo aperta, a fera ruge, né, Juan Pablo?

Dos 33 carros que apareceram em Hungaroring, 31 iriam largar. Na verdade, todos os 33 largariam, mas Gareth Rees, galês da Den Bla Avis, e David Cook, inglês da Redman and Bright, não puderam participar da corrida. Durante o treino, Gareth Rees enfiou o carro no muro de pneus externo da curva 3. O galês não se machucou, mas o carro... Não tinha como consertar o amontoado de ferro velho. Cook teve problemas mecânicos e nem apareceu no dia da corrida.

Depois de tudo isso, quem ficou com a pole? Stéphane Sarrazin! O francês da Apomatox conquistou a primeira pole na 3000. O segundo foi o furioso colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O terceiro foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O quarto foi o austríaco Oliver Tichy, da Coloni, em um bom resultado para ele. O quinto foi o italiano Oliver Martini, da Auto Sport. O sexto foi o português André Couto, da Prema. O sétimo foi, apesar de uma bela derrapada na curva 8, o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O oitavo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. O nono foi Boris Derichebourg, francês da Super Nova. O décimo foi Jason Watt. O dinamarquês da Den Bla Avis chegou a sair da pista e alçar leves vôos na curva 4. Os brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, conseguiu sua melhor posição de largada, saindo de 12º. Bruno Junqueira, da Draco, foi o 14º. Max Wilson, da Edenbridge, o 17º.


A corrida

Nick Heidfeld passa que nem uma bala para assumir a ponta. Montoya larga mal. Lá atrás, Gastón Mazzacane, argentino da Astromega, e o alemão Alex Müller, da Oreca, se estranham na primeira curva. Mazzacane fica na contra mão, mas consegue voltar.

Na 3ª volta, Montoya está brigando pela 3ª posição com Oliver Martini. Montoya força a ultrapassagem, Martini força a barra para manter a posição. Vai prestar isso? Não! Martini, pressionado por Montoya, erra a chicane pós curva 12 e derrapa, perdendo várias posições. Nicolas Minassian tentou ultrapassar Montoya, mas foi carinhosamente recebido com uma fechada de porta na entrada da curva 13.


Oliver Martini (foto de 2007) largou em 5º, cedeu a pressão, se recuperou e se deu bem por causa disso


Na 10ª volta, os amigos se reencontraram pós-Hockenheim! Após errar a curva 3 e pôr pneu na grama, Max Wilson perdeu tempo e passou a ser pressionado por Soheil Ayari. Não durou uma curva. Ao tentar passar, Ayari e Wilson tiveram uma colisão, com o carro do francês alçando pequenos vôos em alta velocidade. Assim como em Hockenheim, Ayari ficou reclamando. Wilson, provavelmente querendo se ver livre do francês uma vez na vida, foi reclamar também.

Lá atrás, Gonzalo Rodríguez queria chegar nos pontos, ao menos. A parte dele o uruguaio estava fazendo, ultrapassando Boris Derichebourg e Oliver Tichy.

Lá na frente, Nick Heidfeld estava tranquilo na liderança. Tão tranquilo que ele nem precisava dar volta nos adversários. Christian Horner que o diga. Horner estava para tomar uma volta do líder Heidfeld. Nem precisou tirar o pé, pois rodou sozinho na curva 1 e na frente de Heidfeld. O inglês da Arden abandonou.

Boris Derichebourg: uma das vítimas de Hungaroring


Àquela altura, quem mais não estava saindo da pista? Horner, Giovanni Montanari, Bruno Junqueira, Boris Derichebourg, Giorgio Vinella, Mark Shaw, Alex Müller (que quase acertou Nick Heidfeld), Grégoire de Galzain, Oliver Tichy... sério, posso ficar aqui até ano que vem citando mais nomes, caso queiram.

Rali da Hungria à parte, Nick Heidfeld só teve o trabalho de levar o carro até a linha de chegada e comemorar.


Após 52 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:20:14.689
2- Stéphane Sarrazin - Apomatox - França - +2.718
3- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +28.456
4- Nicolas Minassian - West Competition - França - +37.997
5- André Couto - Prema Powerteam - Portugal - +43.485
6- Oliver Martini - AutoSport Racing - Itália - +46.459

Os brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, foi o 11º. Bruno Junqueira, da Draco, abandonou na 20ª volta, após um acidente. Max Wilson, da Edenbridge, abandonou na 10ª volta, após um acidente com Soheil Ayari.

Classificação após 9 etapas:

1- Nick Heidfeld 49 pontos
2- Juan Pablo Montoya 45 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Stéphane Sarrazin 19 pontos
5- Kurt Mollekens 16 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Nicolas Minassian 5 pontos
12- Boris Derichebourg 5 pontos
13- André Couto 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Cyrille Sauvage 2 pontos
19- Gastón Mazzacane 2 pontos
20- Oliver Martini 1 ponto

A próxima etapa foi em Spa Francorchamps. Será que Montoya recuperaria a ponta do campeonato? Será que Heidfeld manteria a liderança? Será que Kurt Mollekens voltaria para correr em Spa Francorchamps? Não vou responder essas questões, até porque elas ficam para o próximo capítulo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 9

Etapa 8: Hockenheim - 1º de agosto de 1998

Bons tempos...



Depois de uma movimentada corrida na Áustria, a Fórmula 3000 faria sua segunda visita a Alemanha no ano de 1998. Mas exatamente onde na Alemanha? Em Baden-Württemberg, no circuito de Hockenheim, para a 8ª etapa da temporada 1998.

Faltando cinco corridas para o fim do campeonato, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova estava 8 pontos a frente de Nick Heidfeld, da West Competition, até o momento (37 a 29). Será que Heidfeld conseguiria recuperar terreno? Isso é o que veremos a partir de agora.

Antes de começar a escrever sobre a etapa, quero mencionar algumas mudanças em relação a pilotos. Um deixou a categoria, um voltou e outro faria sua estreia. Vamos a eles:

- Tomáš Enge: o piloto tcheco, que na época tinha 21 anos, faria sua estreia na Fórmula 3000 Internacional. Enge, em 1997, competiu na Fórmula 3 alemã. Sendo assim, ele disputaria freadas com dois pilotos que foram seus adversários em 1997: Nick Heidfeld e Dominik Schwager. Enge assumiu o carro 9 da Auto Sport Racing, carro que já tinha sido de Rui Águas (Oschersleben) e Dino Morelli (Imola até Mônaco).

- Rui Águas: o piloto português estava de volta a categoria após perder a etapa da Áustria, quando perdeu sua vaga na Coloni para o austríaco Oliver Tichy. Até aquele momento, Águas não fazia uma boa temporada: 9º em Oschersleben, 17º em Barcelona e em Silverstone, 7º em Mônaco e um abandono em Pau. Águas assumiu o carro 18 da Coloni (Tichy seguiu no carro 19), o que significava que...

- ...Giorgio Vinella tinha perdido o posto. O italiano, cuja data de nascimento é a mesma do humano que vos escreve (curiosidade desnecessária #1), ficou sem vaga. Dessa vez Águas tinha dinheiro. Embora Vinella não tenha corrido em Hockenheim, seu campeonato não acaba aqui. Mas isso fica para outra parte.


Voltemos para Hockenheim...


Treino de classificação

O treino de classificação não foi tão movimentado, mas teve seus momentos: Tomáš Enge atropelou Jamie Davies na chicane Clark. Enquanto isso, Soheil Ayari batia no muro de pneus da curva Südkurve.

Além disso, tivemos algumas surpresas:

A pole foi de Nick Heidfeld. Foi a primeira pole do alemão da West Competition na F3000. A segunda posição foi do brasileiro Max Wilson, da Edenbridge. Soheil Ayari, francês da Durango, saiu de 3º. O quarto foi o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. O quinto foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O sexto foi o uruguaio da Astromega, Gonzalo Rodríguez. O sétimo foi o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O oitavo foi o alemão Alex Müller, da Oreca, O nono foi Bruno Junqueira, brasileiro da Draco. Juan Pablo Montoya, colombiano da Super Nova, largou apenas na décima posição. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, saiu da 17ª posição. Em sua estreia na categoria, o tcheco Tomáš Enge, da Auto Sport, largou de 23º.

Dos 34 carros que apareceram em Hockenheim, 32 largariam. O português Rui Águas, da Coloni, largou da 32ª posição. O italiano Fabrizio Gollin, da GS, e o inglês David Cook, da Redman and Bright, não obtiveram tempos bons o suficiente.


A corrida

Se no warm-up, o tempo estava bom, a coisa mudou quando faltavam minutos para a corrida. A chuva começou a cair, e por causa dela, muitos tiveram que largar dos boxes.

Antes que a quinta luz aparecesse, o carro de Max Wilson se mexeu, fazendo com que ele queimasse a largada. Assim que as luzes se apagaram, Wilson deixou o carro morrer e ficou parado. Era um lugar perigoso, pois 30 carros passariam por ele, e o spray causado pelos carros na pista molhada não ajudaria em nada. O brasileiro não foi atingido, porém.

Enquanto Alex Müller rodava sozinho na Ostkurve, o caos aparecia na reta anterior a Bremskurve 2, vários carros danificados e ninguém sabia o que tinha acontecido. Vamos com calma:


Minha nossa...


A confusão começou com o belga Kurt Mollekens, que já estava sem a asa traseira. Atrás dele, Marcelo Battistuzzi e Cyrille Sauvage se estranharam em alta velocidade. A meleca começou aí. O argentino Gastón Mazzacane encheu a traseira de um carro que parecia ser de Mollekens, fazendo com que Gastón terminasse com seu carro de cabeça para baixo. Quem vinha atrás, salvo alguns, batia. A falta de visibilidade não ajuda em nada nos replays, pois só dá para ver direito o acidente que inicia a reação em cadeia. Com muito esforço, dá para ver o acidente de Mazzacane. Além de Mollekens, Battistuzzi, Sauvage e Mazzacane, se envolveram no acidente: Rui Águas, Fabrice Walfisch, André Couto, Giovanni Montanari e Stéphane Sarrazin. Nove pilotos! Bandeira vermelha! Ninguém se feriu, apesar do acidente.

Cyrille Sauvage se envolveu no acidente após uma colisão em alta velocidade com Marcelo Battistuzzi


A corrida foi reiniciada de maneira diferente: apesar da chuva ter parado, a corrida iniciaria atrás do safety car, que só saiu na 5ª volta.

Max Wilson e Soheil Ayari passaram reto na chicane Clark. A pista estava molhada ainda. Logo, perder o ponto de freada, não parecia ser tão difícil. Mas eles se encontrariam de novo. Gonzalo Rodríguez atropelou Ayari, na entrada da Bremskurve 2. Ayari acabou levando Max Wilson junto. Ayari e Wilson estavam os carros bastante danificados e tiveram que abandonar. Enquanto Ayari gesticulava, esbravejava e esperneava, Wilson provavelmente se perguntava do motivo de tanto azar naquele dia.


Max Wilson não teve muitos motivos para sorrir naquele 1º de agosto de 1998


Enquanto isso, Gonzalo Rodríguez sofria para manter seu carro na pista. Como quando errou a entrada da curva Agip, por exemplo.

Após 7 voltas, os seis primeiros eram: Heidfeld, Watt, Minassian, Müller, Montoya e Rodríguez. Mas Minassian perdeu a 3ª posição ao errar a chicane Senna. Enquanto isso, o francês Grégoire de Galzain, da DAMS, rodava sozinho na OpelKürve.

A pista começava a secar. Enquanto isso, as disputas aconteciam: Bruno Junqueira contra Gareth Rees, Werner Lupberger contra Oliver Martini, Dominik Schwager contra Bruno Junqueira. Mas era questão de tempo para que os pitstops começassem. E foi isso que aconteceu. Logo, Boris Derichebourg foi o primeiro de muitos a parar. Gonzalo Rodríguez parou, duas vezes. A primeira foi para cumprir um stop and go por causa do acidente com Soheil Ayari e Max Wilson.

Com o tempo, Alex Müller e Nicolas Minassian voltavam a disputar posição. Minassian chegou a pôr um pneu sobre a grama ao ser fechado por Müller, que tinha que segurar também Juan Pablo Montoya, que ficava mais impaciente, assim como Minassian. Falta de paciência leva a bobagem. Foi o que aconteceu? Sim!

Na entrada da Bremskurve 2, na 30ª volta (2 voltas para o final), Müller e Minassian se estranharam e foram parar na caixa de brita. Montoya, sortudo, seguiu em frente e tomou a 3ª posição. Embora Minassian tenha meio que espremido Müller, foi Minassian que ficou reclamando. Afinal, o francês já era conhecido pelo seu temperamento errático. Para quem o conhecia, não era surpresa.

O alemão Nick Heidfeld passeou em Hockenheim


Lá na frente, Nick Heidfeld conseguia uma vitória convincente, que o deixava perto da liderança do campeonato.


Após 31 voltas:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:12:57.600
2- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +30.200
3- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +45.750
4- Kevin McGarrity - Nordic Racing - Irlanda - +1:06.620
5- Bruno Junqueira - Draco - Brasil - +1:19.380
6- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - +1:21.100


Kevin McGarrity parou muito cedo para trocar pneus. Como recompensa, marcou seus primeiros pontos na Fórmula 3000 Internacional.


Como já mencionado, Marcelo Battistuzzi bateu na 1ª volta. Max Wilson bateu na 5ª.

Classificação após 8 etapas:

1- Juan Pablo Montoya 41 pontos
2- Nick Heidfeld 39 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Kurt Mollekens 16 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Boris Derichebourg 5 pontos
12- Thomas Biagi 3 pontos
13- Kevin McGarrity 3 pontos
14- Dominik Schwager 3 pontos
15- André Couto 3 pontos
16- Bruno Junqueira 3 pontos
17- Cyrille Sauvage 2 pontos
18- Nicolas Minassian 2 pontos
19- Gastón Mazzacane 2 pontos

A próxima etapa foi em Hungaroring. Será que Heidfeld assumiria a liderança do campeonato pela primeira vez? Ou Montoya continuaria na frente? E o resto, se recuperaria? Isso você só vai saber na próxima parte.

domingo, 6 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 8

Etapa 7: A1 Ring - 25 de julho


O traçado do A1 Ring, o atual Red Bull Ring



Após quase dois meses, a Fórmula 3000 estava de volta. Voltando aos mistos permanentes, a categoria foi ao que hoje chamamos de Red Bull Ring, para a 7ª etapa da temporada 1998.

Durante esse tempo, a Fórmula 3000 ganhou 4 pilotos (2 já haviam pilotado em 1998 e os outros 2 já correram na categoria em outros anos) e perdeu 3 (1 deles voltaria ainda em 1998). Vamos a lista:

Voltando a categoria:

- Kevin McGarrity: o irlandês, que perdeu a etapa de Pau por causa da falência de sua equipe, a Raceprep, estava de volta a categoria. Ele assumiu o carro 17 da Nordic.

- Thomas Biagi: o italiano, que não apareceu as etapas de Barcelona, Silverstone, Mônaco e Pau por ter perdido o lugar na Coloni para Rui Águas, voltou a categoria. Ele assumiu o carro 35 da equipe Prema.

- Oliver Tichy: o austríaco, cujo sobrenome é pronunciado como "Tíqui", estava de volta a F3000 depois de ter competido na categoria em 1996 e 1997. Tichy assumiu o carro 19 da Coloni.

Oliver Tichy: De volta a categoria após um interessante 1997


- David Cook: o inglês, que correu em 1997 na 3000, voltou a categoria. Cook assumiu o carro que, até a etapa de Silverstone, pertencia a Jonny Kane: o carro número 24 da Redman and Bright.


Deixando a categoria:

- Brian Smith: o argentino, que por causa do nome é chamado de "El Inglesito", se despediu da categoria após a etapa de Pau. Smith perdeu seu lugar para Kevin McGarrity. Faltou grana. Smith voltou em 1999, aparecendo em 4 corridas. El Inglesito, que chegou a se aposentar do automobilismo em 2001, voltou em 2006 e, atualmente, pilota de vez em quando na Top Race V6, até os dias de hoje.

Brian Smith


- Paolo Ruberti: o italiano, que correu no carro 35, da equipe Prema, perdeu o lugar para Thomas Biagi. Ruberti, que fez sua temporada de estreia em 1998, voltou a categoria em 1999, pela Durango. Ruberti fez uma temporada horrível, conseguindo um 14º como melhor resultado. Desde 2012, Ruberti corre no WEC, na categoria LMGTE Am. Ruberti, junto de Christian Ried e Gianluca Roda, venceu as 12 Horas de Sebring, na categoria LMGTE Am, em 2012 (no geral, chegaram em 29º).

- Rui Águas: o português (que na verdade nasceu em Moçambique) perdeu seu lugar na equipe Coloni, para o austríaco Oliver Tichy.


De volta ao assunto principal.

Treino de classificação

Punições. Essa foi a palavra que definiu o treino de classificação para a corrida da Áustria. Primeiro vamos ao grid de largada. Em seguida, explicarei as punições.

Na pole position, pela primeira (e única) vez em sua carreira na Fórmula 3000, o francês Soheil Ayari, da Durango. Em segundo, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O galês Gareth Rees, da Den Bla Avis, foi o terceiro. O quarto foi o companheiro de equipe de Gareth Rees, o dinamarquês Jason Watt. O quinto foi o brasileiro Bruno Junqueira, da Draco. O sexto foi Gonzalo Rodríguez, uruguaio da Astromega. Nicolas Minassian, francês da West Competition, foi o sétimo. O oitavo foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O nono foi o belga da KTR-Arden, Kurt Mollekens. O décimo foi Oliver Tichy, austríaco da Coloni. O vice líder do campeonato, o alemão Nick Heidfeld, da West Competition, saiu da 13ª posição. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, saiu de 21º. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, saiu em 29º.  Todos os 33 carros puderam largar. O último deles foi o irlandês Kevin McGarrity, da Nordic.

Vamos as punições:

- Juan Pablo Montoya: perdeu a pole por não diminuir a velocidade durante uma bandeira amarela, causada por um acidente de Soheil Ayari.

- Jamie Davies: perdeu o 3º lugar após uma irregularidade com os pneus. Largou em 14º

- Nick Heidfeld: também sofreu uma punição. Era para largar em 14º, mas ganhou uma posição, graças a Jamie Davies. O motivo pela punição é desconhecido.

- Kevin McGarrity: Duas punições envolvendo bandeira amarela fez com que todos os seus tempos fossem desconsiderados. Por isso, Kevin saiu da última posição.


A corrida

A primeira das 48 voltas começou com uma excelente largada de Nicolas Minassian. O francês pulou para 3º, tendo, inclusive, forçado uma ultrapassagem sobre Gareth Rees, na primeira curva. Rees se complicou porque ele foi parar na área de escape, e perdeu muitas posições.

Ainda na 1ª volta, no hairpin Remus, Kevin McGarrity acertou seu companheiro de equipe, o francês Fabrice Walfisch, e ficou com o seu carro em cima do carro do argentino Gastón Mazzacane, da Astromega. Os três abandonaram.

O acidente da 1ª volta. Teve ou não teve sorte o Mazzacane (piloto do carro prateado)?



O safety car veio para a pista. Enquanto o safety car estava na pista, na 2ª volta, o italiano Giorgio Vinella, da Coloni, rodou sozinho na reta dos boxes, dando 2 voltas e meia no próprio eixo. A pista estava bem molhada devido a chuva que caía desde cedo. Pode ter sido um importante fator para esse acidente. Vinella não conseguiu recuperar o carro, que ficou parado na grama.

O safety car eventualmente saiu. Juan Pablo Montoya começava a brigar pela 3ª posição com Jason Watt. Lá na frente estavam Ayari (1º) e Minassian (2º). Ao tentar uma ultrapassagem sobre Watt na curva Castrol, Montoya perdeu contato com o dinamarquês, e, de quebra, perdeu a quarta posição para Bruno Junqueira.

Enquanto Montoya recuperava a quarta posição de Junqueira, na curva Gösser, o inglês David Cook rodava sozinho na curva Castrol.

Na 11ª volta, Gareth Rees e Boris Derichebourg se estranharam na curva Rindt. Derichebourg rodou e Rees foi parar na área de escape. O carro do galês alçou leve vôo, destruindo a asa dianteira. Fim de corrida para o galês.

Gareth Rees teve um péssimo 25 de julho de 1998: perdeu posições na largada e, 10 voltas depois, foi abalroado por Boris Derichebourg.


Lá na frente, Juan Pablo Montoya estava insano. Montoya e Jason Watt tomaram a posição de Nicolas Minassian, com Watt em segundo e Montoya em terceiro. Eventualmente, na Gösser, Montoya ganhou a segunda posição após uma belíssima ultrapassagem sobre Watt. Ainda mais a frente, Soheil Ayari!

Um pouco depois, dois acidentes ao mesmo tempo: Oliver Tichy atingiu Oliver Martini, no hairpin Remus. Tichy, o austríaco, sofreu danos na asa dianteira. Enquanto isso, lá na curva Lauda, o franco-canadense Bertrand Godin, da Durango, rodava sozinho ao passar em cima de uma poça.

E Nick Heidfeld? Largando da 13ª posição, àquela altura, na 18ª volta, o jovem alemão era o 8º, tendo ultrapassado Kurt Mollekens.

Na 20ª volta, Jamie Davies rodou sozinho na curva Rindt. O inglês da DAMS, que teve um fim de semana terrível, abandonou ali mesmo.

Lá no meio do pelotão, Kurt Mollekens e Oliver Martini disputavam a 9ª posição a tapa. Ultrapassagens, quase toques. Parecia que o belga e o italiano brigariam até o final.


Kurt Mollekens disputou posição com vários pilotos, mas no fim das contas, sua posição de chegada foi a mesma de largada: 10º lugar


Na 28ª volta, Max Wilson, brasileiro da Edenbridge, abandonou no hairpin Remus ao ser vítima de uma colisão com o italiano Giovanni Montanari, da Draco.

Na 37ª volta, enquanto Jason Watt era pressionado pelo 4º colocado, o uruguaio Gonzalo Rodríguez, mais dois pilotos abandonavam: David Cook teve um problema de freios e derrapou no hairpin Remus. O alemão Dominik Schwager, da Oreca, que teve um fim de semana complicado, começando no treino de classificação, quando bateu na reta dos boxes, abandonou com problemas mecânicos.

Lá na frente, Soheil Ayari passeava tranquilamente rumo a sua primeira vitória em 1998 na F3000 (foi a segunda e última de Ayari em sua carreira na F3000). Montoya em segundo, Watt em terceiro, Rodríguez em quarto, Minassian em quinto, Junqueira em sexto, Heidfeld em sétimo, logo, Montoya estava tranquilo na classificação do campeonato.


O primeiro ponto do mineiro Bruno Junqueira na Fórmula 3000 Internacional, veio no A1 Ring.



Após 48 voltas:

1- Soheil Ayari - Durango - França - 1:11:04.222
2- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +21.051
3- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +27.611
4- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - +28.371
5- Nicolas Minassian - West Competition - França - +30.973
6- Bruno Junqueira - Draco - Brasil - +33.130


Nicolas Minassian marcou seus primeiros pontos na Fórmula 3000. Seu companheiro de equipe Nick Heidfeld já tinha 29, após 7 corridas.


Os outros brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, foi o 18º, 1 volta atrás. Max Wilson, da Edenbridge, abandonou na 28ª volta.


Classificação após 7 etapas:

1- Juan Pablo Montoya 37 pontos
2- Nick Heidfeld 29 pontos
3- Jason Watt 18 pontos
4- Kurt Mollekens 16 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 6 pontos
11- Boris Derichebourg 5 pontos
12- Thomas Biagi 3 pontos
13- Dominik Schwager 3 pontos
14- André Couto 3 pontos
15- Cyrille Sauvage 2 pontos
16- Nicolas Minassian 2 pontos
17- Gastón Mazzacane 2 pontos
18- Bruno Junqueira 1 ponto


A 3000 saiu da Áustria e foi para a Alemanha, para correr no então maravilhoso e longo circuito de Hockenheim, mas isso eu contarei na próxima parte. Será que Montoya se isolaria na liderança? E Heidfeld, se recuperaria? Será que Watt, Mollekens e os demais recuperariam terreno no campeonato? Descubra!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 7

Etapa 6: Pau - 1º de junho

O circuito de Pau, que é o mesmo desde 1935.



Saindo das ruas apertadas de Monte Carlo, a Fórmula 3000 foi para as ruas apertadas do sudoeste da França, em Pyrénées-Atlantiques, mais precisamente nas ruas da capital de Pyrénées, Pau. O município, cuja pronúncia é PÔ, que tem cerca de 84 mil habitantes, recebeu a sexta etapa da Fórmula 3000 Internacional no ano de 1998. A categoria corria lá desde o início, em 1985. A corrida, porém, existe desde o ano de inauguração da pista, em 1933, e salvo alguns anos (1934, 1940-46, 1956 e 2010), o Grand Prix de Pau é um evento de muito prestígio que já recebeu categorias como a F3000, a Fórmula 2, a Fórmula 1 (as corridas da F1 não eram oficiais), Fórmula Renault, WTCC e Fórmula 3. A corrida, que existe até os dias de hoje, tem a Fórmula 3 como evento principal.

Enquanto isso, a Fórmula 3000 continuava a perder pilotos. Dessa vez foram dois:

- o irlandês Kevin McGarrity ficou sem vaga após o fim de sua equipe, a Raceprep, equipe que fazia seu ano de estreia. Não foi o fim da temporada para Kevin, porém. Serei mais específico nas próximas partes.

- o norte irlandês Dino Morelli ficou sem dinheiro e perdeu sua vaga na Auto Sport Racing. Foi sua despedida da F3000 naquele ano. Dino era um clássico exemplo de piloto talentoso e com pouco dinheiro. Isso e o acidente em Nurburgring em 1997 afetaram sua carreira. Dino ainda apareceu na categoria no triênio 1999-2000-2001. O norte irlandês de Ballymoney encerrou a carreira em 2001, aos 28 anos.


Dino Morelli foi um exemplo de piloto que apesar do talento, não teve tanta sorte na carreira. A falta de dinheiro contribuiu bastante para isso.


Enquanto isso, de volta a Fórmula 3000...


Treino de classificação


Acidentes. Muitos acidentes. Foi isso que aconteceu durante o treino de classificação. Por ser um circuito que não perdoa ninguém, vários pilotos foram vítimas do circuito e seus guard-rails colados a pista. Juan Pablo Montoya, Nick Heidfeld, Soheil Ayari (duas vezes), Giovanni Montanari, todos eles foram vítimas dos guard-rails.

Juan Pablo Montoya, que, por sinal, conquistou a pole. Foi a quinta pole em seis corridas do colombiano da Super Nova. A segunda posição foi de outro latino americano: o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O terceiro, apesar dos acidentes, foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O quarto foi o também francês Boris Derichebourg, da Super Nova. O quinto foi Jason Watt, dinamarquês da Den Bla Avis, disposto a superar o vexame em Monte Carlo. A sexta posição foi do alemão Nick Heidfeld, da West Competition e líder do campeonato. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, largou em sétimo. O oitavo foi o galês Gareth Rees, da Den Bla Avis. O nono foi Jamie Davies, inglês da DAMS. O décimo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Bruno Junqueira, brasileiro da Draco, largou em 12º. Marcelo Battistuzzi, brasileiro da Apomatox, não obteve um tempo bom o suficiente para disputar a corrida.

Dos 32 carros inscritos, 23 disputariam a corrida. O último dos 23 foi o italiano Giovanni Montanari, da Draco.


A corrida


Choveu bastante de manhã. A pista ainda estava úmida quando a corrida começou. Tendo 75 voltas, a corrida começou com Montoya imediatamente jogando o carro para o lado mais seco da pista. Um pouco atrás, uma colisão entre Soheil Ayari e Boris Derichebourg acabou com a corrida deste último.

Na 2ª volta, depois de perder a 2ª posição para Jason Watt, Gonzalo Rodríguez deu uma leve estampada em um muro. O suficiente para destruir a suspensão. Fim de corrida para o uruguaio.

Na 4ª volta, Jamie Davies e Nick Heidfeld se envolveram em uma colisão no hairpin Lycée. Heidfeld ficou com o carro para o lado contrário, Jamie Davies deixou o motor do carro morrer. Atrás dos dois, uns oito, nove carros ficaram parados, causando um engarrafamento daqueles. Enquanto o diretor de prova já estava com a bandeira vermelha em mãos, os fiscais deram um jeito, empurrando o carro de Heidfeld e tirando o carro de Davies. Giovanni Montanari e Rui Águas também deixaram os motores de seus carros morrerem. Davies, Águas e Montanari abandonaram.

Lá na frente, Gastón Mazzacane causava problemas. Sendo retardatário, o argentino da Astromega teve dificuldades em entender que bandeira azul significa que o retardatário deve deixar o piloto na volta do líder passar. Juan Pablo Montoya e Jason Watt que o digam. Principalmente Jason Watt, que por causa de Mazzacane, perdeu a chance de continuar brigando pela vitória com Montoya.

Na 11ª volta, na curva Foch, Bruno Junqueira errou a curva e fechou Stéphane Sarrazin, levando os dois a barreira de pneus. Os dois abandonaram ali mesmo.

Na 18ª volta, Soheil Ayari bateu sozinho na saída da Foch. Com o carro parado em um lugar perigoso, quase sobrou para Max Wilson, mas o brasileiro, que estava logo atrás, desviou do carro de Ayari. Com isso, Wilson pulou para 3º.


Soheil Ayari teve um fim de semana acidentado: Dois acidentes do treino de classificação e dois na corrida (a colisão com Boris Derichebourg e o acidente na curva Foch)


Na 25ª volta, Werner Lupberger bateu sozinho, quebrando a asa traseira. O sul-africano da Edenbridge abandonou ali mesmo.

Na 42ª volta, Jason Watt recolheu seu carro para os boxes. Com a suspensão traseira direita quebrada, Watt encontrou um muro. Mais uma vez, Watt bateu enquanto estava entre os primeiros (Watt era líder em Mônaco e era segundo em Pau).

Enquanto Gastón Mazzacane dificultava a vida de Juan Pablo Montoya, o italiano Paolo Ruberti rodava sozinho na Lycée, na 60ª volta. Ruberti deixou o motor morrer e abandonou ali mesmo.

Falando em Montoya, a pilotagem do colombiano em Pau foi tão incrível que Montoya deu uma volta no pelotão inteiro. Exatamente! O segundo colocado, Max Wilson, estava uma volta atrás de Montoya! E foi assim que a corrida terminou.


Após 75 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:33:10.179
2- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - - 1 volta
3- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - - 1 volta
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - - 1 volta
5- Kurt Mollekens - KTR Arden - Bélgica - - 1 volta
6- André Couto - Prema - Portugal - - 1 volta

Os outros brasileiros? Como já mencionado, Bruno Junqueira se envolveu em um acidente na 11ª volta. Marcelo Battistuzzi não pôde correr, por não ficar entre os 23 pilotos (de 32) que marcaram os melhores tempos.


Classificação após 6 corridas:

1- Juan Pablo Montoya 31 pontos
2- Nick Heidfeld 29 pontos
3- Kurt Mollekens 16 pontos
4- Jason Watt 14 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 10 pontos
7- Max Wilson 9 pontos
8- Jamie Davies 8 pontos
9- Gareth Rees 6 pontos
10- Boris Derichebourg 5 pontos
11- Thomas Biagi 3 pontos
12- Dominik Schwager 3 pontos
13- André Couto 3 pontos
14- Cyrille Sauvage 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos

A primeira metade da temporada havia se encerrado. Faltando seis corridas para o final, a Fórmula 3000 sairia da França e iria para a Áustria.  Será que Montoya e Heidfeld continuariam sua disputa particular pelo título? Será que Mollekens iria se meter? E Watt, será que ficaria longe de azares? E os brasileiros? Próxima parte, eu respondo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 6

Etapa 5: Monte Carlo - 23 de maio


A pista de Mônaco na época. A diferença é que a saída dos boxes era bem antes da Sainte Devote.


A partir de Mônaco, a categoria teria mais um piloto a menos: O norte irlandês Jonny Kane, da Redman and Bright, deixou a categoria. Faltou dinheiro. A corrida em Silverstone foi a última de Jonny Kane na Fórmula 3000. Kane, que foi o 20º naquela corrida, deixou a Europa e partiu para os Estados Unidos, onde competiu na Indy Lights em 1999 e 2000, conseguindo vitórias em Fontana (1999) e Belle Isle (2000). Após um período como piloto de testes da Arrows, Kane deixou os monopostos e migrou para os protótipos. Você que assiste o WEC, certamente já ouviu falar em Jonny Kane. Desde 2010, ele faz parte do trio da equipe Strakka Racing, da categoria LMP2, que também é composto pelo dono da equipe, o inglês Nick Leventis, e o também inglês Danny Watts (ex A1GP).


Jonny Kane (direita), ao lado de Nick Leventis e Danny Watts, seus colegas de carro na Strakka Racing. (Foto de 2013)


Voltando a Monte Carlo e a 1998...



Treino de classificação

O treino de classificação em Mônaco foi diferente em relação as outras pistas, por ser um circuito diferente dos demais. Dentre os 34 pilotos que apareceram, 26 iriam correr. Dentre os oito que não se classificaram estavam, surpreendentemente, o brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, e o francês Soheil Ayari, da Durango. Ayari, porém, não correu porque foi banido da corrida. Durante a classificação, Ayari rodou na curva Anthony Noghes. Não deixou o carro morrer e decidiu mandar um cavalo de pau na saída da curva sem o menor pudor. Estamos falando de Mônaco, circuito bem apertado. Lógico que ia dar zebra. Kurt Mollekens, belga da KTR-Arden, sem ter para onde ir, encheu a traseira do carro do francês. Mollekens saiu de seu carro xingando Ayari de todos os nomes que ele deve ter imaginado.

A pole foi do dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. O segundo foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. Aliás, Heidfeld chegou a sofrer um acidente na curva Casino. "Quick Nick" não se feriu. O terceiro foi o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O quarto foi Stéphane Sarrazin, francês da Apomatox. Jamie Davies, inglês da DAMS, foi o quinto. O sexto foi o português André Couto, da Prema. Estranhou o fato de eu não ter mencionado o nome "Juan Pablo Montoya" até agora? Não se preocupe, você vai ver esse nome várias vezes nesta parte, principalmente. O colombiano, da Super Nova, largou da sétima posição, não largando na pole pela primeira vez no ano. Mas não era para Montoya largar daí. Ele teve suas três melhores voltas cassadas graças a uma bobagem sua: Montoya constantemente diminuía a velocidade no treino de classificação quando encontrava outro piloto em volta lenta ou em volta rápida. Sendo assim, Montoya tinha mais espaço e não precisaria se preocupar com o tráfego. Parecia uma boa ideia. Mas o colombiano pensou em si próprio. Vários pilotos, em volta rápida, tiveram que diminuir a velocidade, graças a essa ideia de Montoya. Mas não seria a única gracinha de Montoya no fim de semana. Apesar do seu acidente, Kurt Mollekens conseguiu o oitavo tempo. O brasileiro Bruno Junqueira, da Draco, foi o nono. O décimo foi o português Rui Águas, da Coloni. Águas chegou a ter um pequeno acidente na Anthony Noghes durante o treino. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou na 25ª e penúltima posição.


A corrida


A primeira de 50 voltas começou com Jason Watt mantendo a ponta. Antes da Sainte Devote, Juan Pablo Montoya passou por André Couto. Na tal curva, Montoya chegou a ficar lado a lado com Stéphane Sarrazin, mas não conseguiu fazer a ultrapassagem. Eventualmente, o colombiano ultrapassou Sarrazin na chicane depois do túnel.


Juan Pablo Montoya largou em sétimo. Não que isso fosse problema, certo?


Aí começaram os acidentes. Na 16ª volta, André Couto deu uma bela pancada na curva Tabac, quebrando a suspensão traseira direita. Enquanto André parava o carro, dava para se notar o pneu pendurado pelo braço da suspensão. Na volta seguinte, o francês Boris Derichebourg, da Super Nova, rodou no hairpin da Loews (o certo seria chamar a curva de Grand Hotel). Na volta 18, Alex Müller, alemão da Oreca, passou reto na Sainte Devote.

Juan Pablo Montoya ultrapassou Jamie Davies de forma incrível na curva do Casino. Saindo da Massenet, Davies deixou uma avenida aberta no lado de dentro. Montoya aproveitou, deixou o carro patinar, acelerou antes e deixou Davies para trás. Luis Roberto diria: "Impressionante!".

Enquanto Jason Watt passeava tranquilamente na liderança, o italiano Paolo Ruberti, da Prema, deu uma leve derrapada na Anthony Noghes. Não acertou nada e não deixou o motor morrer. Segue o jogo para o italiano!

Na volta 29, Bruno Junqueira teve que abandonar. O brasileiro errou o cálculo ao fazer a tomada da curva Tabac, Junqueira fechou o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Sauvage seguiu em frente, mas Junqueira acertou o muro, perdeu o pneu traseiro direito e asa traseira.

Na mesma volta, Juan Pablo Montoya tentou ultrapassar Gonzalo Rodríguez. Tendo a audácia de tentar uma ultrapassagem por fora na chicane depois do túnel, Montoya teve que cortar caminho, já que Rodríguez não facilitou as coisas. Montoya nem quis saber de devolver a posição, já que ele cortou caminho. Rodríguez também cortou caminho, mas Montoya tinha que devolver a posição. Provavelmente ele achou que estava tudo tranquilo, porque Rodríguez cortou caminho. Mas os fiscais não pensavam assim. Montoya teve que cumprir um stop-and-go de dez segundos. O colombiano foi sem reclamar, confiante que recuperaria a posição.

Montoya voltou em 6º, atrás de Stéphane Sarrazin. Sem problemas, afinal, Montoya ultrapassou o francês de novo, e de novo na chicane depois do túnel. Ao contrário da disputa com Rodríguez, Montoya usou a linha de dentro.

A tranquilidade de Jason Watt acabou na volta 40. O dinamarquês, mesmo com uma enorme vantagem sobre Nick Heidfeld, bateu sozinho na saída da curva do Casino. Ah, Jason, essa corrida era sua!


Largou na pole e liderou a corrida tranquilamente até esborrachar o carro na saída da curva do Casino, na volta 40. É ou não é a personificação da palavra "EMPOLGOU"?


Enquanto isso, Montoya atacava novamente! O colombiano pressionava Jamie Davies. O inglês, humilhado pela ultrapassagem que tomou de Montoya na curva do Casino, não queria levar outra ultrapassagem do colombiano, que estava pegando fogo. Em duas voltas, Montoya acertou Davies duas vezes. Na primeira, nada aconteceu. Na segunda, a asa dianteira de Montoya se soltou do carro. Montoya teve que usar a ré para voltar ao traçado e perdeu um belo tempo com isso. Além disso, Montoya estava com um furo no pneu dianteiro direito. Ao invés de ir para os boxes e consertar o carro, Montoya seguiu em frente. Tentando sustentar a quarta posição, Montoya a perdeu para Sarrazin. Kurt Mollekens só conseguiu tomar a 5ª posição, porque Montoya errou na curva Grand Hotel, visto que antes disso, Montoya fechava a porta de um lado e de outro, irritando o belga, que não podia fazer nada.

Nick Heidfeld, lá na frente, estava atrás de sua primeira vitória na 3000, mas ninguém ligava (coitado), já que todos que viam a corrida, queriam saber o que aconteceria com Montoya. Sofrendo com as investidas de Gareth Rees, da Den Bla Avis, o colombiano não queria perder a sexta posição (a última que dava pontos. No caso, 1). Gareth até pareceu ter passado Montoya, mas o colombiano deixou o carro acertar o bólido do piloto galês, que deu uma estampada de traseira na Massenet. Com a suspensão quebrada, só restou a Gareth dar socos no volante.

Nick Heidfeld podia comemorar, porque a vitória era dele. Também foi a primeira vitória da West Competition na Fórmula 3000. Mesmo sem a asa dianteira e com um pneu furado, Juan Pablo Montoya chegou em sexto e conquistou um ponto.


Nick Heidfeld conquistou sua primeira vitória na Fórmula 3000, no circuito de Mônaco



Após 50 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:18:04.955
2- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - +3.861
3- Jamie Davies - DAMS - Reino Unido - +19.510
4- Stéphane Sarrazin - Apomatox - França - +26.607
5- Kurt Mollekens - KTR-Arden - Bélgica - +48.218
6- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +01:11.560

Os brasileiros? Como já mencionei, Bruno Junqueira, da Draco, bateu na 29ª volta. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou na 43ª volta, com a caixa de câmbio danificada.


Classificação após 5 etapas:

1- Nick Heidfeld 25 pontos
2- Juan Pablo Montoya 21 pontos
3- Jason Watt 14 pontos
4- Kurt Mollekens 14 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 10 pontos
7- Jamie Davies 8 pontos
8- Boris Derichebourg 5 pontos
9- Thomas Biagi 3 pontos
10- Dominik Schwager 3 pontos
11- Gareth Rees 3 pontos
12- Max Wilson 3 pontos
13- Cyrille Sauvage 2 pontos
14- André Couto 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos


A próxima etapa da F3000 foi no circuito de Pau, na França. Será que Montoya continuaria com suas estripulias? E Heidfeld, continuaria empolgado? Só na próxima parte do texto é que vamos descobrir.


Aqui embaixo segue um vídeo dos melhores momentos da corrida de Mônaco. A música que toca no final do vídeo se chama "Road Rage" (uma expressão que quer dizer algo como "comportamento agressivo na estrada"), da banda galesa de rock alternativo Catatonia. Combina totalmente com o insano Juan Pablo Montoya que apareceu nas ruas de Monte Carlo naquele fim de semana. Não que isso tenha sido um caso isolado na carreira do colombiano, mas muito longe de ser só um barbeiro, afinal, Montoya veio a protagonizar grandes momentos e fazer corridas incríveis em sua carreira, mas ele passou de todos os limites naquele fim de semana.


domingo, 29 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 5

ETAPA 4: Silverstone - 16 de maio


A pista de Silverstone



A partir de Silverstone, a categoria teria uma equipe a menos: A Elide Racing, que teve o espanhol Polo Villaamil como piloto em Oschersleben e Barcelona, deixou a categoria. A Elide havia estreado em 1997, na etapa de Jerez, com Miguel Ángel de Castro, que não marcou um tempo bom o suficiente para disputar a corrida. Foi também a despedida de Polo Villaamil da Fórmula 3000 Internacional. Polo se aposentou das corridas em 2005. Hoje, com 36 anos, cuida da La Más Mona, um site onde se pode alugar vestidos de marcas famosas.

Enfim, de volta a Silverstone


Treino de classificação

Pela quarta vez em quatro corridas, a pole position era do colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. Em segundo, o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. Em terceiro, o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis, vice líder do campeonato. O galês Gareth Rees, também da Den Bla Avis, conquistou sua melhor posição de largada em sua estadia na 3000 até então: um quarto lugar. O quinto foi o argentino Gastón Mazzacane, da Astromega. O sexto foi o brasileiro nascido em Hamburgo, Max Wilson, da Edenbridge. O sétimo, em sua melhor posição de largada na 3000 até então, estava o brasileiro da Draco, Bruno Junqueira. O oitavo foi o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O nono era o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O décimo era o italiano Giovanni Montanari, da Draco. O belga Kurt Mollekens, da KTR-Arden e líder do campeonato, largou da 14ª posição. O terceiro colocado do campeonato, o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox, largou de 25º. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou da 34ª e penúltima posição. Todos os 35 pilotos, que chegaram para competir em Silverstone, largaram.

Jason Watt largou da terceira posição


A corrida

A primeira das 40 voltas começou sem nenhum acidente, com Gareth Rees indo para terceiro, enquanto que Gastón Mazzacane e Max Wilson trocavam de posições.

O safety car veio na 5ª volta devido a um acidente entre o brasileiro da Apomatox, Marcelo Battistuzzi, e o francês da GP Racing, Cyrille Sauvage, na saída da curva Bridge. Os dois abandonaram. Na volta seguinte, durante a estadia do safety car na pista, Soheil Ayari, da Durango, foi para os boxes reparar um dano no carro após um acidente. Possivelmente, Ayari teria se envolvido no acidente com Battistuzzi e Sauvage. O francês também abandonou.

Na 8ª volta, Kevin McGarrity, irlandês da Raceprep, e Mark Shaw, inglês da Redman and Bright, se estranharam na entrada da Abbey. Os dois abandonaram. Enquanto isso, Jason Watt recuperava a 3ª posição de Gareth Rees.

Na 15ª volta, Christian Horner, inglês da Arden, abandonou ao sair da pista e perder o spoiler dianteiro. Enquanto isso, em um repeteco de Oschersleben, Brian Smith, argentino da Nordic, segurava um pelotão que crescia mais e mais.

Lá na frente, Nick Heidfeld apresentava problemas no seu carro: algumas peças se soltaram, do nada, deixando um rastro de detritos na reta antes da curva Stowe.

Na 25ª volta, o italiano Fabrizio Gollin, da GP Racing, abandonou com problemas na embreagem. Enquanto isso, na Luffield, o português André Couto, da Prema, abandonou após uma colisão com o também português Rui Águas, da Coloni. Águas seguiu na corrida.


O português André Couto, da Prema, não teve sorte naquela corrida. Largando da 20ª posição, Couto abandonou após um acidente com o compatriota Rui Águas.


Na volta 32, o italiano Oliver Martini, da Auto Sport, rodou sozinho e abandonou. Um pouco antes, o norte irlandês Jonny Kane, da Redman and Bright, rodou na frente do francês Boris Derichebourg, na curva Club. Kane seguiu em frente.

Na volta 35, abandonos simultâneos: na Luffield, o francês Fabrice Walfisch, da Nordic, rodou e ficou com o carro atolado na lama. Enquanto isso, o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega, andava vagarosamente até abandonar com a embreagem danificada.


Nicolas Minassian, francês da West Competition: corrida correta por parte dele. Só faltou chegar nos pontos. (Sétimo)


Lá na frente, Juan Pablo Montoya estava "suave na nave". Com uma grande vantagem sobre Heidfeld, restou ao colombiano ganhar a corrida sem dificuldades.


Após 40 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:10:08.886
2- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +12.906
3- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +25.300
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - +26.276
5- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - +26.613
6- Gastón Mazzacane - Astromega - Argentina - +30.758

Os outros brasileiros? Como já mencionado, Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou na 5ª volta. Bruno Junqueira, da Draco, foi o nono colocado.


Classificação após 4 corridas:

Com Kurt Mollekens terminando em oitavo, o campeonato tinha um novo líder: Juan Pablo Montoya!

1- Juan Pablo Montoya 20 pontos
2- Nick Heidfeld 15 pontos
3- Jason Watt 14 pontos
4- Kurt Mollekens 12 pontos
5- Stéphane Sarrazin 10 pontos
6- Boris Derichebourg 5 pontos
7- Jamie Davies 4 pontos
8- Gonzalo Rodríguez 4 pontos
9- Thomas Biagi 3 pontos
10- Dominik Schwager 3 pontos
11- Gareth Rees 3 pontos
12- Max Wilson 3 pontos
13- Cyrille Sauvage 2 pontos
14- André Couto 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos

Na semana seguinte, a F3000 foi da Inglaterra para Mônaco. Como será que foi a corrida? Será que Montoya continuou sua grande campanha na temporada? Será que Heidfeld começaria a entrar no caminho do colombiano? E os brasileiros? Descubra na próxima parte deste texto.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 4

ETAPA 3: Barcelona - 9 de maio

A terceira etapa foi na Espanha, no circuito da Catalunya, em Montmeló, Barcelona, Espanha. Inaugurado em 1991, o circuito tinha 13 curvas.

A pista de Barcelona naquela época. A curva "La Caixa" era diferente e não existia chicane nenhuma antes da "New Holland".


Antes de falarmos sobre a corrida, mencionemos as mudanças:

- Polo Vilaamil, espanhol da Elide Racing, voltou a categoria depois de não se classificar para a etapa de Oschersleben e não aparecer em Imola.

- O português Rui Águas, que perdeu sua vaga na AutoSport Racing para Dino Morelli na etapa de Imola, pegou a vaga de Thomas Biagi na Coloni.


Treino de classificação


Juan Pablo Montoya conquistou a terceira pole em três corridas. Já estava na hora do colombiano conquistar um ponto, visto que ele teve azar em Oschersleben e se envolveu em um acidente besta em Imola. O colombiano da Super Nova largou na primeira fila. Também na primeira fila, o francês Soheil Ayari, da Durango, que assim como Montoya, estava zerado no campeonato. Será que Montoya e Ayari finalmente iriam marcar pontos?

Nick Heidfeld, alemão da West Competition, largou em terceiro. O quarto foi o alemão Dominik Schwager, da Oreca. O quinto foi o belga Kurt Mollekens, da KTR-Arden. O sexto foi o francês Boris Derichebourg, da Super Nova. O sétimo foi o italiano Giovanni Montanari, da Draco. O oitavo foi o francês da West Competition, Nicolas Minassian. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, foi o nono. O décimo foi o companheiro de equipe de Max Wilson, o sul-africano Werner Lupberger. O dinamarquês da Den Bla Avis, Jason Watt, um dos líderes do campeonato, largou em 11º. O outro líder do campeonato, o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox, largou em 25º. Os outros brasileiros? Bruno Junqueira, da Draco, largou em 26º. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, saiu da 30ª posição. Dos 36 carros inscritos, 35 correram. O italiano Fabrizio Gollin, da GS, não obteve um tempo bom o suficiente e ficou de fora. O franco-canadense Bertrand Godin, da Durango, passou por um susto enorme: ele sofreu um forte acidente na saída da última curva. Godin não se feriu e ele correu, largando em 20º.

Jason Watt (o piloto do carro que está na frente) largou apenas na 11ª posição.



A corrida

Antes do início da corrida, Dino Morelli ficou com o carro parado na volta de apresentação. O norte irlandês da Auto Sport, que largaria em 21º, teve de largar dos boxes.

A corrida, que teve 44 voltas, teve Juan Pablo Montoya, pela primeira vez na temporada, mantendo a liderança, com Nick Heidfeld em segundo. Soheil Ayari despertou seu Mark Webber interior e largou tão mal, que foi parar em sétimo. No fim da primeira volta, os sete primeiros eram: Montoya, Heidfeld, Mollekens, Derichebourg, Schwager, Ayari e Wilson.

Lá atrás, o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega, fazia uma corrida de recuperação. Largando da 27ª posição, Gonzalo começava sua escalada para obter um bom resultado, ultrapassando o italiano Paolo Ruberti, da Prema. Porém, foi descoberto que Gonzalo tinha queimado a largada (pela 2ª vez seguida) e teria que cumprir um stop-and-go nos boxes.

Ao tentar uma ultrapassagem muito otimista sobre Montoya na curva "Seat", Heidfeld deu um giro de 360 graus. Heidfeld tinha acertado a traseira do carro de Montoya. Continuou na corrida, mas caiu para 7º.

Um ocorrido bizarro aconteceu por volta do 30º giro: Polo Villaamil, espanhol da Elide, perdeu uma parte da lateral do cockpit, que fica na altura do pescoço do piloto, antes da curva Repsol. Villaamil seguiu em frente, mas que foi esquisito, foi.

Dois acidentes separados ocorreram na curva Renault, na volta 40: Marcelo Battistuzzi, da Apomatox passou reto devido a problemas nos freios. O brasileiro, que estava 2 voltas atrás do líder Montoya, abandonou. Enquanto os fiscais recolhiam o carro do brasileiro, Jonny Kane, da Redman Bright, e Gastón Mazzacane, da Astromega, se estranhavam na mesma curva. Os fiscais tiveram que sair correndo, mas voltaram para recolher os outros carros. O norte irlandês Kane, que havia se envolvido em um outro acidente antes, e o argentino Mazzacane abandonaram.

Boris Derichebourg, francês da Super Nova: uma corrida corretíssima de Boris, que foi recompensado por isso.


Enquanto Nick Heidfeld tentava se recuperar, estando em 6º, seu companheiro de equipe, o francês Nicolas Minassian abandonava a corrida nos boxes. O segundo abandono em três corridas. Enquanto isso, Heidfeld tinha 9 pontos (6 em Oschersleben e 3 em Imola). Só que o dia 9 de maio de 1998 estava muito longe de ser o dia de Nick Heidfeld: um acidente com Max Wilson, o deixou ainda mais para trás. Heidfeld ficou com um pneu furado e caiu para 26º (!). Max Wilson perdeu um pedaço do carro, mas seguiu em frente.

Enquanto isso, Juan Pablo Montoya caminhava de boa para a sua primeira vitória na 3000 em 1998, e seus primeiros pontos também.


Após 44 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:12:50.057
2- Kurt Mollekens - KTR-Arden - Bélgica - +7.760
3- Boris Derichebourg - Super Nova - França - +9.393
4- Dominik Schwager - Oreca - Alemanha - +10.223
5- Soheil Ayari - Durango - França - +10.756
6- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - +29.283

Os outros brasileiros? Bruno Junqueira, da Draco, foi o 16º e Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou na 40ª volta.


Classificação após 3 corridas:

Com Jason Watt (10 pontos) terminando em 7º, Stéphane Sarrazin (10 pontos) sendo o 15º, Nick Heidfeld (9 pontos) sendo o 26º, a liderança do campeonato trocava de mãos:

1- Kurt Mollekens 12 pontos
2- Jason Watt 10 pontos
3- Stéphane Sarrazin 10 pontos
4- Juan Pablo Montoya 10 pontos
5- Nick Heidfeld 9 pontos
6- Boris Derichebourg 5 pontos
7- Jamie Davies 4 pontos
8- Gonzalo Rodríguez 4 pontos
9- Thomas Biagi 3 pontos
10- Dominik Schwager 3 pontos
11- Cyrille Sauvage 2 pontos
12- André Couto 2 pontos
13- Soheil Ayari 2 pontos
14- Gastón Mazzacane 1 ponto
15- Max Wilson 1 ponto

A próxima etapa foi em Silverstone. Como foi? Isso você só vai descobrir na próxima parte!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 3

ETAPA 2: Imola - 25 de abril

A pista de Imola


A segunda corrida da F3000 aconteceu no Autodromo Enzo e Dino Ferrari, localizado em Imola, Itália. A pista de 4.959km tinha 17 curvas. A corrida teve 42 voltas.

Dentre os pilotos que correram em Oschersleben, houve uma mudança. Na Auto Sport Racing, o português Rui Águas foi substituído pelo norte-irlandês Dino Morelli. Morelli, que pilotaria pela Salisbury Engineering como já mencionado na primeira parte, correria na F3000 pela primeira vez desde seu horrendo acidente em Nürburgring, em 1997. Para quem não sabe, naquela corrida, Dino acertou em cheio o carro de Gareth Rees, perdeu as rodas dianteiras e a suspensão, deu um esbarrão em Cyrille Sauvage e foi descontrolado para a barreira de pneus com o acelerador travado. Dino quebrou os tornozelos, além de ter sofrido uma concussão, lesões no peito e vários cortes no rosto.

Treino de classificação

Mais uma vez, Juan Pablo Montoya, da Super Nova, era o pole position. Em segundo, Gonzalo Rodríguez, o uruguaio da Astromega. O dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis, largou em terceiro. Saindo da quarta posição estava Kurt Mollekens, o belga da KTR-Arden. O quinto foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O sexto era Soheil Ayari, o francês da Durango. O brasileiro da Edenbridge, Max Wilson, largou em sétimo. O oitavo foi o francês Boris Derichebourg, da Super Nova. O nono foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. O décimo foi o argentino Brian Smith, da Nordic. O líder do campeonato, Stéphane Sarrazin, francês da Apomatox, largou em 18º. Bruno Junqueira, brasileiro da Draco, largou em 23º e Marcelo Battistuzzi, brasileiro da Apomatox, saiu da 25ª posição. A corrida contou com 35 pilotos e todos eles puderam largar.

A corrida

Enquanto Montoya largava mal de novo e perdia a liderança para Gonzalo Rodríguez, dois acidentes aconteciam lá atrás. Paolo Ruberti e Dino Morelli abandonaram. Ruberti foi acertado por Alex Müller e Stéphane Sarrazin. Na chicane Tamburello, Gareth Rees e Dino Morelli se estranharam. Morelli foi rodando para todo lado até parar na caixa de brita. Rees e Müller abandonaram na segunda volta. Sarrazin foi para os boxes, já que uma parte do seu carro estava danificada. Sua corrida já estava arruinada a partir dali.

Dino Morelli depois do toque com Gareth Rees


Por causa dos acidentes, o safety car apareceu. Algumas voltas depois, ele saiu. Na relargada, Juan Pablo Montoya rodou sozinho depois da Rivazza, mas o colombiano seguiu em frente. Voltas depois, Montoya errava constantemente a saída da chicane Villeneuve, colocando o pneu na grama.

Foi descoberto que Gonzalo Rodríguez, que tinha tomado a liderança de Montoya, queimou a largada, embora muitos já suspeitassem disso. Uma hora, o uruguaio perderia a liderança e seria punido. Foi confirmado que Gonzalo teria que cumprir um stop-and-go de 10 segundos.

Juan Pablo Montoya abandonou na 14ª volta, após atropelar a traseira do carro de Nick Heidfeld. O colombiano tentou ultrapassar o carro do alemão, mas não tirou o carro a tempo para fazer a manobra de ultrapassagem.

Na 25ª volta, foi a vez de Cyrille Sauvage fazer bobagem. Tentando ultrapassar Max Wilson, o francês deu um toque na traseira do carro do brasileiro. Sauvage foi reto e Wilson rodou no meio da pista. Os dois abandonaram.

O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox


Com Gonzalo Rodríguez cumprindo sua punição, Jason Watt tomou a ponta. Após 26 voltas, o top 6 tinha: Watt, Mollekens, Ayari, Heidfeld, Rodríguez e André Couto.

Na volta 33, enquanto tentava dar uma volta no retardatário Bertrand Godin, o italiano Giorgio Vinella foi atingido pelo franco-canadense e capotou. Vinella abandonou e saiu ileso. Godin abandonou com a suspensão quebrada. Também pudera! Com isso o safety car apareceu de novo.

Um pouco depois da saída do safety car, na volta 38, Soheil Ayari saiu da pista na Variante Bassa. Voltou e fechou a porta na cara de Nick Heidfeld. Fechando também Gonzalo Rodríguez, Ayari saiu de novo da pista, na Tamburello, e rodou. Ayari ficou com o carro atolado na caixa de brita e abandonou ali mesmo.

Soheil Ayari tinha tudo para chegar no pódio. Mas uma série de erros fez com que ele ficasse com o carro atolado na caixa de brita


Para Jason Watt, só restou segurar Kurt Mollekens até o final para vencer a etapa de Imola. A terceira posição ficou com Gonzalo Rodríguez. Se ele não tivesse queimado a largada, Jason Watt não seria o vencedor.

Com a vitória, Jason Watt pulou para a liderança do campeonato, empatado com Stéphane Sarrazin


Após 42 voltas:

Top 6:

1- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - 1:16:38.513
2- Kurt Mollekens - KTR-Arden - Bélgica - +0.559
3- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - +1.004
4- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +2.871
5- André Couto - Prema Powerteam - Portugal - +8.113
6- Boris Derichebourg - Super Nova - França - +10.387

Bruno Junqueira foi o 16º e Marcelo Battistuzzi o 22º.

Classificação após duas corridas:

1- Jason Watt 10 pontos
2- Stéphane Sarrazin 10 pontos
3- Nick Heidfeld 9 pontos
4- Kurt Mollekens 6 pontos
5- Jamie Davies 4 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 4 pontos
7- Thomas Biagi 3 pontos
8- André Couto 2 pontos
9- Cyrille Sauvage 2 pontos
10- Gastón Mazzacane 1 ponto
11- Boris Derichebourg 1 ponto

A próxima etapa foi em Barcelona. Mas teremos que esperar pela próxima parte.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 2

ETAPA 1: OSCHERSLEBEN, 10 de abril de 1998

A primeira parada da 3000 foi no Motorsports Arena Oschersleben, na cidade homônima, localizada na Alemanha. Inaugurada em 1997, a pista de 3.667km tem 9 curvas. Foi a primeira vez da categoria naquele autódromo.

A pista de Oschersleben


Treino Classificatório

A pole foi de Juan Pablo Montoya, da Super Nova. Nick Heidfeld, da West Competition, largou em segundo. Na terceira posição, Max Wilson, da Edenbridge. O quarto foi Soheil Ayari, da Durango. Gonzalo Rodríguez, da Astromega, largou em quinto. A sexta posição foi do argentino Brian Smith, da Nordic. O alemão Dominik Schwager, da Oreca, foi o sétimo. O oitavo foi Paolo Ruberti, da Prema. O belga da KTR-Arden, Kurt Mollekens, largou em nono. O outro piloto da Prema, André Couto, largou em décimo. Os outros brasileiros? Bruno Junqueira, da Draco, largou em 14º. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, conseguiu o 34º tempo. Sabendo que 30 carros largariam...

A corrida

Chovia bastante em Oschersleben. A primeira das 56 voltas começou com Montoya largando mal e perdendo a liderança para Nick Heidfeld. Atrás do colombiano, Soheil Ayari rodava na curva 1. Ele continuou sem problemas. Mais atrás, Nicolas Minassian, da West Competition, e o italiano Giovanni Montanari, da Draco. Minassian perdeu o bico e Montanari abandonou ali mesmo.

Lá na frente, Montoya perdia posições para Max Wilson, Gonzalo Rodríguez e Brian Smith. No fim da primeira volta, foi a vez de Bruno Junqueira e André Couto se estranharem. Os dois abandonaram. O português não ficou nem um pouco satisfeito, gesticulando na direção de Bruno. Na segunda volta, foi a vez de Gonzalo Rodríguez dar um derrapada. Foi um 360 e o uruguaio continuou.

Jamie Davies, inglês da DAMS, que largou em 27º, já era o 16º. Na 11ª volta, Soheil Ayari recolheu para os boxes e abandonou com problemas de direção.

Enquanto Brian Smith segurava um pelotão que crescia mais e mais, Jason Watt, que tentava ultrapassar o argentino, quase saía da pista. Mas na entrada da curva 1, o dinamarquês conseguiu ultrapassá-lo. Na 12ª volta, Boris Derichebourg, da Super Nova, deu uma fechada criminosa no galês Gareth Rees, da Den Bla Avis. O francês continuou, já o galês, gesticulando para todos os lados, abandonou.

Soheil Ayari começou derrapando na primeira curva. Andou por mais 11 voltas até ter problemas de direção.


Enquanto Bertrand Godin era o primeiro a pôr pneus para pista seca, já que a chuva tinha parado e trilhas secas haviam se formado, Gonzalo Rodríguez rodou descontroladamente depois de passar Juan Pablo Montoya, na 19ª volta. O uruguaio abandonou.

Jason Watt foi obrigado a cumprir um drive-through ao ultrapassar sob bandeira amarela. O dinamarquês era o terceiro. Lá na frente, Nick Heidfeld xingava o francês Fabrice Walfisch, da Nordic, de todos os nomes possíveis. O motivo? Walfisch, retardatário, demorou uma eternidade para deixar o líder Heidfeld passar.

Na 29ª volta, Boris Derichebourg ataca novamente! A vítima foi o inglês Christian Horner, da Arden. Horner abandonou a corrida.

Após seu pitstop, Juan Pablo Montoya perdeu o pneu traseiro esquerdo, muito mal fixado no pitstop. Montoya conseguiu voltar, mas o colombiano, líder da corrida com o pitstop de Heidfeld, teve a corrida arruinada. Com esse incidente e muitas paradas para trocar pneu, a liderança caiu no colo do estreante francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. Enquanto isso, Heidfeld não parava de sair da pista.

Montoya: Da pole ao 15º lugar. Isso, claro, veio principalmente graças a uma bobagem da Super Nova


Na volta 45, Nicolas Minassian abandonou após a sua dianteira se soltar. Enquanto isso, Brian Smith rodava na frente dele. O argentino seguiu. Já na volta 47, foi a vez do brasileiro Max Wilson bater. O piloto da Edenbridge abandonou.

Thomas Biagi fez uma corrida simples, porém correta. E foi recompensado por isso.


Lá na frente, Stéphane Sarrazin levou tranquilamente seu carro até a linha de chegada para vencer em sua estreia na 3000. O pódio seria completado por Nick Heidfeld e o italiano Paolo Ruberti, da Prema. Seria. Não foi. Paolo Ruberti foi desclassificado por uma irregularidade no carro. Sendo assim, o terceiro lugar foi de Jamie Davies, da DAMS.

Após 56 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Stéphane Sarrazin - Apomatox - França - 1:11:52.384
2- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +11.283
3- Jamie Davies - DAMS - Reino Unido - +37.486
4- Thomas Biagi - Coloni - Itália - +40.501
5- Cyrille Sauvage - GP Racing - França - +50.473
6- Gastón Mazzacane - Astromega - Argentina - +53.300

Classificação:

1- Stéphane Sarrazin 10 pontos
2- Nick Heidfeld 6 pontos
3- Jamie Davies 4 pontos
4- Thomas Biagi 3 pontos
5- Cyrille Sauvage 2 pontos
6- Gastón Mazzacane 1 ponto

A próxima corrida seria realizada em Imola. Mas ela fica para a próxima parte.