segunda-feira, 9 de novembro de 2015

CORRIDAS: 2001 CART Harrah's 500 presented by Toyota

A Harrah's 500 presented by Toyota (como foi chamada a edição de 2001 das 500 milhas de Michigan) foi a 11ª etapa (10ª se você não contar a Firestone Firehawk 600, já mencionada aqui no blog) da CART em 2001. Aconteceu no dia 22 de julho, no Michigan International Speedway.

Antes da aquela etapa, os pilotos competiram na Molson Indy Toronto. Com a vitória naquela corrida, Michael Andretti pulou para a vice-liderança da corrida. Apesar do abandono devido a problemas mecânicos, Kenny Bräck ainda era o líder do campeonato. A classificação era a seguinte:

Os 12 primeiros:

1- Kenny Bräck 83 pontos (2 vitórias)
2- Michael Andretti 73 pontos (1 vitória)
3- Hélio Castroneves 70 pontos (2 vitórias)
4- Dario Franchitti 65 pontos (1 vitória)
5- Gil de Ferran 58 pontos
6- Cristiano da Matta 55 pontos (1 vitória)
7- Scott Dixon (novato) 54 pontos (1 vitória)
8- Jimmy Vasser 50 pontos
9- Christian Fittipaldi 49 pontos
10- Paul Tracy 46 pontos
11- Max Papis 43 pontos (1 vitória)
12- Roberto Moreno 43 pontos

Não houve treino de classificação devido a chuva. Sendo assim, os tempos dos treinos livres de sábado foram considerados:

1- Kenny Bräck - Team Rahal - Lola-Ford - 31.330
2- Max Papis - Team Rahal - Lola-Ford - 31.483
3- Tora Takagi (novato) - Walker Racing - Reynard-Toyota - 31.591
4- Paul Tracy - Team Green - Reynard-Honda - 31.609
5- Tony Kanaan - Mo Nunn Racing - Reynard-Honda - 31.626
6- Michel Jourdain, Jr. - Bettenhausen Racing - Lola-Ford - 31.676
7- Bryan Herta - Zakspeed Forsythe Racing - Reynard-Ford - 31.726
8- Shinji Nakano - Fernández Racing - Reynard-Honda - 31.752
9- Christian Fittipaldi - Newman/Haas Racing - Lola-Toyota - 31.766
10- Maurício Gugelmin - PacWest Racing - Reynard-Toyota - 31.784
11- Gil de Ferran - Team Penske - Reynard-Honda - 31.789
12- Scott Dixon (novato) - PacWest Racing - Reynard-Toyota - 31.877
13- Cristiano da Matta - Newman/Haas Racing - Lola-Toyota - 31.890
14- Alex Zanardi - Mo Nunn Racing - Reynard-Honda - 31.893
15- Jimmy Vasser - Patrick Racing - Reynard-Toyota - 31.896
16- Memo Gidley - Chip Ganassi Racing - Lola-Toyota - 31.949
17- Roberto Pupo Moreno - Patrick Racing - Reynard-Toyota - 31.950
18- Michael Andretti - Team Motorola - Reynard-Honda - 31.976
19- Hélio Castroneves - Team Penske - Reynard-Honda - 32.041
20- Adrián Fernández - Fernández Racing - Reynard-Honda - 32.170
21- Patrick Carpentier - Forsythe Racing - Reynard-Ford - 32.218
22- Bruno Junqueira (novato) - Chip Ganassi Racing - Lola-Toyota - 32.244
23- Oriol Servià - Sigma Autosport - Lola-Ford - 32.260
24- Alex Tagliani - Forsythe Racing - Reynard-Ford - 32.261
25- Dario Franchitti - Team Green - Reynard-Honda - 32.660

O vídeo de abertura da ABC para a Michigan 500. A música é Machinehead, do Bush.


Teríamos 26 pilotos na corrida, mas o brasileiro Max Wilson, da Arciero-Blair, sofreu um acidente nos treinos e feriu as costelas, ficando de fora da corrida. Outro brasileiro, Roberto Pupo Moreno, sofreu um acidente bem feio na reta oposta, durante os treinos livres. Dá para dizer que ele foi salvo pelo HANS (Head and Neck Support, ou Suporte de Cabeça e Pescoço) Device (um aparato que fica atrás do capacete e em cima do ombro, que evita que a cabeça do piloto fique sacudindo para todo o lado quando ocorre um acidente), pois Moreno saiu sem nenhum arranhão.


 O acidente de Roberto Pupo Moreno nos treinos livres


Na época, já se sabia que a CART não voltaria mais a Michigan depois de 2001. A categoria estava a fim de cortar custos. Sendo assim, sobraram para algumas pistas. Além de Michigan, não estariam em 2002, na CART, o oval de Nazareth e os circuitos de rua de Detroit e Houston. Além disso, a ISC (International Speedway Corporation), dona do Michigan International Speedway, não se esforçou nem um pouco em divulgar a corrida. Sendo assim, as arquibancadas estavam vazias. Não todas, mas a maioria. Não que isso fosse novidade para a CART, que constantemente sofria com o descaso da ISC, quando a CART corria nas pistas da tal empresa. Talvez isso tenha sido um outro fator.

A largada seria, obviamente, na 1ª volta. Só que uma irregularidade na fila (Tora Takagi ficou muito atrás do 2º colocado, Max Papis) fez com que a largada fosse abortada. E então, a corrida começou na 2ª volta. Max Papis disparou feio uma bala e tomou a liderança de Kenny Bräck.

Adrián Fernández (carro 51) não durou muito na corrida. Bruno Junqueira (carro 4) fez uma corrida correta, porém discreta. Essa foto foi tirada no treino de sexta.


Na 16ª volta, Adrián Fernández foi o primeiro a abandonar, quando ele foi aos boxes com problemas de motor.

Até a 22ª volta, Max Papis e Kenny Bräck ficaram invertendo posições (1º e 2º), até Bryan Herta tomar a liderança na volta 23. Até aquele momento, tivemos nove mudanças oficiais de liderança (ou seja, só conta quando cruzar a linha de chegada).

Tony Kanaan se tornou o 4º líder oficial da corrida, tendo sido o líder na volta 35, mas ele foi aos boxes logo depois. Max Papis também parou, então a liderança ficou com Memo Gidley, das voltas 36 a 38. Bryan Herta liderou a volta 39, aí ele parou nos boxes. Enquanto isso, Paul Tracy, que brigava pelas primeiras posições, tinha problemas com a mangueira de combustível nos boxes e o grande canadense ficou parado por uns 40 segundos. Christian Fittipaldi liderou a volta 40. Quando Christian foi para os boxes, na volta 41, o brasileiro teve um acidente bizarro: ao diminuir bruscamente a velocidade para entrar nos boxes, Christian rodou e deu um leve "beijinho" em uma parede com seu pneu traseiro direito. O carro não estava danificado, mas o motor morreu. Sendo assim, os mecânicos da Newman/Haas Racing tiveram que empurrar o carro do brasileiro até sua área no pitlane. Não teve bandeira amarela e Christian perdeu muito tempo com a derrapada.

Após 50 voltas, o líder era Memo Gidley. Max Papis, por sua vez, havia liderado o maior número de voltas, até então: 27. A corrida, até então, teve seis líderes diferentes (Bräck, Papis, Herta, Gidley, Kanaan e Fittipaldi) com 16 trocas de liderança e uma bandeira amarela, por causa da largada abortada. Faltavam 200 voltas.

Após mais uma rodada de pitstops, que começou na volta 74, Kenny Bräck tomou a liderança de volta. Memo Gidley perdeu a liderança e caiu para segundo. Max Papis caiu de segundo para terceiro. Dario Franchitti saiu de 17º e subiu para a nona posição, ganhando oito posições. Shinji Nakano perdeu quatro posições, caindo de décimo para 14º.

Na volta 99, Gil de Ferran, da Team Penske, abandonou a corrida. Foi constatado que o carro do brasileiro tinha problemas elétricos. Enquanto isso, Kenny Bräck perdia a liderança para Memo Gidley.

A 1ª bandeira amarela (na verdade a 2ª, mas largadas abortadas não contam como bandeiras amarelas) veio na volta 100, devido a detritos na pista. Com isso, os pilotos aproveitaram para ir aos boxes. O top 6 era: Kenny Bräck, Memo Gidley, Max Papis, Michel Jourdain, Jr., Tony Kanaan e Dario Franchitti. A relargada veio na volta 113, com Memo Gidley passando por Bräck feito um foguete. Até aquela altura, a corrida teve 29 trocas de liderança envolvendo 7 pilotos (Bräck, Papis, Herta, Kanaan, Fittipaldi, Gidley e Oriol Servià).

Na volta 131, Jimmy Vasser abandonou com problemas de motor. Não tivemos bandeira amarela, porque Vasser recolheu para o setor do infield (a parte de dentro do oval).

Na volta 150, Memo Gidley levou bandeira preta (Na IndyCar e na antiga CART, isso quer dizer que vem uma punição para ser cumprida nos boxes. Na Fórmula 1, bandeira preta é desclassificação) por passar da velocidade permitida nos boxes. Isso o tirou das primeiras posições.

A 2ª bandeira amarela veio na volta 153, devido a detritos na reta oposta. Enquanto isso, Tony Kanaan começava a apresentar problemas de motor.

Foi mais tarde descoberto que a causa da bandeira amarela foi Shinji Nakano. Afinal, o detrito vinha do carro dele. O japonês abandonou a corrida quando a bandeira amarela veio. A causa? Motor.

Shinji Nakano (o carro à frente) largou em 8º. Mas o motor do seu carro foi mais uma das vítimas de Michigan.


A relargada veio na volta 161, com Max Papis saindo em primeiro. Kenny Bräck era o segundo e Michel Jourdain, Jr. o terceiro.

Na volta 175, mais um abandono: o vencedor da edição de 1999, o brasileiro Tony Kanaan abandonou devido a problemas elétricos. O companheiro de equipe do brasileiro na Mo Nunn Racing, o italiano Alessandro Zanardi abandonou cinco voltas depois pelo mesmo motivo.

Na volta 185, foi a vez de Michael Andretti abandonar com problemas de motor. Mais um com problemas de motor, o que é comum em corridas que acontecem em superspeedways (ovais longos).

A partir da volta 196, os pilotos começaram a parar nos boxes sob bandeira verde. Muitos torciam para que houvesse uma bandeira amarela para que eles não precisassem parar de novo. Até aquele momento, a corrida teve 43 trocas de liderança e oito pilotos diferentes haviam liderado a corrida (Bräck, Papis, Herta, Kanaan, Fittipaldi, Gidley, Servià e Dario Franchitti).

Na volta 216, veio a 3ª bandeira amarela. Christian Fittipaldi, doze voltas atrás devido ao acidente na volta 41, enfiou o carro no muro externo da curva 3 e se arrastou até a área de escape. Fittipaldi sofreu ferimentos leves no joelho direito.

CURIOSIDADE: Christian sofreu um acidente na edição de 2000 desta corrida ao sofrer uma incontrolável derrapagem em alta velocidade, na reta oposta. Fittipaldi tinha ferido o mesmo joelho direito no acidente. Que coisa!

Volta 221 e o top 6 era composto por: Kenny Bräck, Michel Jourdain, Jr., Max Papis, Dario Franchitti, Patrick Carpentier e Bryan Herta. Período de bandeira amarela ainda.

A relargada veio na volta 226 com um duelo entre Max Papis, Kenny Bräck e Michel Jourdain, Jr..

Na volta 233, Kenny Bräck tentou passar Max Papis usando a linha de fora para ganhar a segunda posição. Papis, enquanto isso, não conseguia controlar o carro devido a turbulência. No fim das contas, não deu outra: o pneu dianteiro direito de Papis acertou o pneu traseiro esquerdo de Bräck. O carro amarelo e branco do sueco se espatifou no muro externo da curva 4 enquanto que Papis foi com o seu carro branco e azul escuro direto para o muro interno. A quarta bandeira amarela. Os dois pilotos da Team Rahal saíram ilesos.

Papis, Bräck e o acidente na volta 233


A relargada veio na volta 241, com Bryan Herta se empolgando ao abrir uma grande liderança sobre os outros pilotos. Mas em se tratando de superspeedway, isso não quer dizer nada. Da relargada até o final, na volta 250, a liderança oficialmente trocou de mãos seis vezes. Vamos lá:

Volta 243: Bryan Herta perde a ponta para Dario Franchitti que lidera até a...

Volta 245: Michel Jourdain, Jr. toma a liderança de Dario Franchitti

Volta 246: Dario Franchitti recupera a ponta. Cristiano da Matta e Patrick Carpentier estão logo ali.

Volta 247: Jourdain, Jr. toma a ponta, mas começa a sofrer ataques de Carpentier, Franchitti e da Matta.

A disputa, totalmente em aberto, começa a virar uma batalha desesperadora para ver quem chega em primeiro. Na volta 248, Patrick Carpentier, Dario Franchitti e Michel Jourdain, Jr. disputam a liderança à tapa. Enquanto isso, Cristiano da Matta está logo ali. Bryan Herta começa a perder rendimento.A mesma coisa vale para a volta 249.

Última volta: Alex Tagliani, que estava uma volta atrás, se aproveita do vácuo e resolve se meter na disputa dos líderes. Colado com Franchitti, Tagliani dá uma fechada absurda em Michel Jourdain, Jr. no meio da reta oposta. Enquanto isso, o companheiro de equipe de Tagliani, Patrick Carpentier passa pelo mexicano e se põe do lado de Franchitti. Carpentier passa Franchitti na curva 3. Franchitti e Jourdain quase se esbarram. Enquanto isso, Carpentier e Tagliani, lá na frente, cruzavam a linha de chegada quase juntos. Lembre-se: Tagliani era retardatário. Vitória de Patrick Carpentier! A primeira dele na CART. Dario Franchitti chegou a frente de Michel Jourdain, Jr. por muito, muito, muito pouco. Quase nada!

Patrick Carpentier comemorando sua vitória em Michigan


Empolgado pela vitória, Patrick quis fazer uns "zerinhos" na reta oposta, mas ele deixou o motor morrer.

Já postei esse vídeo aqui antes, das últimas 10 voltas. Mas vale a pena.


No círculo dos vencedores, Patrick é categórico sobre Tagliani:

"Quando eu vi o Tags, eu imaginei: "O que ele está fazendo?". E ele me deu uma grande ajuda, porque se não fosse por ele lá, não acho que teria conseguido. Fantástico! Valeu, Tag!"

Essa foi a diferença entre Dario Franchitti (2º) e Michel Jourdain, Jr. (3º)!


Foi uma vitória importante para Patrick, que havia assinado sua renovação de contrato com a Team Player's Forsythe para 2002. Fez muito bem, afinal, como já mencionei aqui no blog, o simpático franco-canadense fez o seu melhor ano na categoria em 2002.

Classificação após 250 voltas:

1- Patrick Carpentier - Forsythe Racing - Reynard-Ford - 2:54:21.742
2- Dario Franchitti - Team Green - Reynard-Honda - +0.243
3- Michel Jourdain, Jr. - Bettenhausen Racing - Lola-Ford - +0.243
4- Cristiano da Matta - Newman/Haas Racing - Lola-Toyota - +0.445
5- Bryan Herta - Zakspeed Forsythe Racing - Reynard-Ford - +0.516
6- Alex Tagliani - Forsythe Racing - Reynard-Ford - -1 volta
7- Paul Tracy - Team Green - Reynard-Honda - -1 volta
8- Hélio Castroneves - Team Penske - Reynard-Honda - -1 volta
9- Bruno Junqueira (novato) - Chip Ganassi Racing - Lola-Toyota - -1 volta
10- Scott Dixon (novato) - PacWest Racing - Reynard-Toyota - -2 voltas
11- Oriol Servià - Sigma Autosport - Lola-Ford - -2 voltas
12- Roberto Pupo Moreno - Patrick Racing - Reynard-Toyota - -2 voltas
13- Tora Takagi (novato) - Walker Racing - Reynard-Toyota - -2 voltas
14- Memo Gidley - Chip Ganassi Racing - Lola-Toyota - -4 voltas
15- Mauricio Gugelmin - PacWest Racing - Reynard-Toyota - -4 voltas

Classificação:

Os 12 primeiros:

1- Kenny Bräck 83 pontos
2- Dario Franchitti 81 pontos
3- Hélio Castroneves 75 pontos
4- Michael Andretti 73 pontos
5- Cristiano da Matta 67 pontos
6- Gil de Ferran 58 pontos
7- Scott Dixon (novato) 57 pontos
8- Paul Tracy 52 pontos
9- Jimmy Vasser 50 pontos
10- Christian Fittipaldi 49 pontos
11- Max Papis 44 pontos
12- Roberto Pupo Moreno 44 pontos

OBSERVAÇÃO: A corrida teve 60 trocas oficiais de liderança entre nove pilotos. Quando eu digo oficiais, eu me refiro a quando o primeiro cruza na linha de chegada. Por exemplo, o piloto A e o piloto B trocam de lugar entre a liderança e o segundo lugar umas 4 vezes durante a volta. Mas ao cruzar a linha de chegada para o término da volta e o começo da outra, o piloto A passou em primeiro. Logo, ele liderou a volta. É incerto o número de vezes que a liderança trocou de mãos de forma não oficial, mas é dito que passou de 150 vezes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário