quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 13

Etapa 12: Nürburgring - 26 de setembro


A pista de Nürburgring. Na época, ainda não existia o setor Arena (depois da curva 1). A curva 1 era uma chicane e não um hairpin. Na minha opinião, dentre as versões curtas de Nürburgring (ou seja, nada de Nordschleife), essa é a minha favorita.


Vinte dias depois da etapa de Enna Pergusa, a Fórmula 3000 Internacional correria pela última vez em 1998. A pista? Nürburgring.

Antes de escrever sobre a corrida, como sempre, escrevo sobre trocas de pilotos. Em Nürburgring, isso também aconteceu.

- Nicolas Minassian: Devido a fraquíssima performance (Heidfeld havia marcado 58 pontos. Minassian havia marcado 5), o francês Nicolas Minassian foi chutado sem dó pela West Competition. Não foi a despedida de Minassian da categoria, mas a corrida de Enna Pergusa foi a última dele em 1998. Na verdade, a West Competition mandando Minassian embora foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com ele. Em 1999, Minassian competiu pela Kid Jensen, conseguindo uma vitória (Silverstone), 20 pontos e o 6º lugar no campeonato. Em 2000, competindo pela Super Nova (que tinha o apoio da Benetton), Minassian ganhou 3 corridas (Imola, Magny-Cours e A1Ring), 45 pontos e o vice campeonato. A partir de 2001, sua carreira desandou. Após uma passagem medíocre pela CART e aparecendo aleatoriamente em algumas categorias, Minassian, hoje em dia, dá seus chiliques no WEC.

- Bas Leinders: Campeão da Fórmula 3 Alemã em 1998, o belga Bas Leinders foi convidado pela West Competition para disputar essa corrida.


O que Montoya e Heidfeld precisavam para conquistarem o título?

- Montoya: O colombiano da Super Nova tinha três pontos de vantagem sobre Nick Heidfeld. Uma vitória de Montoya daria o título a ele, sem depender de Quick Nick. Um segundo lugar daria o título a Montoya, contanto que Heidfeld terminasse atrás dele. E isso valia para as outras posições: Montoya chega em uma certa posição, Heidfeld tem que terminar atrás, a não ser quando os dois terminassem a partir de 7º (já que os 6 primeiros ganhavam pontos)

- Heidfeld: O alemão da West Competition tinha que chegar na frente de Montoya. Mas não só exatamente na frente. Uma vitória de Heidfeld daria o título a ele, não importando o que acontecesse. Caso Heidfeld fosse 2º, Montoya teria que terminar em 5º (se o colombiano terminasse em 4º, eles ficariam empatados com 64 pontos e Montoya levaria o título por ter mais vitórias). Heidfeld podia terminar até em 3º, que o título era dele (para Heidfeld ser campeão com um 3º lugar, Montoya não podia pontuar).


Treino de classificação

Nick Heidfeld estava disposto a conseguir a pole position. Correndo com o apoio da torcida alemã, Quick Nick fez o tempo mais rápido e foi o pole position... por algumas horas. Durante um teste de rotina da FIA, foi descoberto que o combustível do carro 30 (o carro de Heidfeld) tinha uma irregularidade. Com isso, todos os seus tempos foram removidos. Dos 33 pilotos que apareceram em Nürburgring, 32 largariam, e com isso, Heidfeld seria o piloto que ficaria de fora. Vish! Mas tudo veio a ser resolvido: A West Competition tirou seu outro piloto, Bas Leinders, do grid, e o substituiu, colocando Nick em seu lugar. Heidfeld largaria de 32º e último. Enquanto isso, a estreia de Bas Leinders na F3000 era adiada.

E quem ficou com a pole position?

Juan Pablo Montoya, com isso, herdou a pole position, e ficava mais perto do título. Ficava bem claro que só Montoya podia tirar o título das próprias mãos (E isso era bem possível, afinal, Montoya aprontou naquela temporada). Ao lado do piloto da Super Nova estava o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. Em terceiro, o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. O quarto foi o belga Kurt Mollekens, da KTR-Arden. O quinto foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O sexto foi o português André Couto, da Prema. O sétimo foi o argentino Gastón Mazzacane, da Astromega. O oitavo foi o brasileiro Bruno Junqueira, da Draco. O nono foi o italiano Oliver Martini, da Auto Sport. O décimo foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. Max Wilson, da Edenbridge, largou de 24º. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou em 25º.


A corrida

A corrida, que teve 45 voltas, começou movimentadíssima. Gastón Mazzacane ficou parado no grid. Gonzalo Rodríguez largava muito bem e tomava a liderança de Montoya antes da primeira curva. Na primeira curva, um acidente envolvendo três pilotos: Bruno Junqueira acertou Soheil Ayari e Oliver Martini de uma vez só. Com a suspensão quebrada, Junqueira abandonou. Ayari também.

Bruno Junqueira (foto do ano 2000) terminava sua temporada causando um strike na primeira curva


No fim da segunda volta, Oliver Tichy e Werner Lupberger se estranharam na Coca-Cola Kurve. O pneu dianteiro esquerdo de Tichy acertou o pneu traseiro direito de Lupberger, fazendo com que este último ficasse de cabeça para baixo. Apesar do susto, o sul-africano não se feriu. Apesar da colisão, Tichy continuou na corrida. Por causa do acidente, o safety car apareceu. Algumas voltas depois, o safety car saiu. Gonzalo Rodríguez era o primeiro. Jason Watt o segundo, Juan Pablo Montoya o terceiro. Nick Heidfeld já era o 17º.

Enquanto isso, as colisões aconteciam. Na Bit-Kurve, o italiano Giorgio Vinella, da Coloni, quebrou o spoiler dianteiro ao tentar passar Gastón Mazzacane. Na Veedol-Schikane, o escocês Mark Shaw, da Redman and Bright, se estranhava com o inglês Christian Horner, da Arden. O francês Boris Derichebourg, da Super Nova, tentou desviar de Shaw, mas não conseguiu, acertando levemente o bólido amarelo do escocês. Derichebourg quebrou o spoiler dianteiro e aparentou ter quebrado a suspensão, porque ele abandonou ali mesmo.

Na 12ª volta, o italiano Fabrizio Gollin, da GS, foi abalroado pelo francês Grégoire de Galzain, da DAMS, na Coca-Cola Kurve. Gollin ficou com o carro atolado na caixa de brita. Fim de prova para ele. Enquanto isso, Heidfeld já era o 14º.

Na 20ª volta, Marcelo Battistuzzi bateu na Bit-Kurve, assustando alguns fiscais, pois o carro conseguiu bater bem perto de onde eles estavam. Fim de corrida para o brasileiro. Um pouco mais à frente, Heidfeld era o 11º. Será que dava? Enquanto isso, Montoya tomava a segunda posição de Jason Watt. A tarefa ficava complicada para Quick Nick.

Mais ou menos na 25ª volta, a chuva começou a cair. Enquanto as equipes se preparavam nos boxes com os pneus de chuva, Grégoire de Galzain e Alex Müller erravam o traçado em partes diferentes da pista. A chuva, provavelmente, contribuiu para isso.

Embora a chuva estivesse fraca, a pista estava bem escorregadia. Logo, parar para trocar pneus parecia ser a melhor escolha, já que todos usavam slicks. Mark Shaw reforçava essa tese ao sair da pista. Lá na frente, na primeira curva, Nick Heidfeld rodava. Ele continuou na corrida, mas perdeu a 10ª posição.

Juan Pablo Montoya perdia a segunda posição para Jason Watt. Enquanto isso, Heidfeld, na 13ª posição, chegava no momento de desespero.


Tomaš Enge fez uma corrida discreta, porém correta. Com vários erros dos pilotos à frente e dos pilotos de trás, Enge se beneficiou com isso tudo.


Lembra quando escrevi que parecia ser a melhor escolha trocar de pneu? Eh... então... desconsiderem essa parte. Gareth Rees, que trocou de pneu, perdia rendimento de maneira absurda. Rees terminava seu dia rodando sozinho na última volta e abandonando.

Lá na frente, Gonzalo Rodríguez, de boa na lagoa, caminhava para a sua segunda vitória na F3000. Jason Watt foi o segundo. E Juan Pablo Montoya garantiu o terceiro lugar e o título da temporada! Nick Heidfeld, depois de uma pilotagem insistente, só conseguiu o nono lugar, que era pouco, comparado ao que ele precisava.


Gonzalo Rodríguez vencia mais uma vez de forma excepcional, mas...


...o cara do momento era o piloto desse carro aí: Juan Pablo Montoya, que com o terceiro lugar, garantiu o título.


Após 45 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - 1:12:37.086
2- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +25.580
3- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +30.292
4- Kurt Mollekens - KTR-Arden - Bélgica - +38.785
5- André Couto - Prema - Portugal - +39.712
6- Tomaš Enge - Auto Sport - República Tcheca - +42.323

Nick Heidfeld, da West Competition, foi o nono. Nenhum brasileiro completou a corrida. Bruno Junqueira, da Draco, fez um strike na largada. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, bateu na 20ª volta. Max Wilson, da Edenbridge, bateu à duas voltas para o fim da corrida.

Classificação final:

1- Juan Pablo Montoya 65 pontos CAMPEÃO!
2- Nick Heidfeld 58 pontos
3- Gonzalo Rodríguez 33 pontos
4- Jason Watt 30 pontos
5- Soheil Ayari 20 pontos
6- Stéphane Sarrazin 19 pontos
7- Kurt Mollekens 19 pontos
8- Gareth Rees 10 pontos
9- Max Wilson 9 pontos
10- Jamie Davies 8 pontos
11- André Couto 7 pontos
12- Nicolas Minassian 5 pontos
13- Boris Derichebourg 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Oliver Martini 3 pontos
19- Alex Müller 2 pontos
20- Cyrille Sauvage 2 pontos
21- Gastón Mazzacane 2 pontos
22- Tomaš Enge 1 ponto
23- Marcelo Battistuzzi 1 ponto
24- Werner Lupberger 1 ponto

E assim terminava mais uma temporada da Fórmula 3000 Internacional. Apesar disso, não é o fim desse texto aqui no "Volta de Apresentação". Ainda terá mais uma parte. Aí podemos seguir em frente com outras categorias.

sábado, 9 de janeiro de 2016

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 12

Etapa 11: Enna Pergusa - 6 de setembro


A pista de Enna Pergusa. Desde 2005, a primeira parte da Proserpina é mais fechada.


Uma semana depois de uma etapa bem equilibrada na Bélgica, a Fórmula 3000 foi para a Itália. Para ser mais exato, foram para a região da Sicília, na cidade de Enna. Era lá que aconteceria a penúltima etapa da temporada 1998 da categoria.

Faltando duas corridas para o fim da temporada, Juan Pablo Montoya estava agora apenas um ponto atrás do líder do campeonato, o alemão Nick Heidfeld. O alemão tinha 52 pontos. O colombiano tinha 51.

A Fórmula 3000 chegou à Enna Pergusa com uma mudança:

- Cyrille Sauvage: A etapa de Spa-Francorchamps foi a última de Cyrille Sauvage na Fórmula 3000 Internacional em 1998. Sauvage ainda pilotou na categoria em 1999 (apareceu em 5 etapas, correu em 3, sem marcar pontos em nenhuma das corridas). O francês, que pilotava na categoria desde 1996, chegou a pilotar em outras categorias, como a Porsche Supercup, por exemplo. Sauvage se aposentou em 2006, aos 36 anos.

- James Taylor: O inglês (nascido na Ilha de Malta) de 42 anos era um "gentleman driver" (uma variação do termo "pay driver", quando um piloto leva o próprio patrocínio (ou paitrocínio) para a equipe, geralmente, uma equipe pequena, embora o termo hoje não é muito usado, pois basicamente todo piloto (com exceção de alguns) leva o próprio patrocínio para a equipe). Taylor, que estava confirmado para correr em 1998 pela Salisbury Engineering (ao lado de Dino Morelli), perdeu a vaga com o fim da equipe, mas, ele achou uma outra equipe, a GP Racing, pegando o lugar de Cyrille Sauvage. Taylor, supostamente, teria sido descrito por Tarso Marques (companheiro de equipe de Taylor na Vortex em 1994) como "O pior piloto com quem já corri", afirmando que Taylor "freava bruscamente antes da entrada da Eau Rouge".

James Taylor voltou a Fórmula 3000 Internacional. Dessa vez, o inglês substituiu Cyrille Sauvage.



Treino de classificação

A pole position foi de Juan Pablo Montoya. Só que não! Pela terceira vez, Montoya perdeu a pole após um incidente no treino. Assim como na Áustria, o colombiano não diminuiu a velocidade em bandeira amarela. Com a punição, Montoya perdeu a volta mais rápida e largou da terceira posição.

A pole position acabou ficando com o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O segundo foi o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. Como já mencionado, Montoya largou em terceiro. O quarto foi Soheil Ayari, francês da Durango. O quinto era o italiano Thomas Biagi, da Prema. O sexto foi o galês Gareth Rees, da Den Bla Avis. O sétimo foi Gonzalo Rodríguez, uruguaio da Astromega. O oitavo foi Max Wilson, brasileiro da Edenbridge. O nono foi o outro piloto da Edenbridge, o sul-africano Werner Lupberger. O décimo foi o inglês Jamie Davies, da DAMS. O brasileiro Bruno Junqueira, da Draco, largou em 13º. O outro brasileiro, Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou em 23º. Todos os 33 pilotos correriam. O último foi o inglês James Taylor, da GP Racing.

A corrida

Nick Heidfeld fez uma ótima largada e manteve a primeira posição. Atrás dele estava Juan Pablo Montoya. O colombiano da Super Nova tinha ultrapassado Jason Watt antes da 1ª curva, a primeira perna da Variante Vivaio. Lá atrás, o francês Boris Derichebourg, da Super Nova, se envolvia em um acidente com o austríaco Oliver Tichy, da Coloni. Tichy teve de ir aos boxes sem o spoiler dianteiro.

Boris Derichebourg (foto de 1996) teve uma corrida bem acidentada. Primeiro, um acidente com Oliver Tichy. Depois, se envolveu em uma colisão com Christian Horner. Mas isso não o impediu de terminar a corrida (11º).


Ainda na primeira volta, o alemão Dominik Schwager, da Oreca, bateu na Chicane Zagaria, abandonando ali mesmo.

Na 2ª volta, o italiano Giovanni Montanari, da Draco, perdeu o controle do carro na Chicane Schumacher. Montanari levou Marcelo Battistuzzi junto para fora da pista. O italiano e o brasileiro abandonaram. Enquanto os fiscais tiravam o carro de Montanari, o italiano Oliver Martini, da Auto Sport, rodou sozinho no Curvone. Ele seguiu na corrida.

Enquanto brigava pela liderança com Heidfeld, Montoya, levando o carro ao limite e além, rodou sozinho no curvão depois da Variante Piscine. Montoya seguiu na corrida, perdendo a segunda posição para Soheil Ayari, embora o colombiano a tenha recuperado facilmente.

Só que Heidfeld, duas voltas depois, fez a mesma coisa que Montoya, e no mesmo lugar. O alemão perdeu a liderança para Montoya e voltou literalmente na frente de Soheil Ayari. Tem sorte ou não tem o menino Montoya?

Na 17ª volta, Hidetoshi Mitsusada, japonês da Nordic, bateu no que parecia ser na chicane Proserpina. Ele abandonou, assim como o tcheco Tomaš Enge, da Auto Sport, que na 19ª volta, bateu sozinho em uma curva.

Enquanto Montoya e Heidfeld brigavam pela liderança, Jason Watt, na 21ª volta, bateu na chicane Zagaria, ao tentar dar uma volta no escocês Mark Shaw, da Redman and Bright. Shaw acertou Watt, que deu uma bela pancada no muro. Watt, gesticulando para frente, para os lados e para trás, abandonou. Shaw seguiu na corrida.

Jason Watt (foto de 1997) fazia uma boa corrida, até um acidente com o retardatário Mark Shaw.


Não muito tempo depois, Montoya e Heidfeld se envolveram em uma colisão. Disputando a primeira posição feito loucos, Heidfeld tentou passar Montoya, que não facilitou. Os dois se colidiram. Lado a lado, pneu com pneu. Heidfeld acabou rodando na chicane Zagaria. Embora tenha voltado ainda na segunda posição, o alemão perdeu tempo demais.

Na 38ª volta, Gonzalo Rodríguez, uruguaio da Astromega, abandonou a corrida após um problema na bomba de combustível. Ele era o 4º colocado. Esse abandono pôs o sul-africano Werner Lupberger, da Edenbridge, na zona dos pontos, pela primeira vez na temporada.

Werner Lupberger garantiu seu primeiro ponto na temporada.


Lá na frente, só restou a Juan Pablo Montoya cruzar a linha de chegada e vencer a corrida. Apesar de chegar em um ótimo segundo lugar, Nick Heidfeld sabia que podia fazer melhor, se não fosse seus erros, e tinha com o que se preocupar, até porque não só Montoya é um oponente complicado, como Montoya dependeria de si próprio na próxima (e última) corrida da temporada, em Nürburgring, já que o colombiano havia recuperado a liderança do campeonato com a vitória em Enna Pergusa.

Após 41 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:04:29.540
2- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +5.450
3- Soheil Ayari - Durango - França - +10.357
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - +11.646
5- Oliver Martini - Auto Sport Racing - Itália - +12.186
6- Werner Lupberger - Edenbridge - África do Sul - +22.629

Os brasileiros? Bruno Junqueira, da Draco, foi o único a completar a corrida. O mineiro foi o 18º, após uma batalha com Giorgio Vinella, italiano da Coloni, que foi o 15º. Junqueira tinha saído da pista na última volta e tinha perdido duas posições. Mark Shaw (16º) e Christian Horner (17º), que se beneficiaram com isso. Max Wilson, da Edenbridge, bateu sozinho na 10ª volta. Como já mencionado, Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou após um acidente com Giovanni Montanari, da Draco, na 2ª volta.

Classificação após 11 corridas:

Montoya e Heidfeld. A disputa pelo título estava entre os dois. Uma vitória e Montoya ficaria com o título sem depender de outros resultados. Um segundo lugar do colombiano e uma vitória de Heidfeld dariam o título ao alemão.


Faltando uma corrida para o final da temporada, a disputa estava entre Juan Pablo Montoya e Nick Heidfeld. Montoya voltou para a liderança, três pontos à frente.

1- Juan Pablo Montoya 61 pontos
2- Nick Heidfeld 58 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Gonzalo Rodríguez 23 pontos
5- Soheil Ayari 20 pontos
6- Stéphane Sarrazin 19 pontos
7- Kurt Mollekens 16 pontos
8- Gareth Rees 10 pontos
9- Max Wilson 9 pontos
10- Jamie Davies 8 pontos
11- Nicolas Minassian 5 pontos
12- Boris Derichebourg 5 pontos
13- André Couto 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Oliver Martini 3 pontos
19- Alex Müller 2 pontos
20- Cyrille Sauvage 2 pontos
21- Gastón Mazzacane 2 pontos
22- Marcelo Battistuzzi 1 ponto
23- Werner Lupberger 1 ponto

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 11

Etapa 10: Spa-Francorchamps - 29 de agosto


A diferença para o circuito atual está na Bus Stop, que era realmente uma Bus Stop, e não o troço que é hoje



Duas semanas após uma etapa repleta de saídas de pista e muitas disputas, a Fórmula 3000 Internacional saiu da Hungria e foi para a Bélgica, afinal, a décima e antepenúltima etapa da temporada 1998 aconteceria no maravilhoso Circuit de Spa-Francorchamps.

Como já mencionei, faltavam três corridas para o fim da temporada. O líder do campeonato era Nick Heidfeld. Após a vitória em Hungaroring, Heidfeld assumiu a liderança do campeonato (49 pontos). Juan Pablo Montoya, que terminou em terceiro, agora se encontrava atrás na classificação (45 pontos).

Como é de praxe, a categoria recebeu novatos e se despediu de alguns pilotos:

- Kevin McGarrity: A etapa de Hungaroring foi a última do norte irlandês na F3000 em 1998. Kevin voltou a categoria em 1999 e 2000, ambas as vezes pela Nordic Racing, equipe onde competiu nas etapas de A1Ring, Hockenheim e Hungaroring na temporada 1998. Seu melhor resultado foi um 2º lugar em Imola 1999. Se despediu do automobilismo em 2006, aos 33 anos, após competir de vez em quando na Le Mans Series. Para o resto da temporada 1998, McGarrity foi substituído por...

-... Hidetoshi Mitsusada: Vindo da Formula Nippon (atual Super Formula), Hidetoshi fez um bom campeonato em 1997, terminando em 4º lugar na classificação, com 3 terceiros lugares. O japonês de 27 anos faria sua estreia na F3000 Internacional.

Hidetoshi Mitsusada fez sua estreia na Fórmula 3000 Internacional em Spa Francorchamps


- Kurt Mollekens: Após perder a etapa de Hungaroring, Kurt Mollekens estava de volta disposto a conseguir um bom resultado na corrida de seu país.

- David Cook: A etapa de Hungaroring também foi a última para David Cook. O inglês da Redman and Bright, que competiu em A1Ring (abandonou), Hockenheim (não se qualificou para a corrida) e Hungaroring (nem correu devido a problemas mecânicos) se despediu da categoria... E do automobilismo, porque David Cook se aposentou do automobilismo no início de 1999, aos 23 anos. A família dele é ligada ao automobilismo: o pai, Derek, competiu em categorias pequenas. A irmã, Paula, pilotava até um tempo atrás. O filho, Jake, compete nas categorias de base na Inglaterra e é empresariado por Paula.


Treino de classificação

O treino de classificação teve seus momentos: Juan Pablo Montoya rodou sozinho na saída da Rivage, sem bater. Enquanto Gastón Mazzacane e Cyrille Sauvage batiam na Bus Stop em momentos distintos do treino, Oliver Martini foi um pouco mais além: rodou sozinho e ficou do lado errado. Ao tentar voltar para o lado certo da pista, o carro derrapou demais e Martini quase atropelou alguns fiscais, acertando a asa traseira em uma parede e quebrando-a.

Christian Horner não conseguiu se qualificar para uma corrida da temporada 1998 pela segunda vez (a primeira foi em Pau)


Kurt Mollekens estava disposto a conseguir uma boa posição, mas uma quebra de motor impediu que ele marcasse tempo. Com isso, Mollekens, o piloto da casa, não se qualificou para disputar a corrida, já que dos 33 carros que apareceram, 28 largariam. Além dele, Giorgio Vinella, Christian Horner, Fabrizio Gollin e Gastón Mazzacane também foram os azarados da vez.

A pole position foi do colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O segundo foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O terceiro foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O quarto foi Alex Müller, alemão da Oreca. O tcheco Tomaš Enge, da Auto Sport, largou em quinto. O sexto foi o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O sétimo foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O oitavo foi o italiano Thomas Biagi, da Prema. Na nona posição, estava um brasileiro. Junqueira? Wilson? Não e não. Era Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, conseguindo sua melhor posição de largada na Fórmula 3000. O décimo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Max Wilson, brasileiro da Edenbridge, largou em 19º. O outro brasileiro, Bruno Junqueira, da Draco, largou em 22º. Como já mencionei, 28 dos 33 carros disputariam a corrida. O 28º foi justamente o estreante Hidetoshi Mitsusada, japonês da Nordic.


A corrida

Juan Pablo Montoya largou muito bem, mantendo a liderança. Atrás dele, estava Tomaš Enge, que havia disparado feito um foguete de quinto para segundo. Nick Heidfeld largou muito mal, perdendo a segunda posição para Enge antes da La Source, e perdendo mais duas posições (Ayari e Rodríguez) antes da Les Combes. Na segunda volta, Gonzalo Rodríguez tomou a segunda posição de Enge, que defendia a terceira posição contra Soheil Ayari, que, eventualmente, ultrapassou o piloto tcheco.

Na 7ª volta, Stéphane Sarrazin abandonava com o seu carro em frangalhos, sem a asa dianteira e com um pneu furado, provavelmente tendo sofrido um acidente que não foi flagrado pelas câmeras. Não muito tempo depois, Oliver Martini rodava de novo na Bus Stop. Dessa vez sem quase atropelar ninguém, Martini girou no próprio eixo e voltou normalmente a pista, porém, perdeu a 9ª posição para Marcelo Battistuzzi.

Tomaš Enge começava a perder rendimento, tendo, inclusive, sido ultrapassado por Nick Heidfeld, que agora era o 4º, e estava disposto a recuperar terreno após um início fraco de corrida. Eventualmente, Alex Müller também passou Enge, após este último rodar sozinho na Bus Stop.

Enquanto Alex Müller brigava com Nick Heidfeld pela 4ª posição, lá na frente, Juan Pablo Montoya e Gonzalo Rodríguez brigavam pela liderança, com Soheil Ayari um pouco atrás dos dois.

Marcelo Battistuzzi ultrapassou Tomaš Enge, na Les Combes, e lhe tomou a 6ª posição. Seria o primeiro ponto de Marcelo? Enquanto isso, Jason Watt, dinamarquês da Den Bla Avis, que largou de 20º, fazia sua corrida de recuperação, já estando em 8º.

Tomaš Enge impressionou nas primeiras voltas, chegando, inclusive, a aparecer na 2ª posição. Após uma perda de rendimento, Enge bateu na trave e não pontuou.


Na volta seguinte, também na Les Combes, Juan Pablo Montoya deslizava o carro e deixava uma avenida inteira para Gonzalo Rodríguez passar e tomar a liderança. A partir daí, Gonzalo começou a se isolar.

Na 23ª volta, enquanto Oliver Tichy, austríaco da Coloni, passeava pela caixa de brita na Malmedy, Bruno Junqueira parava o carro no que parecia ser a saída da Pouhon. Problemas mecânicos e fim de corrida para o brasileiro.

Lá na frente, Gonzalo Rodríguez foi tranquilo até a linha de chegada, conseguindo sua primeira vitória na Fórmula 3000 Internacional e se tornando o primeiro piloto do Uruguai a vencer uma corrida na categoria. Trinta e cinco segundos atrás, Marcelo Battistuzzi marcava seu primeiro ponto na categoria, terminando em 6º. Entre eles: Montoya, Ayari, Heidfeld e Müller.


Gonzalo Rodríguez foi, definitivamente, O CARA daquela corrida. A vitória, a primeira dele na categoria, foi merecida.


Após 29 voltas

Os 6 primeiros:

1- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - 1:03:10.530
2- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +3.035
3- Soheil Ayari - Durango - França - +4.355
4- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +13.496
5- Alex Müller - Oreca - Alemanha - +21.231
6- Marcelo Battistuzzi - Apomatox - Brasil - +35.897

Marcelo Battistuzzi (ao lado de Alain Prost, dono da equipe Prost, a qual a Apomatox era afiliada) marcou seu primeiro ponto na Fórmula 3000.


Alex Müller foi outro que marcou seus primeiros pontos na categoria


Os outros brasileiros? Max Wilson, da Edenbridge, foi o 13º. Bruno Junqueira, da Draco, como já foi mencionado, abandonou na 23ª volta com um problema na bomba de combustível.


Classificação após 10 corridas:

Faltando duas corridas para o final (Pergusa e Nürburgring), Nick Heidfeld conseguiu se manter na liderança do campeonato, mesmo fazendo uma corrida fraca. Com Heidfeld e Montoya marcando pontos, só os dois poderiam brigar por título, já que Jason Watt, com o 8º lugar em Spa, não poderia mais brigar pelo título. Não que isso fosse óbvio antes, devido a disputa pela liderança entre Montoya e Heidfeld ser de longa data, não deixando espaço para os adversários.

1- Nick Heidfeld 52 pontos
2- Juan Pablo Montoya 51 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Gonzalo Rodríguez 23 pontos
5- Stéphane Sarrazin 19 pontos
6- Soheil Ayari 16 pontos
7- Kurt Mollekens 16 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Nicolas Minassian 5 pontos
12- Boris Derichebourg 5 pontos
13- André Couto 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Alex Müller 2 pontos
19- Cyrille Sauvage 2 pontos
20- Gastón Mazzacane 2 pontos
21- Oliver Martini 1 ponto
22- Marcelo Battistuzzi 1 ponto

domingo, 20 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 10

Antes de começar mais uma parte sobre a Fórmula 3000 Internacional em 1998, queria mencionar uma coisa:

Sim, este blog está sem um post novo faz um bom tempo. A realidade é que estou cheio de problemas. Não que eu tenha que pôr isso como desculpa, todos têm problemas, mas é que durante esse tempo sem post novo, eu estava realmente desnorteado, recebendo notícias que eu torço para que sejam grandes enganos, pois ao invés de uma coisa só acontecer, quase tudo de ruim aconteceu de uma vez só. Se isso vai acontecer de novo... Espero que não, mas se acontecer... Mas não se preocupem, vou tentar evitar ao máximo isso. Sendo assim, peço desculpas.

Fim das explicações, voltemos ao assunto.


Etapa 9: Hungaroring - 15 de agosto de 1998


O circuito de Hungaroring em 1998: a curva 1 era em forma de U (hoje é um hairpin) e a curva 12 tinha uma pequena chicane depois dela (hoje é uma curva de 90 graus, que leva a pequena reta até a curva 13)



Duas semanas depois de uma corrida conturbada e chuvosa em Hockenheim, a Fórmula 3000 foi para a Hungria, para a 9ª etapa da temporada de 1998.

Faltando quatro corridas para o fim da temporada, Nick Heidfeld se aproximava de Juan Pablo Montoya na classificação do campeonato. Com a vitória em Hockenheim, Heidfeld pulou para 39 pontos. Com o 3º lugar, Montoya foi a 41. Com isso, a luta pelo título ficava mais interessante.

Enquanto isso, na 3000, mais mudanças. Uma delas, até surpreendente:

- Rui Águas: o português (nascido em Moçambique, porém), que disputou a corrida de Hockenheim no lugar de Giorgio Vinella, na Coloni, se despediu da categoria após a sua participação na corrida alemã, que não durou muito, pois ele se envolveu em um acidente na 1ª volta. Águas tem competido, desde 2011, nas 24 Horas de Le Mans (exceto 2014), sempre na categoria LMGTE Am. Águas também compete no WEC (desde 2012, exceto 2014), na mesma categoria. Vez ou outra, aparecia no International GT Open.

- Giorgio Vinella: pegou seu lugar de volta na Coloni, após perder a corrida de Hockenheim

- Kurt Mollekens: QUE? Como assim o quarto colocado do campeonato ia perder uma etapa? O que aconteceu? O belga simplesmente não deu as caras no Hungaroring. Não houve uma explicação para o ocorrido.


Treino de classificação

Polêmica! E envolveu quem? Exatamente: Nick Heidfeld e Juan Pablo Montoya! Quando o colombiano da Super Nova já estava nas últimas curvas para completar uma volta que provavelmente o colocaria na pole, lá estava Nick Heidfeld devagar e devagar pelas curvas do sinuoso circuito, atrapalhando Montoya. Será que Heidfeld foi sacana, considerando que os dois brigavam pela liderança do campeonato? Ou será que Heidfeld realmente não o viu? Bom, intencional ou não, Montoya não gostou nem um pouco e foi nos boxes da West Competition falar umas poucas e boas para o jovem alemão.

Montoya e toda sua "felicidade" ao ver Heidfeld depois da polêmica do treino de classificação, provavelmente disposto a cumprimentá-lo com um soco na cara. Não houveram cenas lamentáveis, porém.


Montoya disse que Heidfeld não foi honesto e o acusou de atrapalhá-lo de propósito. Heidfeld, por sua vez, disse que viu uma bandeira amarela e apenas diminuiu a velocidade. O próprio Heidfeld chegou a lembrar o treino de classificação de Mônaco, quando o próprio Montoya atrapalhava as voltas rápidas dos adversários para obter mais espaço e não perder tempo, o que, convenhamos, não é mentira. Dá para dizer que pimenta no radiador dos outros é refresco, mas quando o próprio calo aperta, a fera ruge, né, Juan Pablo?

Dos 33 carros que apareceram em Hungaroring, 31 iriam largar. Na verdade, todos os 33 largariam, mas Gareth Rees, galês da Den Bla Avis, e David Cook, inglês da Redman and Bright, não puderam participar da corrida. Durante o treino, Gareth Rees enfiou o carro no muro de pneus externo da curva 3. O galês não se machucou, mas o carro... Não tinha como consertar o amontoado de ferro velho. Cook teve problemas mecânicos e nem apareceu no dia da corrida.

Depois de tudo isso, quem ficou com a pole? Stéphane Sarrazin! O francês da Apomatox conquistou a primeira pole na 3000. O segundo foi o furioso colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O terceiro foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. O quarto foi o austríaco Oliver Tichy, da Coloni, em um bom resultado para ele. O quinto foi o italiano Oliver Martini, da Auto Sport. O sexto foi o português André Couto, da Prema. O sétimo foi, apesar de uma bela derrapada na curva 8, o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O oitavo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. O nono foi Boris Derichebourg, francês da Super Nova. O décimo foi Jason Watt. O dinamarquês da Den Bla Avis chegou a sair da pista e alçar leves vôos na curva 4. Os brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, conseguiu sua melhor posição de largada, saindo de 12º. Bruno Junqueira, da Draco, foi o 14º. Max Wilson, da Edenbridge, o 17º.


A corrida

Nick Heidfeld passa que nem uma bala para assumir a ponta. Montoya larga mal. Lá atrás, Gastón Mazzacane, argentino da Astromega, e o alemão Alex Müller, da Oreca, se estranham na primeira curva. Mazzacane fica na contra mão, mas consegue voltar.

Na 3ª volta, Montoya está brigando pela 3ª posição com Oliver Martini. Montoya força a ultrapassagem, Martini força a barra para manter a posição. Vai prestar isso? Não! Martini, pressionado por Montoya, erra a chicane pós curva 12 e derrapa, perdendo várias posições. Nicolas Minassian tentou ultrapassar Montoya, mas foi carinhosamente recebido com uma fechada de porta na entrada da curva 13.


Oliver Martini (foto de 2007) largou em 5º, cedeu a pressão, se recuperou e se deu bem por causa disso


Na 10ª volta, os amigos se reencontraram pós-Hockenheim! Após errar a curva 3 e pôr pneu na grama, Max Wilson perdeu tempo e passou a ser pressionado por Soheil Ayari. Não durou uma curva. Ao tentar passar, Ayari e Wilson tiveram uma colisão, com o carro do francês alçando pequenos vôos em alta velocidade. Assim como em Hockenheim, Ayari ficou reclamando. Wilson, provavelmente querendo se ver livre do francês uma vez na vida, foi reclamar também.

Lá atrás, Gonzalo Rodríguez queria chegar nos pontos, ao menos. A parte dele o uruguaio estava fazendo, ultrapassando Boris Derichebourg e Oliver Tichy.

Lá na frente, Nick Heidfeld estava tranquilo na liderança. Tão tranquilo que ele nem precisava dar volta nos adversários. Christian Horner que o diga. Horner estava para tomar uma volta do líder Heidfeld. Nem precisou tirar o pé, pois rodou sozinho na curva 1 e na frente de Heidfeld. O inglês da Arden abandonou.

Boris Derichebourg: uma das vítimas de Hungaroring


Àquela altura, quem mais não estava saindo da pista? Horner, Giovanni Montanari, Bruno Junqueira, Boris Derichebourg, Giorgio Vinella, Mark Shaw, Alex Müller (que quase acertou Nick Heidfeld), Grégoire de Galzain, Oliver Tichy... sério, posso ficar aqui até ano que vem citando mais nomes, caso queiram.

Rali da Hungria à parte, Nick Heidfeld só teve o trabalho de levar o carro até a linha de chegada e comemorar.


Após 52 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:20:14.689
2- Stéphane Sarrazin - Apomatox - França - +2.718
3- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +28.456
4- Nicolas Minassian - West Competition - França - +37.997
5- André Couto - Prema Powerteam - Portugal - +43.485
6- Oliver Martini - AutoSport Racing - Itália - +46.459

Os brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, foi o 11º. Bruno Junqueira, da Draco, abandonou na 20ª volta, após um acidente. Max Wilson, da Edenbridge, abandonou na 10ª volta, após um acidente com Soheil Ayari.

Classificação após 9 etapas:

1- Nick Heidfeld 49 pontos
2- Juan Pablo Montoya 45 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Stéphane Sarrazin 19 pontos
5- Kurt Mollekens 16 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Nicolas Minassian 5 pontos
12- Boris Derichebourg 5 pontos
13- André Couto 5 pontos
14- Thomas Biagi 3 pontos
15- Kevin McGarrity 3 pontos
16- Dominik Schwager 3 pontos
17- Bruno Junqueira 3 pontos
18- Cyrille Sauvage 2 pontos
19- Gastón Mazzacane 2 pontos
20- Oliver Martini 1 ponto

A próxima etapa foi em Spa Francorchamps. Será que Montoya recuperaria a ponta do campeonato? Será que Heidfeld manteria a liderança? Será que Kurt Mollekens voltaria para correr em Spa Francorchamps? Não vou responder essas questões, até porque elas ficam para o próximo capítulo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 9

Etapa 8: Hockenheim - 1º de agosto de 1998

Bons tempos...



Depois de uma movimentada corrida na Áustria, a Fórmula 3000 faria sua segunda visita a Alemanha no ano de 1998. Mas exatamente onde na Alemanha? Em Baden-Württemberg, no circuito de Hockenheim, para a 8ª etapa da temporada 1998.

Faltando cinco corridas para o fim do campeonato, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova estava 8 pontos a frente de Nick Heidfeld, da West Competition, até o momento (37 a 29). Será que Heidfeld conseguiria recuperar terreno? Isso é o que veremos a partir de agora.

Antes de começar a escrever sobre a etapa, quero mencionar algumas mudanças em relação a pilotos. Um deixou a categoria, um voltou e outro faria sua estreia. Vamos a eles:

- Tomáš Enge: o piloto tcheco, que na época tinha 21 anos, faria sua estreia na Fórmula 3000 Internacional. Enge, em 1997, competiu na Fórmula 3 alemã. Sendo assim, ele disputaria freadas com dois pilotos que foram seus adversários em 1997: Nick Heidfeld e Dominik Schwager. Enge assumiu o carro 9 da Auto Sport Racing, carro que já tinha sido de Rui Águas (Oschersleben) e Dino Morelli (Imola até Mônaco).

- Rui Águas: o piloto português estava de volta a categoria após perder a etapa da Áustria, quando perdeu sua vaga na Coloni para o austríaco Oliver Tichy. Até aquele momento, Águas não fazia uma boa temporada: 9º em Oschersleben, 17º em Barcelona e em Silverstone, 7º em Mônaco e um abandono em Pau. Águas assumiu o carro 18 da Coloni (Tichy seguiu no carro 19), o que significava que...

- ...Giorgio Vinella tinha perdido o posto. O italiano, cuja data de nascimento é a mesma do humano que vos escreve (curiosidade desnecessária #1), ficou sem vaga. Dessa vez Águas tinha dinheiro. Embora Vinella não tenha corrido em Hockenheim, seu campeonato não acaba aqui. Mas isso fica para outra parte.


Voltemos para Hockenheim...


Treino de classificação

O treino de classificação não foi tão movimentado, mas teve seus momentos: Tomáš Enge atropelou Jamie Davies na chicane Clark. Enquanto isso, Soheil Ayari batia no muro de pneus da curva Südkurve.

Além disso, tivemos algumas surpresas:

A pole foi de Nick Heidfeld. Foi a primeira pole do alemão da West Competition na F3000. A segunda posição foi do brasileiro Max Wilson, da Edenbridge. Soheil Ayari, francês da Durango, saiu de 3º. O quarto foi o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. O quinto foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O sexto foi o uruguaio da Astromega, Gonzalo Rodríguez. O sétimo foi o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O oitavo foi o alemão Alex Müller, da Oreca, O nono foi Bruno Junqueira, brasileiro da Draco. Juan Pablo Montoya, colombiano da Super Nova, largou apenas na décima posição. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, saiu da 17ª posição. Em sua estreia na categoria, o tcheco Tomáš Enge, da Auto Sport, largou de 23º.

Dos 34 carros que apareceram em Hockenheim, 32 largariam. O português Rui Águas, da Coloni, largou da 32ª posição. O italiano Fabrizio Gollin, da GS, e o inglês David Cook, da Redman and Bright, não obtiveram tempos bons o suficiente.


A corrida

Se no warm-up, o tempo estava bom, a coisa mudou quando faltavam minutos para a corrida. A chuva começou a cair, e por causa dela, muitos tiveram que largar dos boxes.

Antes que a quinta luz aparecesse, o carro de Max Wilson se mexeu, fazendo com que ele queimasse a largada. Assim que as luzes se apagaram, Wilson deixou o carro morrer e ficou parado. Era um lugar perigoso, pois 30 carros passariam por ele, e o spray causado pelos carros na pista molhada não ajudaria em nada. O brasileiro não foi atingido, porém.

Enquanto Alex Müller rodava sozinho na Ostkurve, o caos aparecia na reta anterior a Bremskurve 2, vários carros danificados e ninguém sabia o que tinha acontecido. Vamos com calma:


Minha nossa...


A confusão começou com o belga Kurt Mollekens, que já estava sem a asa traseira. Atrás dele, Marcelo Battistuzzi e Cyrille Sauvage se estranharam em alta velocidade. A meleca começou aí. O argentino Gastón Mazzacane encheu a traseira de um carro que parecia ser de Mollekens, fazendo com que Gastón terminasse com seu carro de cabeça para baixo. Quem vinha atrás, salvo alguns, batia. A falta de visibilidade não ajuda em nada nos replays, pois só dá para ver direito o acidente que inicia a reação em cadeia. Com muito esforço, dá para ver o acidente de Mazzacane. Além de Mollekens, Battistuzzi, Sauvage e Mazzacane, se envolveram no acidente: Rui Águas, Fabrice Walfisch, André Couto, Giovanni Montanari e Stéphane Sarrazin. Nove pilotos! Bandeira vermelha! Ninguém se feriu, apesar do acidente.

Cyrille Sauvage se envolveu no acidente após uma colisão em alta velocidade com Marcelo Battistuzzi


A corrida foi reiniciada de maneira diferente: apesar da chuva ter parado, a corrida iniciaria atrás do safety car, que só saiu na 5ª volta.

Max Wilson e Soheil Ayari passaram reto na chicane Clark. A pista estava molhada ainda. Logo, perder o ponto de freada, não parecia ser tão difícil. Mas eles se encontrariam de novo. Gonzalo Rodríguez atropelou Ayari, na entrada da Bremskurve 2. Ayari acabou levando Max Wilson junto. Ayari e Wilson estavam os carros bastante danificados e tiveram que abandonar. Enquanto Ayari gesticulava, esbravejava e esperneava, Wilson provavelmente se perguntava do motivo de tanto azar naquele dia.


Max Wilson não teve muitos motivos para sorrir naquele 1º de agosto de 1998


Enquanto isso, Gonzalo Rodríguez sofria para manter seu carro na pista. Como quando errou a entrada da curva Agip, por exemplo.

Após 7 voltas, os seis primeiros eram: Heidfeld, Watt, Minassian, Müller, Montoya e Rodríguez. Mas Minassian perdeu a 3ª posição ao errar a chicane Senna. Enquanto isso, o francês Grégoire de Galzain, da DAMS, rodava sozinho na OpelKürve.

A pista começava a secar. Enquanto isso, as disputas aconteciam: Bruno Junqueira contra Gareth Rees, Werner Lupberger contra Oliver Martini, Dominik Schwager contra Bruno Junqueira. Mas era questão de tempo para que os pitstops começassem. E foi isso que aconteceu. Logo, Boris Derichebourg foi o primeiro de muitos a parar. Gonzalo Rodríguez parou, duas vezes. A primeira foi para cumprir um stop and go por causa do acidente com Soheil Ayari e Max Wilson.

Com o tempo, Alex Müller e Nicolas Minassian voltavam a disputar posição. Minassian chegou a pôr um pneu sobre a grama ao ser fechado por Müller, que tinha que segurar também Juan Pablo Montoya, que ficava mais impaciente, assim como Minassian. Falta de paciência leva a bobagem. Foi o que aconteceu? Sim!

Na entrada da Bremskurve 2, na 30ª volta (2 voltas para o final), Müller e Minassian se estranharam e foram parar na caixa de brita. Montoya, sortudo, seguiu em frente e tomou a 3ª posição. Embora Minassian tenha meio que espremido Müller, foi Minassian que ficou reclamando. Afinal, o francês já era conhecido pelo seu temperamento errático. Para quem o conhecia, não era surpresa.

O alemão Nick Heidfeld passeou em Hockenheim


Lá na frente, Nick Heidfeld conseguia uma vitória convincente, que o deixava perto da liderança do campeonato.


Após 31 voltas:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:12:57.600
2- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +30.200
3- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +45.750
4- Kevin McGarrity - Nordic Racing - Irlanda - +1:06.620
5- Bruno Junqueira - Draco - Brasil - +1:19.380
6- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - +1:21.100


Kevin McGarrity parou muito cedo para trocar pneus. Como recompensa, marcou seus primeiros pontos na Fórmula 3000 Internacional.


Como já mencionado, Marcelo Battistuzzi bateu na 1ª volta. Max Wilson bateu na 5ª.

Classificação após 8 etapas:

1- Juan Pablo Montoya 41 pontos
2- Nick Heidfeld 39 pontos
3- Jason Watt 24 pontos
4- Kurt Mollekens 16 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 7 pontos
11- Boris Derichebourg 5 pontos
12- Thomas Biagi 3 pontos
13- Kevin McGarrity 3 pontos
14- Dominik Schwager 3 pontos
15- André Couto 3 pontos
16- Bruno Junqueira 3 pontos
17- Cyrille Sauvage 2 pontos
18- Nicolas Minassian 2 pontos
19- Gastón Mazzacane 2 pontos

A próxima etapa foi em Hungaroring. Será que Heidfeld assumiria a liderança do campeonato pela primeira vez? Ou Montoya continuaria na frente? E o resto, se recuperaria? Isso você só vai saber na próxima parte.

domingo, 6 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 8

Etapa 7: A1 Ring - 25 de julho


O traçado do A1 Ring, o atual Red Bull Ring



Após quase dois meses, a Fórmula 3000 estava de volta. Voltando aos mistos permanentes, a categoria foi ao que hoje chamamos de Red Bull Ring, para a 7ª etapa da temporada 1998.

Durante esse tempo, a Fórmula 3000 ganhou 4 pilotos (2 já haviam pilotado em 1998 e os outros 2 já correram na categoria em outros anos) e perdeu 3 (1 deles voltaria ainda em 1998). Vamos a lista:

Voltando a categoria:

- Kevin McGarrity: o irlandês, que perdeu a etapa de Pau por causa da falência de sua equipe, a Raceprep, estava de volta a categoria. Ele assumiu o carro 17 da Nordic.

- Thomas Biagi: o italiano, que não apareceu as etapas de Barcelona, Silverstone, Mônaco e Pau por ter perdido o lugar na Coloni para Rui Águas, voltou a categoria. Ele assumiu o carro 35 da equipe Prema.

- Oliver Tichy: o austríaco, cujo sobrenome é pronunciado como "Tíqui", estava de volta a F3000 depois de ter competido na categoria em 1996 e 1997. Tichy assumiu o carro 19 da Coloni.

Oliver Tichy: De volta a categoria após um interessante 1997


- David Cook: o inglês, que correu em 1997 na 3000, voltou a categoria. Cook assumiu o carro que, até a etapa de Silverstone, pertencia a Jonny Kane: o carro número 24 da Redman and Bright.


Deixando a categoria:

- Brian Smith: o argentino, que por causa do nome é chamado de "El Inglesito", se despediu da categoria após a etapa de Pau. Smith perdeu seu lugar para Kevin McGarrity. Faltou grana. Smith voltou em 1999, aparecendo em 4 corridas. El Inglesito, que chegou a se aposentar do automobilismo em 2001, voltou em 2006 e, atualmente, pilota de vez em quando na Top Race V6, até os dias de hoje.

Brian Smith


- Paolo Ruberti: o italiano, que correu no carro 35, da equipe Prema, perdeu o lugar para Thomas Biagi. Ruberti, que fez sua temporada de estreia em 1998, voltou a categoria em 1999, pela Durango. Ruberti fez uma temporada horrível, conseguindo um 14º como melhor resultado. Desde 2012, Ruberti corre no WEC, na categoria LMGTE Am. Ruberti, junto de Christian Ried e Gianluca Roda, venceu as 12 Horas de Sebring, na categoria LMGTE Am, em 2012 (no geral, chegaram em 29º).

- Rui Águas: o português (que na verdade nasceu em Moçambique) perdeu seu lugar na equipe Coloni, para o austríaco Oliver Tichy.


De volta ao assunto principal.

Treino de classificação

Punições. Essa foi a palavra que definiu o treino de classificação para a corrida da Áustria. Primeiro vamos ao grid de largada. Em seguida, explicarei as punições.

Na pole position, pela primeira (e única) vez em sua carreira na Fórmula 3000, o francês Soheil Ayari, da Durango. Em segundo, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. O galês Gareth Rees, da Den Bla Avis, foi o terceiro. O quarto foi o companheiro de equipe de Gareth Rees, o dinamarquês Jason Watt. O quinto foi o brasileiro Bruno Junqueira, da Draco. O sexto foi Gonzalo Rodríguez, uruguaio da Astromega. Nicolas Minassian, francês da West Competition, foi o sétimo. O oitavo foi o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox. O nono foi o belga da KTR-Arden, Kurt Mollekens. O décimo foi Oliver Tichy, austríaco da Coloni. O vice líder do campeonato, o alemão Nick Heidfeld, da West Competition, saiu da 13ª posição. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, saiu de 21º. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, saiu em 29º.  Todos os 33 carros puderam largar. O último deles foi o irlandês Kevin McGarrity, da Nordic.

Vamos as punições:

- Juan Pablo Montoya: perdeu a pole por não diminuir a velocidade durante uma bandeira amarela, causada por um acidente de Soheil Ayari.

- Jamie Davies: perdeu o 3º lugar após uma irregularidade com os pneus. Largou em 14º

- Nick Heidfeld: também sofreu uma punição. Era para largar em 14º, mas ganhou uma posição, graças a Jamie Davies. O motivo pela punição é desconhecido.

- Kevin McGarrity: Duas punições envolvendo bandeira amarela fez com que todos os seus tempos fossem desconsiderados. Por isso, Kevin saiu da última posição.


A corrida

A primeira das 48 voltas começou com uma excelente largada de Nicolas Minassian. O francês pulou para 3º, tendo, inclusive, forçado uma ultrapassagem sobre Gareth Rees, na primeira curva. Rees se complicou porque ele foi parar na área de escape, e perdeu muitas posições.

Ainda na 1ª volta, no hairpin Remus, Kevin McGarrity acertou seu companheiro de equipe, o francês Fabrice Walfisch, e ficou com o seu carro em cima do carro do argentino Gastón Mazzacane, da Astromega. Os três abandonaram.

O acidente da 1ª volta. Teve ou não teve sorte o Mazzacane (piloto do carro prateado)?



O safety car veio para a pista. Enquanto o safety car estava na pista, na 2ª volta, o italiano Giorgio Vinella, da Coloni, rodou sozinho na reta dos boxes, dando 2 voltas e meia no próprio eixo. A pista estava bem molhada devido a chuva que caía desde cedo. Pode ter sido um importante fator para esse acidente. Vinella não conseguiu recuperar o carro, que ficou parado na grama.

O safety car eventualmente saiu. Juan Pablo Montoya começava a brigar pela 3ª posição com Jason Watt. Lá na frente estavam Ayari (1º) e Minassian (2º). Ao tentar uma ultrapassagem sobre Watt na curva Castrol, Montoya perdeu contato com o dinamarquês, e, de quebra, perdeu a quarta posição para Bruno Junqueira.

Enquanto Montoya recuperava a quarta posição de Junqueira, na curva Gösser, o inglês David Cook rodava sozinho na curva Castrol.

Na 11ª volta, Gareth Rees e Boris Derichebourg se estranharam na curva Rindt. Derichebourg rodou e Rees foi parar na área de escape. O carro do galês alçou leve vôo, destruindo a asa dianteira. Fim de corrida para o galês.

Gareth Rees teve um péssimo 25 de julho de 1998: perdeu posições na largada e, 10 voltas depois, foi abalroado por Boris Derichebourg.


Lá na frente, Juan Pablo Montoya estava insano. Montoya e Jason Watt tomaram a posição de Nicolas Minassian, com Watt em segundo e Montoya em terceiro. Eventualmente, na Gösser, Montoya ganhou a segunda posição após uma belíssima ultrapassagem sobre Watt. Ainda mais a frente, Soheil Ayari!

Um pouco depois, dois acidentes ao mesmo tempo: Oliver Tichy atingiu Oliver Martini, no hairpin Remus. Tichy, o austríaco, sofreu danos na asa dianteira. Enquanto isso, lá na curva Lauda, o franco-canadense Bertrand Godin, da Durango, rodava sozinho ao passar em cima de uma poça.

E Nick Heidfeld? Largando da 13ª posição, àquela altura, na 18ª volta, o jovem alemão era o 8º, tendo ultrapassado Kurt Mollekens.

Na 20ª volta, Jamie Davies rodou sozinho na curva Rindt. O inglês da DAMS, que teve um fim de semana terrível, abandonou ali mesmo.

Lá no meio do pelotão, Kurt Mollekens e Oliver Martini disputavam a 9ª posição a tapa. Ultrapassagens, quase toques. Parecia que o belga e o italiano brigariam até o final.


Kurt Mollekens disputou posição com vários pilotos, mas no fim das contas, sua posição de chegada foi a mesma de largada: 10º lugar


Na 28ª volta, Max Wilson, brasileiro da Edenbridge, abandonou no hairpin Remus ao ser vítima de uma colisão com o italiano Giovanni Montanari, da Draco.

Na 37ª volta, enquanto Jason Watt era pressionado pelo 4º colocado, o uruguaio Gonzalo Rodríguez, mais dois pilotos abandonavam: David Cook teve um problema de freios e derrapou no hairpin Remus. O alemão Dominik Schwager, da Oreca, que teve um fim de semana complicado, começando no treino de classificação, quando bateu na reta dos boxes, abandonou com problemas mecânicos.

Lá na frente, Soheil Ayari passeava tranquilamente rumo a sua primeira vitória em 1998 na F3000 (foi a segunda e última de Ayari em sua carreira na F3000). Montoya em segundo, Watt em terceiro, Rodríguez em quarto, Minassian em quinto, Junqueira em sexto, Heidfeld em sétimo, logo, Montoya estava tranquilo na classificação do campeonato.


O primeiro ponto do mineiro Bruno Junqueira na Fórmula 3000 Internacional, veio no A1 Ring.



Após 48 voltas:

1- Soheil Ayari - Durango - França - 1:11:04.222
2- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +21.051
3- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +27.611
4- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - +28.371
5- Nicolas Minassian - West Competition - França - +30.973
6- Bruno Junqueira - Draco - Brasil - +33.130


Nicolas Minassian marcou seus primeiros pontos na Fórmula 3000. Seu companheiro de equipe Nick Heidfeld já tinha 29, após 7 corridas.


Os outros brasileiros? Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, foi o 18º, 1 volta atrás. Max Wilson, da Edenbridge, abandonou na 28ª volta.


Classificação após 7 etapas:

1- Juan Pablo Montoya 37 pontos
2- Nick Heidfeld 29 pontos
3- Jason Watt 18 pontos
4- Kurt Mollekens 16 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 13 pontos
7- Soheil Ayari 12 pontos
8- Max Wilson 9 pontos
9- Jamie Davies 8 pontos
10- Gareth Rees 6 pontos
11- Boris Derichebourg 5 pontos
12- Thomas Biagi 3 pontos
13- Dominik Schwager 3 pontos
14- André Couto 3 pontos
15- Cyrille Sauvage 2 pontos
16- Nicolas Minassian 2 pontos
17- Gastón Mazzacane 2 pontos
18- Bruno Junqueira 1 ponto


A 3000 saiu da Áustria e foi para a Alemanha, para correr no então maravilhoso e longo circuito de Hockenheim, mas isso eu contarei na próxima parte. Será que Montoya se isolaria na liderança? E Heidfeld, se recuperaria? Será que Watt, Mollekens e os demais recuperariam terreno no campeonato? Descubra!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 7

Etapa 6: Pau - 1º de junho

O circuito de Pau, que é o mesmo desde 1935.



Saindo das ruas apertadas de Monte Carlo, a Fórmula 3000 foi para as ruas apertadas do sudoeste da França, em Pyrénées-Atlantiques, mais precisamente nas ruas da capital de Pyrénées, Pau. O município, cuja pronúncia é PÔ, que tem cerca de 84 mil habitantes, recebeu a sexta etapa da Fórmula 3000 Internacional no ano de 1998. A categoria corria lá desde o início, em 1985. A corrida, porém, existe desde o ano de inauguração da pista, em 1933, e salvo alguns anos (1934, 1940-46, 1956 e 2010), o Grand Prix de Pau é um evento de muito prestígio que já recebeu categorias como a F3000, a Fórmula 2, a Fórmula 1 (as corridas da F1 não eram oficiais), Fórmula Renault, WTCC e Fórmula 3. A corrida, que existe até os dias de hoje, tem a Fórmula 3 como evento principal.

Enquanto isso, a Fórmula 3000 continuava a perder pilotos. Dessa vez foram dois:

- o irlandês Kevin McGarrity ficou sem vaga após o fim de sua equipe, a Raceprep, equipe que fazia seu ano de estreia. Não foi o fim da temporada para Kevin, porém. Serei mais específico nas próximas partes.

- o norte irlandês Dino Morelli ficou sem dinheiro e perdeu sua vaga na Auto Sport Racing. Foi sua despedida da F3000 naquele ano. Dino era um clássico exemplo de piloto talentoso e com pouco dinheiro. Isso e o acidente em Nurburgring em 1997 afetaram sua carreira. Dino ainda apareceu na categoria no triênio 1999-2000-2001. O norte irlandês de Ballymoney encerrou a carreira em 2001, aos 28 anos.


Dino Morelli foi um exemplo de piloto que apesar do talento, não teve tanta sorte na carreira. A falta de dinheiro contribuiu bastante para isso.


Enquanto isso, de volta a Fórmula 3000...


Treino de classificação


Acidentes. Muitos acidentes. Foi isso que aconteceu durante o treino de classificação. Por ser um circuito que não perdoa ninguém, vários pilotos foram vítimas do circuito e seus guard-rails colados a pista. Juan Pablo Montoya, Nick Heidfeld, Soheil Ayari (duas vezes), Giovanni Montanari, todos eles foram vítimas dos guard-rails.

Juan Pablo Montoya, que, por sinal, conquistou a pole. Foi a quinta pole em seis corridas do colombiano da Super Nova. A segunda posição foi de outro latino americano: o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O terceiro, apesar dos acidentes, foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O quarto foi o também francês Boris Derichebourg, da Super Nova. O quinto foi Jason Watt, dinamarquês da Den Bla Avis, disposto a superar o vexame em Monte Carlo. A sexta posição foi do alemão Nick Heidfeld, da West Competition e líder do campeonato. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, largou em sétimo. O oitavo foi o galês Gareth Rees, da Den Bla Avis. O nono foi Jamie Davies, inglês da DAMS. O décimo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Bruno Junqueira, brasileiro da Draco, largou em 12º. Marcelo Battistuzzi, brasileiro da Apomatox, não obteve um tempo bom o suficiente para disputar a corrida.

Dos 32 carros inscritos, 23 disputariam a corrida. O último dos 23 foi o italiano Giovanni Montanari, da Draco.


A corrida


Choveu bastante de manhã. A pista ainda estava úmida quando a corrida começou. Tendo 75 voltas, a corrida começou com Montoya imediatamente jogando o carro para o lado mais seco da pista. Um pouco atrás, uma colisão entre Soheil Ayari e Boris Derichebourg acabou com a corrida deste último.

Na 2ª volta, depois de perder a 2ª posição para Jason Watt, Gonzalo Rodríguez deu uma leve estampada em um muro. O suficiente para destruir a suspensão. Fim de corrida para o uruguaio.

Na 4ª volta, Jamie Davies e Nick Heidfeld se envolveram em uma colisão no hairpin Lycée. Heidfeld ficou com o carro para o lado contrário, Jamie Davies deixou o motor do carro morrer. Atrás dos dois, uns oito, nove carros ficaram parados, causando um engarrafamento daqueles. Enquanto o diretor de prova já estava com a bandeira vermelha em mãos, os fiscais deram um jeito, empurrando o carro de Heidfeld e tirando o carro de Davies. Giovanni Montanari e Rui Águas também deixaram os motores de seus carros morrerem. Davies, Águas e Montanari abandonaram.

Lá na frente, Gastón Mazzacane causava problemas. Sendo retardatário, o argentino da Astromega teve dificuldades em entender que bandeira azul significa que o retardatário deve deixar o piloto na volta do líder passar. Juan Pablo Montoya e Jason Watt que o digam. Principalmente Jason Watt, que por causa de Mazzacane, perdeu a chance de continuar brigando pela vitória com Montoya.

Na 11ª volta, na curva Foch, Bruno Junqueira errou a curva e fechou Stéphane Sarrazin, levando os dois a barreira de pneus. Os dois abandonaram ali mesmo.

Na 18ª volta, Soheil Ayari bateu sozinho na saída da Foch. Com o carro parado em um lugar perigoso, quase sobrou para Max Wilson, mas o brasileiro, que estava logo atrás, desviou do carro de Ayari. Com isso, Wilson pulou para 3º.


Soheil Ayari teve um fim de semana acidentado: Dois acidentes do treino de classificação e dois na corrida (a colisão com Boris Derichebourg e o acidente na curva Foch)


Na 25ª volta, Werner Lupberger bateu sozinho, quebrando a asa traseira. O sul-africano da Edenbridge abandonou ali mesmo.

Na 42ª volta, Jason Watt recolheu seu carro para os boxes. Com a suspensão traseira direita quebrada, Watt encontrou um muro. Mais uma vez, Watt bateu enquanto estava entre os primeiros (Watt era líder em Mônaco e era segundo em Pau).

Enquanto Gastón Mazzacane dificultava a vida de Juan Pablo Montoya, o italiano Paolo Ruberti rodava sozinho na Lycée, na 60ª volta. Ruberti deixou o motor morrer e abandonou ali mesmo.

Falando em Montoya, a pilotagem do colombiano em Pau foi tão incrível que Montoya deu uma volta no pelotão inteiro. Exatamente! O segundo colocado, Max Wilson, estava uma volta atrás de Montoya! E foi assim que a corrida terminou.


Após 75 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:33:10.179
2- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - - 1 volta
3- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - - 1 volta
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - - 1 volta
5- Kurt Mollekens - KTR Arden - Bélgica - - 1 volta
6- André Couto - Prema - Portugal - - 1 volta

Os outros brasileiros? Como já mencionado, Bruno Junqueira se envolveu em um acidente na 11ª volta. Marcelo Battistuzzi não pôde correr, por não ficar entre os 23 pilotos (de 32) que marcaram os melhores tempos.


Classificação após 6 corridas:

1- Juan Pablo Montoya 31 pontos
2- Nick Heidfeld 29 pontos
3- Kurt Mollekens 16 pontos
4- Jason Watt 14 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 10 pontos
7- Max Wilson 9 pontos
8- Jamie Davies 8 pontos
9- Gareth Rees 6 pontos
10- Boris Derichebourg 5 pontos
11- Thomas Biagi 3 pontos
12- Dominik Schwager 3 pontos
13- André Couto 3 pontos
14- Cyrille Sauvage 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos

A primeira metade da temporada havia se encerrado. Faltando seis corridas para o final, a Fórmula 3000 sairia da França e iria para a Áustria.  Será que Montoya e Heidfeld continuariam sua disputa particular pelo título? Será que Mollekens iria se meter? E Watt, será que ficaria longe de azares? E os brasileiros? Próxima parte, eu respondo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 6

Etapa 5: Monte Carlo - 23 de maio


A pista de Mônaco na época. A diferença é que a saída dos boxes era bem antes da Sainte Devote.


A partir de Mônaco, a categoria teria mais um piloto a menos: O norte irlandês Jonny Kane, da Redman and Bright, deixou a categoria. Faltou dinheiro. A corrida em Silverstone foi a última de Jonny Kane na Fórmula 3000. Kane, que foi o 20º naquela corrida, deixou a Europa e partiu para os Estados Unidos, onde competiu na Indy Lights em 1999 e 2000, conseguindo vitórias em Fontana (1999) e Belle Isle (2000). Após um período como piloto de testes da Arrows, Kane deixou os monopostos e migrou para os protótipos. Você que assiste o WEC, certamente já ouviu falar em Jonny Kane. Desde 2010, ele faz parte do trio da equipe Strakka Racing, da categoria LMP2, que também é composto pelo dono da equipe, o inglês Nick Leventis, e o também inglês Danny Watts (ex A1GP).


Jonny Kane (direita), ao lado de Nick Leventis e Danny Watts, seus colegas de carro na Strakka Racing. (Foto de 2013)


Voltando a Monte Carlo e a 1998...



Treino de classificação

O treino de classificação em Mônaco foi diferente em relação as outras pistas, por ser um circuito diferente dos demais. Dentre os 34 pilotos que apareceram, 26 iriam correr. Dentre os oito que não se classificaram estavam, surpreendentemente, o brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, e o francês Soheil Ayari, da Durango. Ayari, porém, não correu porque foi banido da corrida. Durante a classificação, Ayari rodou na curva Anthony Noghes. Não deixou o carro morrer e decidiu mandar um cavalo de pau na saída da curva sem o menor pudor. Estamos falando de Mônaco, circuito bem apertado. Lógico que ia dar zebra. Kurt Mollekens, belga da KTR-Arden, sem ter para onde ir, encheu a traseira do carro do francês. Mollekens saiu de seu carro xingando Ayari de todos os nomes que ele deve ter imaginado.

A pole foi do dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis. O segundo foi o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. Aliás, Heidfeld chegou a sofrer um acidente na curva Casino. "Quick Nick" não se feriu. O terceiro foi o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O quarto foi Stéphane Sarrazin, francês da Apomatox. Jamie Davies, inglês da DAMS, foi o quinto. O sexto foi o português André Couto, da Prema. Estranhou o fato de eu não ter mencionado o nome "Juan Pablo Montoya" até agora? Não se preocupe, você vai ver esse nome várias vezes nesta parte, principalmente. O colombiano, da Super Nova, largou da sétima posição, não largando na pole pela primeira vez no ano. Mas não era para Montoya largar daí. Ele teve suas três melhores voltas cassadas graças a uma bobagem sua: Montoya constantemente diminuía a velocidade no treino de classificação quando encontrava outro piloto em volta lenta ou em volta rápida. Sendo assim, Montoya tinha mais espaço e não precisaria se preocupar com o tráfego. Parecia uma boa ideia. Mas o colombiano pensou em si próprio. Vários pilotos, em volta rápida, tiveram que diminuir a velocidade, graças a essa ideia de Montoya. Mas não seria a única gracinha de Montoya no fim de semana. Apesar do seu acidente, Kurt Mollekens conseguiu o oitavo tempo. O brasileiro Bruno Junqueira, da Draco, foi o nono. O décimo foi o português Rui Águas, da Coloni. Águas chegou a ter um pequeno acidente na Anthony Noghes durante o treino. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou na 25ª e penúltima posição.


A corrida


A primeira de 50 voltas começou com Jason Watt mantendo a ponta. Antes da Sainte Devote, Juan Pablo Montoya passou por André Couto. Na tal curva, Montoya chegou a ficar lado a lado com Stéphane Sarrazin, mas não conseguiu fazer a ultrapassagem. Eventualmente, o colombiano ultrapassou Sarrazin na chicane depois do túnel.


Juan Pablo Montoya largou em sétimo. Não que isso fosse problema, certo?


Aí começaram os acidentes. Na 16ª volta, André Couto deu uma bela pancada na curva Tabac, quebrando a suspensão traseira direita. Enquanto André parava o carro, dava para se notar o pneu pendurado pelo braço da suspensão. Na volta seguinte, o francês Boris Derichebourg, da Super Nova, rodou no hairpin da Loews (o certo seria chamar a curva de Grand Hotel). Na volta 18, Alex Müller, alemão da Oreca, passou reto na Sainte Devote.

Juan Pablo Montoya ultrapassou Jamie Davies de forma incrível na curva do Casino. Saindo da Massenet, Davies deixou uma avenida aberta no lado de dentro. Montoya aproveitou, deixou o carro patinar, acelerou antes e deixou Davies para trás. Luis Roberto diria: "Impressionante!".

Enquanto Jason Watt passeava tranquilamente na liderança, o italiano Paolo Ruberti, da Prema, deu uma leve derrapada na Anthony Noghes. Não acertou nada e não deixou o motor morrer. Segue o jogo para o italiano!

Na volta 29, Bruno Junqueira teve que abandonar. O brasileiro errou o cálculo ao fazer a tomada da curva Tabac, Junqueira fechou o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Sauvage seguiu em frente, mas Junqueira acertou o muro, perdeu o pneu traseiro direito e asa traseira.

Na mesma volta, Juan Pablo Montoya tentou ultrapassar Gonzalo Rodríguez. Tendo a audácia de tentar uma ultrapassagem por fora na chicane depois do túnel, Montoya teve que cortar caminho, já que Rodríguez não facilitou as coisas. Montoya nem quis saber de devolver a posição, já que ele cortou caminho. Rodríguez também cortou caminho, mas Montoya tinha que devolver a posição. Provavelmente ele achou que estava tudo tranquilo, porque Rodríguez cortou caminho. Mas os fiscais não pensavam assim. Montoya teve que cumprir um stop-and-go de dez segundos. O colombiano foi sem reclamar, confiante que recuperaria a posição.

Montoya voltou em 6º, atrás de Stéphane Sarrazin. Sem problemas, afinal, Montoya ultrapassou o francês de novo, e de novo na chicane depois do túnel. Ao contrário da disputa com Rodríguez, Montoya usou a linha de dentro.

A tranquilidade de Jason Watt acabou na volta 40. O dinamarquês, mesmo com uma enorme vantagem sobre Nick Heidfeld, bateu sozinho na saída da curva do Casino. Ah, Jason, essa corrida era sua!


Largou na pole e liderou a corrida tranquilamente até esborrachar o carro na saída da curva do Casino, na volta 40. É ou não é a personificação da palavra "EMPOLGOU"?


Enquanto isso, Montoya atacava novamente! O colombiano pressionava Jamie Davies. O inglês, humilhado pela ultrapassagem que tomou de Montoya na curva do Casino, não queria levar outra ultrapassagem do colombiano, que estava pegando fogo. Em duas voltas, Montoya acertou Davies duas vezes. Na primeira, nada aconteceu. Na segunda, a asa dianteira de Montoya se soltou do carro. Montoya teve que usar a ré para voltar ao traçado e perdeu um belo tempo com isso. Além disso, Montoya estava com um furo no pneu dianteiro direito. Ao invés de ir para os boxes e consertar o carro, Montoya seguiu em frente. Tentando sustentar a quarta posição, Montoya a perdeu para Sarrazin. Kurt Mollekens só conseguiu tomar a 5ª posição, porque Montoya errou na curva Grand Hotel, visto que antes disso, Montoya fechava a porta de um lado e de outro, irritando o belga, que não podia fazer nada.

Nick Heidfeld, lá na frente, estava atrás de sua primeira vitória na 3000, mas ninguém ligava (coitado), já que todos que viam a corrida, queriam saber o que aconteceria com Montoya. Sofrendo com as investidas de Gareth Rees, da Den Bla Avis, o colombiano não queria perder a sexta posição (a última que dava pontos. No caso, 1). Gareth até pareceu ter passado Montoya, mas o colombiano deixou o carro acertar o bólido do piloto galês, que deu uma estampada de traseira na Massenet. Com a suspensão quebrada, só restou a Gareth dar socos no volante.

Nick Heidfeld podia comemorar, porque a vitória era dele. Também foi a primeira vitória da West Competition na Fórmula 3000. Mesmo sem a asa dianteira e com um pneu furado, Juan Pablo Montoya chegou em sexto e conquistou um ponto.


Nick Heidfeld conquistou sua primeira vitória na Fórmula 3000, no circuito de Mônaco



Após 50 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - 1:18:04.955
2- Gonzalo Rodríguez - Astromega - Uruguai - +3.861
3- Jamie Davies - DAMS - Reino Unido - +19.510
4- Stéphane Sarrazin - Apomatox - França - +26.607
5- Kurt Mollekens - KTR-Arden - Bélgica - +48.218
6- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - +01:11.560

Os brasileiros? Como já mencionei, Bruno Junqueira, da Draco, bateu na 29ª volta. Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou na 43ª volta, com a caixa de câmbio danificada.


Classificação após 5 etapas:

1- Nick Heidfeld 25 pontos
2- Juan Pablo Montoya 21 pontos
3- Jason Watt 14 pontos
4- Kurt Mollekens 14 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 10 pontos
7- Jamie Davies 8 pontos
8- Boris Derichebourg 5 pontos
9- Thomas Biagi 3 pontos
10- Dominik Schwager 3 pontos
11- Gareth Rees 3 pontos
12- Max Wilson 3 pontos
13- Cyrille Sauvage 2 pontos
14- André Couto 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos


A próxima etapa da F3000 foi no circuito de Pau, na França. Será que Montoya continuaria com suas estripulias? E Heidfeld, continuaria empolgado? Só na próxima parte do texto é que vamos descobrir.


Aqui embaixo segue um vídeo dos melhores momentos da corrida de Mônaco. A música que toca no final do vídeo se chama "Road Rage" (uma expressão que quer dizer algo como "comportamento agressivo na estrada"), da banda galesa de rock alternativo Catatonia. Combina totalmente com o insano Juan Pablo Montoya que apareceu nas ruas de Monte Carlo naquele fim de semana. Não que isso tenha sido um caso isolado na carreira do colombiano, mas muito longe de ser só um barbeiro, afinal, Montoya veio a protagonizar grandes momentos e fazer corridas incríveis em sua carreira, mas ele passou de todos os limites naquele fim de semana.


domingo, 29 de novembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 5

ETAPA 4: Silverstone - 16 de maio


A pista de Silverstone



A partir de Silverstone, a categoria teria uma equipe a menos: A Elide Racing, que teve o espanhol Polo Villaamil como piloto em Oschersleben e Barcelona, deixou a categoria. A Elide havia estreado em 1997, na etapa de Jerez, com Miguel Ángel de Castro, que não marcou um tempo bom o suficiente para disputar a corrida. Foi também a despedida de Polo Villaamil da Fórmula 3000 Internacional. Polo se aposentou das corridas em 2005. Hoje, com 36 anos, cuida da La Más Mona, um site onde se pode alugar vestidos de marcas famosas.

Enfim, de volta a Silverstone


Treino de classificação

Pela quarta vez em quatro corridas, a pole position era do colombiano Juan Pablo Montoya, da Super Nova. Em segundo, o alemão Nick Heidfeld, da West Competition. Em terceiro, o dinamarquês Jason Watt, da Den Bla Avis, vice líder do campeonato. O galês Gareth Rees, também da Den Bla Avis, conquistou sua melhor posição de largada em sua estadia na 3000 até então: um quarto lugar. O quinto foi o argentino Gastón Mazzacane, da Astromega. O sexto foi o brasileiro nascido em Hamburgo, Max Wilson, da Edenbridge. O sétimo, em sua melhor posição de largada na 3000 até então, estava o brasileiro da Draco, Bruno Junqueira. O oitavo foi o francês Nicolas Minassian, da West Competition. O nono era o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O décimo era o italiano Giovanni Montanari, da Draco. O belga Kurt Mollekens, da KTR-Arden e líder do campeonato, largou da 14ª posição. O terceiro colocado do campeonato, o francês Stéphane Sarrazin, da Apomatox, largou de 25º. O brasileiro Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, largou da 34ª e penúltima posição. Todos os 35 pilotos, que chegaram para competir em Silverstone, largaram.

Jason Watt largou da terceira posição


A corrida

A primeira das 40 voltas começou sem nenhum acidente, com Gareth Rees indo para terceiro, enquanto que Gastón Mazzacane e Max Wilson trocavam de posições.

O safety car veio na 5ª volta devido a um acidente entre o brasileiro da Apomatox, Marcelo Battistuzzi, e o francês da GP Racing, Cyrille Sauvage, na saída da curva Bridge. Os dois abandonaram. Na volta seguinte, durante a estadia do safety car na pista, Soheil Ayari, da Durango, foi para os boxes reparar um dano no carro após um acidente. Possivelmente, Ayari teria se envolvido no acidente com Battistuzzi e Sauvage. O francês também abandonou.

Na 8ª volta, Kevin McGarrity, irlandês da Raceprep, e Mark Shaw, inglês da Redman and Bright, se estranharam na entrada da Abbey. Os dois abandonaram. Enquanto isso, Jason Watt recuperava a 3ª posição de Gareth Rees.

Na 15ª volta, Christian Horner, inglês da Arden, abandonou ao sair da pista e perder o spoiler dianteiro. Enquanto isso, em um repeteco de Oschersleben, Brian Smith, argentino da Nordic, segurava um pelotão que crescia mais e mais.

Lá na frente, Nick Heidfeld apresentava problemas no seu carro: algumas peças se soltaram, do nada, deixando um rastro de detritos na reta antes da curva Stowe.

Na 25ª volta, o italiano Fabrizio Gollin, da GP Racing, abandonou com problemas na embreagem. Enquanto isso, na Luffield, o português André Couto, da Prema, abandonou após uma colisão com o também português Rui Águas, da Coloni. Águas seguiu na corrida.


O português André Couto, da Prema, não teve sorte naquela corrida. Largando da 20ª posição, Couto abandonou após um acidente com o compatriota Rui Águas.


Na volta 32, o italiano Oliver Martini, da Auto Sport, rodou sozinho e abandonou. Um pouco antes, o norte irlandês Jonny Kane, da Redman and Bright, rodou na frente do francês Boris Derichebourg, na curva Club. Kane seguiu em frente.

Na volta 35, abandonos simultâneos: na Luffield, o francês Fabrice Walfisch, da Nordic, rodou e ficou com o carro atolado na lama. Enquanto isso, o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega, andava vagarosamente até abandonar com a embreagem danificada.


Nicolas Minassian, francês da West Competition: corrida correta por parte dele. Só faltou chegar nos pontos. (Sétimo)


Lá na frente, Juan Pablo Montoya estava "suave na nave". Com uma grande vantagem sobre Heidfeld, restou ao colombiano ganhar a corrida sem dificuldades.


Após 40 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:10:08.886
2- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - +12.906
3- Jason Watt - Den Bla Avis - Dinamarca - +25.300
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - +26.276
5- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - +26.613
6- Gastón Mazzacane - Astromega - Argentina - +30.758

Os outros brasileiros? Como já mencionado, Marcelo Battistuzzi, da Apomatox, abandonou na 5ª volta. Bruno Junqueira, da Draco, foi o nono colocado.


Classificação após 4 corridas:

Com Kurt Mollekens terminando em oitavo, o campeonato tinha um novo líder: Juan Pablo Montoya!

1- Juan Pablo Montoya 20 pontos
2- Nick Heidfeld 15 pontos
3- Jason Watt 14 pontos
4- Kurt Mollekens 12 pontos
5- Stéphane Sarrazin 10 pontos
6- Boris Derichebourg 5 pontos
7- Jamie Davies 4 pontos
8- Gonzalo Rodríguez 4 pontos
9- Thomas Biagi 3 pontos
10- Dominik Schwager 3 pontos
11- Gareth Rees 3 pontos
12- Max Wilson 3 pontos
13- Cyrille Sauvage 2 pontos
14- André Couto 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos

Na semana seguinte, a F3000 foi da Inglaterra para Mônaco. Como será que foi a corrida? Será que Montoya continuou sua grande campanha na temporada? Será que Heidfeld começaria a entrar no caminho do colombiano? E os brasileiros? Descubra na próxima parte deste texto.