sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TEMPORADAS: Fórmula 3000 Internacional em 1998 - Parte 7

Etapa 6: Pau - 1º de junho

O circuito de Pau, que é o mesmo desde 1935.



Saindo das ruas apertadas de Monte Carlo, a Fórmula 3000 foi para as ruas apertadas do sudoeste da França, em Pyrénées-Atlantiques, mais precisamente nas ruas da capital de Pyrénées, Pau. O município, cuja pronúncia é PÔ, que tem cerca de 84 mil habitantes, recebeu a sexta etapa da Fórmula 3000 Internacional no ano de 1998. A categoria corria lá desde o início, em 1985. A corrida, porém, existe desde o ano de inauguração da pista, em 1933, e salvo alguns anos (1934, 1940-46, 1956 e 2010), o Grand Prix de Pau é um evento de muito prestígio que já recebeu categorias como a F3000, a Fórmula 2, a Fórmula 1 (as corridas da F1 não eram oficiais), Fórmula Renault, WTCC e Fórmula 3. A corrida, que existe até os dias de hoje, tem a Fórmula 3 como evento principal.

Enquanto isso, a Fórmula 3000 continuava a perder pilotos. Dessa vez foram dois:

- o irlandês Kevin McGarrity ficou sem vaga após o fim de sua equipe, a Raceprep, equipe que fazia seu ano de estreia. Não foi o fim da temporada para Kevin, porém. Serei mais específico nas próximas partes.

- o norte irlandês Dino Morelli ficou sem dinheiro e perdeu sua vaga na Auto Sport Racing. Foi sua despedida da F3000 naquele ano. Dino era um clássico exemplo de piloto talentoso e com pouco dinheiro. Isso e o acidente em Nurburgring em 1997 afetaram sua carreira. Dino ainda apareceu na categoria no triênio 1999-2000-2001. O norte irlandês de Ballymoney encerrou a carreira em 2001, aos 28 anos.


Dino Morelli foi um exemplo de piloto que apesar do talento, não teve tanta sorte na carreira. A falta de dinheiro contribuiu bastante para isso.


Enquanto isso, de volta a Fórmula 3000...


Treino de classificação


Acidentes. Muitos acidentes. Foi isso que aconteceu durante o treino de classificação. Por ser um circuito que não perdoa ninguém, vários pilotos foram vítimas do circuito e seus guard-rails colados a pista. Juan Pablo Montoya, Nick Heidfeld, Soheil Ayari (duas vezes), Giovanni Montanari, todos eles foram vítimas dos guard-rails.

Juan Pablo Montoya, que, por sinal, conquistou a pole. Foi a quinta pole em seis corridas do colombiano da Super Nova. A segunda posição foi de outro latino americano: o uruguaio Gonzalo Rodríguez, da Astromega. O terceiro, apesar dos acidentes, foi o francês Soheil Ayari, da Durango. O quarto foi o também francês Boris Derichebourg, da Super Nova. O quinto foi Jason Watt, dinamarquês da Den Bla Avis, disposto a superar o vexame em Monte Carlo. A sexta posição foi do alemão Nick Heidfeld, da West Competition e líder do campeonato. O brasileiro Max Wilson, da Edenbridge, largou em sétimo. O oitavo foi o galês Gareth Rees, da Den Bla Avis. O nono foi Jamie Davies, inglês da DAMS. O décimo foi o francês Cyrille Sauvage, da GP Racing. Bruno Junqueira, brasileiro da Draco, largou em 12º. Marcelo Battistuzzi, brasileiro da Apomatox, não obteve um tempo bom o suficiente para disputar a corrida.

Dos 32 carros inscritos, 23 disputariam a corrida. O último dos 23 foi o italiano Giovanni Montanari, da Draco.


A corrida


Choveu bastante de manhã. A pista ainda estava úmida quando a corrida começou. Tendo 75 voltas, a corrida começou com Montoya imediatamente jogando o carro para o lado mais seco da pista. Um pouco atrás, uma colisão entre Soheil Ayari e Boris Derichebourg acabou com a corrida deste último.

Na 2ª volta, depois de perder a 2ª posição para Jason Watt, Gonzalo Rodríguez deu uma leve estampada em um muro. O suficiente para destruir a suspensão. Fim de corrida para o uruguaio.

Na 4ª volta, Jamie Davies e Nick Heidfeld se envolveram em uma colisão no hairpin Lycée. Heidfeld ficou com o carro para o lado contrário, Jamie Davies deixou o motor do carro morrer. Atrás dos dois, uns oito, nove carros ficaram parados, causando um engarrafamento daqueles. Enquanto o diretor de prova já estava com a bandeira vermelha em mãos, os fiscais deram um jeito, empurrando o carro de Heidfeld e tirando o carro de Davies. Giovanni Montanari e Rui Águas também deixaram os motores de seus carros morrerem. Davies, Águas e Montanari abandonaram.

Lá na frente, Gastón Mazzacane causava problemas. Sendo retardatário, o argentino da Astromega teve dificuldades em entender que bandeira azul significa que o retardatário deve deixar o piloto na volta do líder passar. Juan Pablo Montoya e Jason Watt que o digam. Principalmente Jason Watt, que por causa de Mazzacane, perdeu a chance de continuar brigando pela vitória com Montoya.

Na 11ª volta, na curva Foch, Bruno Junqueira errou a curva e fechou Stéphane Sarrazin, levando os dois a barreira de pneus. Os dois abandonaram ali mesmo.

Na 18ª volta, Soheil Ayari bateu sozinho na saída da Foch. Com o carro parado em um lugar perigoso, quase sobrou para Max Wilson, mas o brasileiro, que estava logo atrás, desviou do carro de Ayari. Com isso, Wilson pulou para 3º.


Soheil Ayari teve um fim de semana acidentado: Dois acidentes do treino de classificação e dois na corrida (a colisão com Boris Derichebourg e o acidente na curva Foch)


Na 25ª volta, Werner Lupberger bateu sozinho, quebrando a asa traseira. O sul-africano da Edenbridge abandonou ali mesmo.

Na 42ª volta, Jason Watt recolheu seu carro para os boxes. Com a suspensão traseira direita quebrada, Watt encontrou um muro. Mais uma vez, Watt bateu enquanto estava entre os primeiros (Watt era líder em Mônaco e era segundo em Pau).

Enquanto Gastón Mazzacane dificultava a vida de Juan Pablo Montoya, o italiano Paolo Ruberti rodava sozinho na Lycée, na 60ª volta. Ruberti deixou o motor morrer e abandonou ali mesmo.

Falando em Montoya, a pilotagem do colombiano em Pau foi tão incrível que Montoya deu uma volta no pelotão inteiro. Exatamente! O segundo colocado, Max Wilson, estava uma volta atrás de Montoya! E foi assim que a corrida terminou.


Após 75 voltas:

Os 6 primeiros:

1- Juan Pablo Montoya - Super Nova - Colômbia - 1:33:10.179
2- Max Wilson - Edenbridge - Brasil - - 1 volta
3- Nick Heidfeld - West Competition - Alemanha - - 1 volta
4- Gareth Rees - Den Bla Avis - Reino Unido - - 1 volta
5- Kurt Mollekens - KTR Arden - Bélgica - - 1 volta
6- André Couto - Prema - Portugal - - 1 volta

Os outros brasileiros? Como já mencionado, Bruno Junqueira se envolveu em um acidente na 11ª volta. Marcelo Battistuzzi não pôde correr, por não ficar entre os 23 pilotos (de 32) que marcaram os melhores tempos.


Classificação após 6 corridas:

1- Juan Pablo Montoya 31 pontos
2- Nick Heidfeld 29 pontos
3- Kurt Mollekens 16 pontos
4- Jason Watt 14 pontos
5- Stéphane Sarrazin 13 pontos
6- Gonzalo Rodríguez 10 pontos
7- Max Wilson 9 pontos
8- Jamie Davies 8 pontos
9- Gareth Rees 6 pontos
10- Boris Derichebourg 5 pontos
11- Thomas Biagi 3 pontos
12- Dominik Schwager 3 pontos
13- André Couto 3 pontos
14- Cyrille Sauvage 2 pontos
15- Soheil Ayari 2 pontos
16- Gastón Mazzacane 2 pontos

A primeira metade da temporada havia se encerrado. Faltando seis corridas para o final, a Fórmula 3000 sairia da França e iria para a Áustria.  Será que Montoya e Heidfeld continuariam sua disputa particular pelo título? Será que Mollekens iria se meter? E Watt, será que ficaria longe de azares? E os brasileiros? Próxima parte, eu respondo.

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